O papa Bento XVI, nos múltiplos discursos que proferiu durante a visita que fez ao seu país natal, voltou a exibir o seu anticomunismo primário, procedendo uma vez mais à equiparação entre nazismo e comunismo - ou, como o animal diz, entre «a ditadura negra» e «a ditadura vermelha».
Sabe o papa que, dizendo o que diz, o que está, de facto, a fazer é a branquear o nazi-fascismo e o seu projecto de, a ferro e fogo, conquistar o mundo.
E sabe, igualmente, que as suas afirmações vêm na continuidade do posicionamento da sua Igreja em relação ao Terceiro Reich, bem como em relação a todas as ditaduras fascistas nos diversos países, tratadas sempre com carinhos maternais...
Aos que procedem a essa equiparação soez, respondeu um dia o grande escritor alemão Thomas Mann com palavras que hoje mantêm viva actualidade:
«Colocar no mesmo plano moral o comunismo e o nazismo, como sendo ambos totalitários, no melhor dos casos é superficialidade, no pior dos casos é fascismo. Quem insiste nessa equiparação pode considerar-se democrático mas, na verdade e no fundo do seu coração, já é fascista».
Até parece que, ao escrever isto, o genial autor de A Montanha Mágica estava a pensar em Bento XVI - o qual, quando fala em público, tenta sempre, por razões óbvias, esconder o «fundo do seu coração...
9 comentários:
Fundo do "coração" que mais parece uma fossa...
Abraço.
Será que tem,ou foi substituido por alguma cloaca?
Estou a receber um aviso ao abrir o blogue.
Não acontece nada,é só para avisar.
Um abraço,
mário
Para acabar com os papas "rezo para que não haja deus."
Também branqueia o facto de ter pertencido à juventude hitleriana.
Tenha sido o fora, hoje é a cristalização da mentira que, cada vez menos, é a igreja. Ente estrutural e estruturante de alto valor específico na manutenção desta abjecta hiper-realidade em que estamos atolados.
Um abraço.
Qual coração ?
Essa ideia, infelizmente, é muito divulgada e consegue arranjar seguidores.Falsa e falta de informação? Tendência ideológica?
Ou cegueira?
Seja lá o que for, é muito triste e a religião lá vai fazendo o seu tenebroso papel.
Um beijo.
Qual coração ?
Também me têm tentado confrontar com o que chamam de "dois ismos", nestes últimos tempos...
Felizmente o meu coração não é fascista. Nem um bocadinho.
Abraço!
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