A TRAGÉDIA A FARSA E O SINAL

Passos Coelho afirmou, ontem, em tom solene, que «corrigir e inverter os erros cometidos, vai demorar duas legislaturas».
A afirmação é bem elucidativa sobre o desejo e a intenção do actual líder laranja: o desejo de substituir Sócrates no cargo de primeiro-ministro e a intenção de prosseguir a política de direita que Sócrates tem vindo a aplicar - uma política da qual PS e PSD têm sido os principais protagonistas nos últimos 34 anos.
Ao mesmo tempo, dizendo o que disse, o vivaço Coelho está já a fazer-se ao piso a dois mandatos e a adiantar os argumentos que vai utilizar para se defender da responsabilidade das consequências do prosseguimento dessa política - fingindo nada ter a ver com ela e sacudindo a água do capote designadamente em relação ao sinistro Orçamento de Estado que há dias aprovou com o PS, abençoados por Cavaco, todos obedecendo caninamente às ordens do grande capital nacional e internacional.

Trata-se, ao fim e ao cabo, de um filme já visto uma data de vezes desde 1976 até agora.
Com efeito, os 34 anos de política de direita têm constituído uma tragédia e uma farsa.
A tragédia é visível no estado desgraçado a que essa política conduziu o País e que o Orçamento de Estado agora aprovado vai agravar brutalmente.
A farsa é representada pelos dois partidos que ao longo desses 34 anos têm levado a cabo essa política, fingindo serem adversários um do outro - inimigos, até! - quando, na realidade, estão perfeitamente sintonizados com as linhas essenciais da política de direita que executam, revezando-se, e cada um indo mais longe do que o outro no agravamento da situação dos trabalhadores, do povo e do País.
A Soares sucedeu Carneiro, a Carneiro sucedeu o reincidente Soares, que deu a vez a Cavaco, que passou o testemunho a Guterres, ao qual se sucedeu Barroso e depois , porreiro, pá!, Sócrates... Até ver...

Coelho pensa, então, que a sua vez está a chegar.
E talvez esteja, para mal do País e do povo.

No entanto, não é impossível trocarmos-lhe as voltas...
A Greve Geral do dia 24 foi um sinal.
Saibamos nós entendê-lo no seu verdadeiro significado...

6 comentários:

samuel disse...

Este país, politicamente, transformou-se numa espécie de "piolho"... com sessões contínuas...

Abraço.

Maria disse...

Saibamos nós todos converter o descontentamento na mudança necessária.

Um beijo grande.

filipe disse...

O êxito da Greve Geral, sendo como disseste um vigoroso sinal da disposição e determinação combativas de milhões de trabalhadores, foi também uma pedrada no charco da podridão política dos partidos do capital e nas teses da resignação e da conciliação de classes, estilhaçando as teorias da "incontornável" perpetuação deste esgotado "status quo" de um regime anti-democrático e anti-nacional.
Com a luta, é possível terminar as "sessões contínuas" desta farsa e começar um novo "filme", a produzir e a realizar pelos trabalhadores e por todos os portugueses patriotas.
Um abraço.

samuel disse...

Ah... e lá coincidimos... :-)))
Eu peguei-lhe logo no café da manhã, por causa do recado aos "espertalhões"...

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Todo vão passando o testemunho uns aos outros e Coelho já se vai sentindo substituto de Sócrates. Como se não fossem farinha do mesmo saco!!!!
Mas a união faz a força e ,como diz a canção, "Povo Unido" jamais será vencido.

Um beijo.

Anónimo disse...

Eu gosto muito de coelho à caçador. Mas este deve estar envenenado!