POEMA

AVISO


A noite que precedeu a sua morte
foi a mais breve de toda a sua vida
Pensar que estava vivo ainda
era um fogo no sangue até aos punhos
A sua força era tal que ele gemia
Foi quando atingia o fundo deste horror
que o seu rosto num sorriso se lhe abriu
Não tinha apenas um único camarada
mas sim milhões e milhões de camaradas
para o vingarem sim bem o sabia
E então para ele ergue-se a alvorada


Paul Éluard

6 comentários:

Maria disse...

Ainda que um único pudesse bastar...
Muito forte, esta "libertação"...

Um beijo grande

samuel disse...

E com essa certeza, tudo fica explicado, todo o sacrifício justificado...

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Maria: um bastaria... um milhão é melhor...
Um beijo grande.

samuel: e o FUTURO conquistável...
Um abraço.

Ana Camarra disse...

Eu juro que não encomendei, mas é um da galeria dos favoritos.

beijos

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: foi como se tivesses encomendado..

Um beijo.

GR disse...

Lembrei-me de uma noite assim.
Não só no seu país, mas no mundo
milhões e milhões de camaradas,
Que com ele seguiam!
Lembrei-me de um dia assim!

Bjs,

GR