POEMA

OS CANTOS DOS HOMENS


Os cantos dos homens são mais belos que os homens,
mais densos de esperança,
mais tristes,
com uma vida mais longa.

Mais do que os homens eu amei os seus cantos.
Consegui viver sem os homens
nunca sem os cantos;
aconteceu-me ser infiel
à minha bem amada
mas nunca ao canto que para ela cantei;
nunca também os cantos me enganaram.

Qualquer que fosse a sua língua
sempre compreendi os cantos.

Neste mundo,
de tudo o que pude beber e comer,
de todos os países por onde andei,
de tudo o que pude ver e ouvir,
de tudo o que pude compreender,
nada, nada
conseguiu fazer-me tão feliz como os cantos...


Nâzim Hukmet

8 comentários:

Anónimo disse...

Mas, Cantemos Sim!
Abraço

Graciete Rietsch disse...

Cantemos oa dias que hão-de chegar, com a luta que sempre será incentivada pela acção e a poesia de seres como Nâzim Hukmet.

Um beijo.

A CHISPA ! disse...

"Mais do que os homens eu amei os seus cantos.
Consegui viver sem os homens
nunca sem os cantos;
Aconteceu ser infiel
à minha bem amada
mas nunca ao canto que para ela cantei;
Nunca também os cantos me engaram"

Quando a direcção do PCP, mandata o operário J.de Sousa, fazer esta declaração:"não desejamos que o Governo caia,mas sim uma mudança radical nas politicas"
Afirmação esta, que se insere perfeitamente e está na linha das proferidas pela UGT:"Estamos contra as medidas de austeridade,mas não se pense que estamos contra o governo"

O que quer dizer que em "ultima" circunstância e dado que a queda do governo, obrigaria a eleições só em Maio, o PCP estava disposto a alterar a sua posição em relação ao OGE, para evitar a queda do governo, ou seja evitar um mal maior para o País (entenda-se para a burguesia capitalista)posição esta que é uma consequência directa da pressão burguesa e capitalista que a direcção do PCP se deixou à longos anos submeter.

Pode-se concluir que enquanto o poeta,apenas foi infiel à sua bem amada, a direcção do PCP não está apenas a ser infiel á sua bem amada (classe operária) de outros tempos. Mas sim também aos "cantos" que para ela cantou em 1929 até 1934.
Por fim,pela sua deslealdade desmedida,deixou-se enganar pelos cantos dos outros.

A Chispa! deseja ardentemente que os companheiros, pensem e analisem profundamente as palavras do poeta e as transportem para a realidade actual e para a luta que é preciso travar.

Bem hajam

A Chispa!

Justine disse...

É um poderoso meio de comunicação, o canto. Como o é a poesia!

samuel disse...

Ora aí está um belo poema para me "animar"... :-)))

Abraço.

Maria disse...

Este poeta é excepcional!

Um beijo grande.

Graciete Rietsch disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Samuel disse...

Anónimo: cantemos sempre.
Um abraço.

Graciete Rietsch: e, ao som dos cantos dos homens, lutemos por esse dia...
Um beijo.

A Chispa: pois.

Justine: dos mais fortes.
Um beijo.

samuel: se não foi, podia ter sido feito a pensar em ti...
Um abraço.

Maria: estou de acordo.
Um beijo grande.