POEMA

(De uma entrevista qualquer num jornal inquiridor: «Mas estarão os comunistas dispostos a aceitar o princípio da "alternância" no poder?»)



«Democracia é alternância»
repetiu de novo a embalar o tédio,
um senhor de sonho espesso.

Como se fosse possível - ó glória! ó ânsia! -
construir um prédio,
mudando de vez em quando
os mesmos tijolos do avesso.


José Gomes Ferreira

4 comentários:

Maria disse...

Cada vez que leio este poema ficou com um sorriso. Porque é mesmo assim a alternância, e o Zé Gomes foi brilhante neste escrito.

Um beijo grande.

Justine disse...

Não fácil perceber isto, Zé Gomes Poeta lúcido!!

samuel disse...

Há quem pense que é... e o resultado está à vista.

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Mas não podemos desistir. Nada de remandos ou alternâncias. A vitória é difícil, mas é nossa.

Um beijo.