A TRAIÇÃO
quando do cavalo de tróia saiu outro
cavalo de tróia e deste um outro
e destoutro um quarto cavalinho de
tróia tu pensaste que da barriguinha
do último já nada podia sair
e que tudo aquilo era como uma parábola
que algum brejeiro estivesse a contar-te
pois foi quando pegaste nessa espécie
de gato de tróia que do cavalo maior
saiu armada até aos dentes de formidável amor
a guerreira a que já trazia dentro em si
os quatro cavalões do vosso apocalipse
Alexandre O'Neill
4 comentários:
Para mim, confesso, acho este poema um pouquinho difícil de entender.
Um beijo.
Este O'Neill era um génio.
Um beijo grande.
E é assim, banalizando as ameaças e confundindo tudo, que vamos ficando cada dia mais à mercê do monstro...
Abraço.
Belíssima metáfora dos enganos!
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