POEMA

AO MEU PARTIDO


Deste-me a fraternidade com os desconhecidos.
Juntaste a mim a força de todos os que vivem.
Voltaste a dar-me a pátria como num nascimento.
Deste-se a liberdade que não tem quem está só.
Ensinaste-me a acender a bondade, como o lume.
Deste-me a rectidão de que precisa a árvore.
Ensinaste-me a ver a unidade e a diferença dos irmãos.
Mostraste-me como a dor de um ser morreu na vitória de todos.
Ensinaste-me a dormir na cama dura dos que são meus irmãos.
Fizeste-me construir sobre a realidade como sobre a rocha.
Fizeste-me inimigo do malvado e muro do colérico.
Fizeste-me ver a claridade do mundo e como é possível a alegria.
Fizeste-me indestrutível pois contigo não termino em mim próprio.


Neruda

6 comentários:

samuel disse...

Que outra realidade o conseguiria?

Abraço.

Maria disse...

Um dos poemas mais belos 'ao Partido'!
Estamos de parabéns!

Um beijo muito grande para ti
e um abraço muito especial.

Justine disse...

Que bela declaração de militância partidária!

svasconcelos disse...

Grande poema para o grande partido!

beijo,

Graciete Rietsch disse...

Este poema maravilhoso de Neruda adapta-se muito bem ao nosso Partido.

Um beijo.

Anónimo disse...

pois...
e este ser que em nós existe
tem nas mais belas das verdades
outro ser que a elas resiste:
manifesta-se no amago da humanidade,
esquece ou sabe tanto de racionalidade
que não esquece a hierarquia do animal.
infeliz de se saber abestado, contente por o saber
mas impotente perante esta realidade,
que faz do espelho o pior inimigo da sua suposta consciencia.
abraço do vale