TÍTULO:
«O mundo está a perder a paciência com Muammar Khadafi»
CENÁRIO:
O mundo que está a perder a paciência
ARGUMENTO: média dominantes
ADEREÇOS: democracia, liberdade, direitos humanos, ajuda humanitária
MÚSICA: Vira o disco e toca o mesmo
PERSONAGENS E FALAS (por ordem de entrada em cena):
OBAMA: «Todas as hipóteses estão em cima da mesa» - «Os EUA vão manter a pressão até Khadafi abandonar o poder».
DAVID CAMERON (primeiro-ministro britânico): «É inaceitável que Khadafi possa usar os seus aviões e helicópteros para matar o seu próprio povo»
PENTÁGONO: «Temos em marcha planos de contingência»
ANÓNIMO 1: «É necessário criar uma zona exclusiva aérea (ZEA) para impedir Khadafi de - como ameaçou - bombardear os manifestantes»
GENERAL JAMES MATTIS (Chefe do Comando Central dos EUA): «Criar uma ZEA pressupõe a destruição prévia da defesa anti-aérea líbia»
DAVID CAMERON: «Temos aviões em Malta prontos a voar num prazo muito curto»
CRONISTA DO PÚBLICO: «O Egipto já tomou medidas para começar a armar e treinar o exército de Bengasi e acelerar a queda de Khadafi»
VOZ OFF: «Os EUA enviaram para o Mediterrâneo centenas de marines em dois navios anfíbios»
Hillary Clinton: (os marines) «Destinam-se a apoiar a evacuação e a prestar apoio humanitário»
ANÓNIMO 2: «Não há ainda unanimidade sobre o caminho a seguir para travar a violência»
FIM DA 1ª PARTE
(a 2ª parte segue dentro de momentos)
16 comentários:
É certamente o filme com o nome «a desgraça».
Onde no intervalo ninguém fica a fumar o seu cigarro e a encomendar pipocas porque a segunda parte será- todos entende que sim...- uma repetição da primeira.
Um abraço.
Fernando Samuel
Um bom post no blog. Fico ansioso pela 2ª parte- só do post.
Vitor sarilhos
Ou de como, subitamente, o caso líbio se transformou num caso tão diferente dos outros!
Abraço.
E a segunda parte será em nome dos direitos humanos, o massacre de povos. São assim as intervenções humanitárias dos EUA, UE, e NATO. Crimes de guerra em nome do capital. E nós continuaremos sempre a lutar até à derrota final do Império.
J.N.
É isso tudo!
Primeiro, tiraram-se, quase à força nalguns casos, os "europeus" e eventuais assimilados lá do sítio líbio, agora... segue-se o resto, se possível com o aval das Nações Unidas. Se não for possível... faz-se uma reunião nos Açores!
Infelizmente não é muito difícil imaginar a 2ª parte... até porque se sabe bem o grande interesse humanitário que motivou esta película.
(bem argumentado, o teu post)
Um beijo,
“ Hillary Clinton: (os marines) «Destinam-se a apoiar a evacuação e a prestar apoio humanitário»”
Até que nem lhe fica mal, só que, entre Khadafi e Mubarak, venha o diabo e escolha. Então porquê esta dualidade de critérios???
E o empate prevalece...
Este guião é excelente. É aquilo que se está a passar. Dá para ver e perceber que a Líbia não é a Tunísia, nem o Egipto. Não é também a «revolução dos cravos» que escreveu o Eduardo Lourenço no «Público» (Orgão Central da Sonae), com aquela fotografia ridícula, de suspensórios, de braços cruzados, em posição de desafio ao leitor.
(Jorge)
Já esteve mais longe... de não ser filme...
Um beijo grande.
Desde Hiroshima que conhecemos os serviços humanitários dos EUA. Para não falar nos Índios!
Este frenezim apologético da causa Khadafi, tem como pano de fundo pretender que se trata de uma posição anti-imperialista consequente. Só que a história recente e os factos actuais desmentem sem ambiguidades essa pobre intenção. Das duas uma: ou se está perante uma encenação pseudo anti-imperialista para se defender determinados fins mais ou menos obscuros ou então estes sujeitos caiem na armadilha fácil de que basta a ameaça interventiva do imperialismo para se ficar no outro lado da barricada. Sendo este um argumento de peso, pergunta-se então: porque razão o mesmo não aconteceu com Saddam Hussein no Iraque e com os Talibãs no Afeganistão? Porque razão então transformam Bin Laden num malfeitor da pior espécie e porque razão Khadafi é um sujeito querido desta gente? Com esta confusão e com este tipo de contradições incontroláveis e desmedidas a opinião pública não pode levar a sério esta gente que a pretende esclarecer e dirigir.
As notícias de que Kaddafhi tinha mobilizado a força aérea contra a população não se confirmaram no terreno.
As imagens recolhidas pelo exército russo confirmam não ter existido qualquer ataque aéreo em Benghazi e que Tripoli continua em poder do actual governo líbio.
Os ataques que a comunicação social diz ter havido, simplesmente não ocorreram.
No entanto, há pouco, na Rádio África, o correspondente português falava em constantes ataques aéreos da aviação de Kaddafhi contra alvos civis em Benghazi. O «Público» também descrevia uma situação de caos em Benghazi, com muitos mortos e feridos.
Enfim, uma enorme confusão, já para não falar em «aldrabice pegada».
(Jorge)
Jorge,
Kadafi, como Mubarak ou o Ali não sei quantos, são dois fascinaras encartados e ponto final.
Qualquer coisa que se diga a seu favor….
Fritos no molho uns dos outros era pouco
Caro amigo Bolota, não se trata de dizer bem ou mal. Interessa mas é ver a «aldrabice» que anda a ser dita na rádio, nos jornais e nas televisões. As verdades sobre os «ditos cujos», depois «a gente» vem a saber no futuro, pois há sempre quem queira saber mais um pouco e faça aquilo que estes jornalistas de «trazer por casa» não fazem que é investigar, ir ao fundo da questão. Um abraço para ti e toda a tua família.
(Jorge)
Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso.
Brecht.
Não estou a gostar nada deste filme!
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