NA MINHA COURELA...
Na minha courela, enquanto a lavro,
é sempre manhã, mesmo se já noite.
O meu ofício farto
é o de cultivar sonhos.
Deito trigo à terra e nasce-me luz.
Deito luz à terra e nasce-me trigo.
Nem há mais exacta semente que esta,
que dá a colheita ao sabor da fome.
Armindo Rodrigues
3 comentários:
Deve ser porque é "A Semente"...
Abraço.
Parece simples, mas não é. São palavras prenhes de futuro, estas.
Um beijo grande.
O poeta sentia e sabia que o amanhã nasceria das sementes que ia lançando à terra.
Belo poema, Grande Armindo Rodrigues. Um beijo.
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