SONETO ESCRITO NA MORTE DE TODOS OS ANTIFASCISTAS ASSASSINADOS PELA PIDE
Vararam-te no corpo e não na força
E não importa o nome de quem eras
naquela tarde foste apenas corça
indefesa morrendo às mãos das feras
Mas feras é demais. Apenas hienas
tão pútridas tão fétidas tão cães
que na sombra farejam as algemas
do nome agora morto que tu tens
Morreste às mãos da tarde mas foi cedo
Morreste por que não às mãos do medo
que a todos pôs calados e cativos
Por essa tarde havemos de vingar-te
por essa morte havemos de cantar-te:
Para nós não há mortos. Só há vivos.
José Carlos Ary dos Santos
4 comentários:
Isto era o Ary arrepiante...
Abraço.
Extraordinário!!!
Lutemos pelo futuro e vinguemos os nossos mortos. Eles "vêm ao nosso lado".
Um beijo.
samuel: o Ary ele próprio...
Um abraço.
Graciete Rietsch: e lá chegaremos...
Um beijo.
Fortíssimo poema de Ary. Como tantos outros.
Um beijo grande.
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