POEMA

DE PÉ, OH COMPANHEIRO


Cantar aqueles que partiram
é dar força à liberdade
as flores vermelhas que os cobriram
tornaram alegre a saudade.

Foi naquela tarde de Maio
que lhes dissemos adeus
quem disser adeus em Maio
nunca se afasta dos seus.

De pé, de pé oh companheiro!
De pé e punho levantado
o que morreu é o primeiro
a estar de pé ao nosso lado.

Quem tombar no caminho
continua ao nosso lado
partir não é estar sozinho
é lutar acompanhado.

Por isso os que não ficaram
nem calados nem cativos
em Maio não nos deixaram
pois para nós só há vivos.

Na batalha que travamos
não há tristeza nem morte
a bandeira que levamos
é a razão do mais forte.

Baixando à terra com ela
quem morre devolve à terra
a semente ainda mais bela
contra a fome e contra a guerra.


José Carlos Ary dos Santos

8 comentários:

rapariga do tejo disse...

Lindo, magnífico!!!

É lindo o nosso Partido,
É lindo o nosso Poeta,
Tão lindo e tão profundo que é tamanha a nossa força e persistência por um mundo mais justo e humano...

Não conhecia este poema e ler poesia no Cravo de Abril é um prazer inegualável..

Obrigado camarada

vovó disse...

não sei há quantos anos, fiz coro na gravação desta canção, interpretada, e muito bem, pela Luisa Basto.
Obrigada, por teres (em) vindo "adoles-Ser" comigo e com os "meus meninos" :)!

"aquela noite de natal", está a encher-me o coração e a alma. bem hajas!!!
beijocasssss

Ana Camarra disse...

Há tanto tempo que não "ouvia" isto...
Que arrepio, não esqueci ia sussurrando as palavras antes de as ler.

Obrigado uma vez mais

samuel disse...

A ver se para a semana convenço a Luisa a incluir esta no "nosso" reportório.
Pelo sim pelo não. vou relembrando os acordes...

Sal disse...

Poema duma força tal que, vinda ali de outro espaço cá de casa, e entrando aqui de repente, no Cravo de Abril, no poema do Ary, deu-me uma espécie de calafrio...
Porque se não se continuar esta luta... que será dos nossos filhos, dos nossos netos?

beijinhos
(e obrigada)

Maria disse...

Palavras eternas do nosso eterno Ary!
E um arrepio, sei lá porquê...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

rapariga do tejo: a nossa luta é bela e os nossos poetas cantam-na de forma sublime.
um beijo amigo.

vovó: foi um maravilhoso adoles-ser: obrigado.
Um beijo.

Ana Camarra: também eu há muito tempo que não a «cantava»...
Um beijo.

samuel: força, já tenho saudades de ouvir esta ao vivo.
Um abraço.

Sal: é isso que o Zé Carlos nos diz: esta luta é para continuar até à vitória final.
Um beijo.

Maria: o Zé Carlos provoca-nos sempre arrepios.
Um beijo grande.

GR disse...

Não consigo dissociar esta letra da música.
Tantas vezes cantada!
Samuel,
será que te ouviremos a cantar esta?

GR