O QUE DAVA, SEI EU...

Quem está a viver momentos de dramática aflição e de pungente angústia com as medidas do PEC3 - especialmente no que respeita aos cortes nos salários - é o deputado Ricardo Gonçalves, do PS...
Não que esteja em desacordo com as ditas medidas. Pelo contrário: acha-as todas inevitáveis; acha até que já deviam ter sido tomadas há mais tempo; e acha, ainda, que é necessário que sejam muito bem explicadas ao povo.

A questão é que com o anunciado corte nos salários, ele, Ricardo Gonçalves, deputado do PS, «quase fica sem dinheiro para comer» - e isso é intolerável...
E é com a ameaça da fome a toldar-lhe a razão e o raciocínio que explica: «Estamos todos a apertar o cinto, mas os deputados são de longe os mais atingidos na carteira» - especialmente os «deputados da província», como é o seu caso, que têm que «pagar viagens, alojamento e comer fora».

E sempre a explicar... explica-se: «Ganho 3 700 euros por mês. E tenho mais 60 euros de ajudas de custo por dia»
E pergunta: «Acha que dá para tudo?»
E responde: «Não dá».

Claro que «não dá»...
O que dava, sei eu: era pôr o senhor Gonçalves a ganhar o mesmo que ganha a imensa maioria dos portugueses, ou seja: menos de um décimo do salário do deputado Gonçalves - e com efeitos retroactivos.
Ele bem o merecia - tanto mais que não só está de acordo com as medidas tomadas, como acha que vieram tarde....

12 comentários:

samuel disse...

Há mais uma enorme quantidade de coisas que também "dariam" para o esfaimado deputado... mas não quero avacalhar-te a caixa de comentários.

Abraço.

svasconcelos disse...

Quando ouvi esta declaração, inflei de indignação. Era mesmo de lhe eninar a viver com o ordenado mínimo e talvez as suas declarações não fossem tão despropositadas e vergonhosas.E desrespeitosas para quem luta diariamente pela sua sobrevivência.
Um beijo,

Antonio Lains Galamba disse...

é um filho da... burguesia.

abraço

Graciete Rietsch disse...

Muito gostava de os ver a viver com o ordenado mínimo!!!!!

Abraços.

filipe disse...

Só as "ajudas de custo" para o senhor deputado (hesitei bastante se não deveria trocar este último "a" por um "e"), com 60 eurosx30 dias, dá 1.800 euros, mais o "magro" vencimento de 3.700, soma a bonita quantia mensal de 5.500 euros!
À vista de muitos outros "políticos" e "homens públicos", até não é muito... - a diferença é que este anda desbocado e sem ninguém que lhe ordene contenção na avidez "pública"!
Um abraço.

Zambujal disse...

Esse espécimen é daquela raça que tem os olhos voltados para dentro. Só vê o umbigo e através dos mal cheirosos intestinos!
Está muito bem onde está...

Um abraço

duarte disse...

se mora na provincia , que compre um burro e uma carroça.
sempre dá para partilhar a palha.
do vale , um abraço.

Hilário disse...

eu punha o bicho a viver com o subsidio de desemprego.
Um Abraço

Manuel Rodrigues disse...

As declarações do deputado Ricardo Gonçalves juntamente com aquelas que fez Almeida Santos ou Mário Soares a justificar as medidas de autêntico saque do Governo "são farinha do mesmo saco": vozes do dono bem pagas para defender os sacrossantos interesses do grande capital. Pena é que este deputado com estas declarações só desacredite e desgaste a função em que foi investido. Ou será que o senhor deputado acha que também deveria ser pago pelo desgaste e descrédito que as suas declarações provocam na mais importante das instituições democráticas da nossa República?...Se calhar por isso, é que se queixa do baixo soldo.

Zé Canhão disse...

A besta precisa de muita palha.

miguel disse...

ignóbil, nojento e disparatado. o homem não tem a mínima noção do quão revoltante é dizer uma coisa destas. Mas o mais grave é que isto demonstra bem o quão desligados da vida real das pessoas, dos trabalhadores, do povo, dos jovens, dos reformados e pensionistas estão estas criaturas. O quão longe das preocupações dos portugueses estão os interesses ocultos que comandam os destinos do país e do Estado.

nota de rodapé: o homem queixa-se mas nunca (NUNCA MESMO) o vi comer na cantina da Assembleia. Vai sempre ao Restaurante. A diferença de preço é de 4,90 euros (na cantina) para um préço médio de 20 a 25 euros (no restaurante da AR, incluindo o vinho de que estou certo que ricardo rodrigues não abdica) e atinge valores mais altos nos restaurantes da zona de S. Bento como não é difícil imaginar.

nota de rodapé 2: o que vale é que o bando de parasitas que conduz o destino do Estado não é eterno, e que o povo assumirá essa tarefa assim a coragem e a consciência falem mais alto que o receio e a ignorância.

Maria disse...

Punha-o com o ordenado mínimo durante um ano. Sem mais nada. Para ele ver como era. E sem acesso à sua conta bancária.

Um beijo grande.