POEMA

JOEIRA!


Até quando te calarás, povo?
Até quando te quedarás irresoluto?
Até quando te verei receoso?
Até quando serás ingénuo?
Até quando escutarás
os pregadores
que exploram
a tua inefável candura?

Mestres e guias infalíveis...?
Há-os de voz potente
e de botas ferradas;
há-os mais suaves,
até angélicos
e muito sábios...
Há os que usam, com palavras demasiado escolhidas,
a tua língua.
Joeira, povo,
com uma peneira finíssima
e esfrega a pele
nos cardos que te rodeiam
até que a dor se torne insuportável,
até sentires a dor soar
como um clarim de combate.


Félix Cucurull

7 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom.

(Jorge)

samuel disse...

Alguns até são detentores de Nobel da paz...

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Até quando Povo Português aguentarás a opressão?

Um beijo.

Justine disse...

Até quando? (Mais um poeta que tu me estás a apresentar:)))) )

Maria disse...

Este poema (e este poeta) é fantástico.
Já o conhecia daqui.

Um beijo grande.

Maria Marluce disse...

Forte e instigador. Gostei do propósito do blog.

svasconcelos disse...

Tão actual e apropriado apelo, este poema. Um dia destes vou levá-lo para o meu cantinho.:)
Um beijo,