ESTAMOS ENTENDIDOS

Na opinião do presidente da CIP, Francisco van Zeller, se nenhum partido obtiver a maioria absoluta nas próximas legislativas, então, «deverá ser formado um governo de Bloco Central».
Tal governo é indispensável, diz ele, para garantir «a estabilidade necessária para enfrentar a crise».

Ou seja: para o grande capital, em cujas garras a política de direita iniciada por Mário Soares depositou o poder, a continuação dessa política é uma questão crucial - e tanto melhor se o governo de serviço, seja ele do PS ou do PSD, dispuser da maioria absoluta.
Se nenhum dos dois partidos obtiver essa maioria, então... entendam-se para que a política de direita possa continuar a ser aplicada em «estabilidade»: foi isto que o presidente da CIP, em nome dos donos disto tudo, veio dizer.
Dito de outra forma: para o grande capital, tanto faz que o governo seja PS, ou PSD, ou PS/PSD - com ou sem outro(s) partido(s) atrelado(s) - : o que é preciso é que o governo, com maioria absoluta, prossiga a política que serve os interesses do grande capital

Avaliando o quadro partidário nacional, o presidente da CIP - sempre a pensar no governo «necessário» - expôs a sua visão das coisas: o PS e PSD têm, naturalmente, «posições conciliáveis», tal como, «eventualmente», o CDS, e «o BE tem muitas propostas interessantes» que só não são já aplicáveis devido à crise.
Quanto aos comunistas é que não há nada a fazer: «As soluções apresentadas pelo PCP são conhecidas e levam-nos à Coreia do Norte e a Cuba, portanto não nos interessa».

Reconheça-se que, distinguindo, com rigor, o PCP dos restantes partidos - e confirmando que o PCP é um partido diferente dos que são todos iguais - este representante do grande capital dá provas de notável coerência e de apurado sentido de classe...
Perdoe-se-lhe o não ter resistido à tentação de atribuir às «soluções apresentadas pelo PCP» destinos que elas, inequivocamente, não têm.
Mas até isso se percebe: se dissesse a verdade - isto é, que a luta do PCP tem Abril de novo como referência essencial - estaria a falar contra os interesses que representa...

«O PCP não nos interessa» - disse ele.
Pois não: o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores «não interessa» ao grande capital explorador; o Partido que tem como objectivo supremo a contrução de uma sociedade sem exploradores nem explorados «não interessa» aos que tudo fazem para manter esta sociedade assente na exploração do homem pelo homem.
Estamos entendidos.

10 comentários:

samuel disse...

Mau seria se o PCP começasse a tornar-se "interessante" para esses canalhas, como está a acontecer com alguma "esquerda"...

Abraço.

Crixus disse...

É bom que esta gente reconheça os seus interesses de classe e identifique o unico partido que não os representa, precisamente por representar os opostos, os dos tabalhadores. Acho que vou usar isto no meu blog...
Abraço

Antuã disse...

Estas afirmações deste francisco só nos deixam orgulhosos.

Antuã disse...

Ameaça de bomba na UGT?!... Agressões verbais a Vital moreira?!... Tudo no mesmo dia?!... no primeiro de Maio?!... O PS tem uma grande capacidade de montagem e de manipulação!... Já vem de longe, desde quando Mário soares fez tudo para que lhe fossem à tromba na Marinha Grande para depois aparecer como vítima.

Talina disse...

É pá, tadinho não se faz isto ao avô cantigas , ele só lá foi dar o beijinho de Judas.

Bom 1º de Maio

Abraços

Talina

Sílvia disse...

Muito bem entendidos!
E Orgulhosamente demarcados !, dessa "comitiva partidária" cada vez mais tendente a minar os direitos que se consquistaram digna e árduamente ao longo da História.
beijo,
Sílvia MV

GR disse...

Francisco van Zeller recolhesse bem os amigos do capital, ou seja, o BE, PS, CDS e PSD.
Lentamente os trabalhadores e os desempregados, estão a descobrir que o PCP é o único Partido que os defende.
Hoje, nas grandes manifestações do
1º Maio, para muitos foi a primeira vez que participaram.
No dia 23, voltam a participar!

GR

Maria disse...

Mal de nós se o Partido interessasse a Van Zeller ou qualquer outro Patrão dos patrões...
Eles que se entretenham lá com os outros, e com os que se juntaram aos outros, que nós por cá ficamos bem, obrigada! Entendidos que estamos...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

samuel: para essa gente, interessante é tudo o que apoia (ou não combate por aí além...) a política de direita.
Um abraço.

crixus: ainda bem que eles reconhecem...
Um abraço.

Antuã: ou até de mais longe ainda...
Um abraço.

Talina: o beijinho de judas, dizes bem.
Um beijo.

Sílvia MV: orgulhosamente, dizes bem.
Um beijo.

GR: dia 23 vamos à Marcha de protesto, ruptura e confiança!
Um beijo.

Maria: entendidíssimos que estamos...
Um beijo grande.

Ana Camarra disse...

Ainda bem!
No dia em que lhe interessarmos não seremos nós!

beijos