Luis Amado, actual MNE (e futuro... a ver vamos...) é um personagem estranho. Para mim, é claro.
Não sei porquê (ou até sei...) habituei-me a vê-lo como homem de confiança (digamos assim...) dos EUA, uma espécie de embaixador local dos interesses dos States.
Vem isto a propósito da entrevista por ele concedida (digamos assim...) ao Expresso - uma entrevista que é, ela própria, também algo estranha, na medida em que mais parece (a mim, é claro...) uma daquelas entrevistas não-se-sabe-porquê, ou seja, feitas por encomenda de alguém...
À medida que lia as perguntas do entrevistador e as respostas do entrevistado, dei comigo a pronunciar repetidas vezes, em voz baixa: aqui há gato... - não tanto pelo facto de Amado pensar o mesmo que Paulo Portas em matéria de «solução» para a actual situação nacional, mas mais pelos caminhos seguidos pelo entrevistado na «fundamentação» da sua «solução».
Começando por declarar que «esta crise está para lá de nós» (frase dúbia... ou talvez não...), Amado fez questão de informar que «os meus colegas (na UE) estranham termos um Governo minoritário no contexto de uma crise tão séria» - estranheza que, pelos vistos Amado subscreve, ao afirmar, primeiro, que «é preciso colocar os interesses do país acima dos partidários e pessoais» e, logo a seguir, que «o país precisa de uma grande coligação que permita ultrapassar a actual situação».
«Uma grande coligação» englobando, obviamente, os três partidos da política de direita - ao fim e ao cabo os mesmos que, em coligação disfarçada, durante 34 anos, são os grandes responsáveis pela situação a que o País chegou (isto digo eu e não o Amado...).
Mas «grande coligação» como? - pergunta o entrevistador - «sem eleições?» - e Amado responde sem hesitações que as eleições «neste momento são inviáveis num horizonte excessivamente longo», e a crise é séria, portanto... grande coligação sem eleições...
E, colocando os interesses do país acima dos partidários e pessoais, proclamou, patriótico:
«Estou disposto a ceder o lugar para uma solução de estabilidade».
»Ceder o lugar»?: a quem? e a troco de que outro lugar?...
Bom, receio bem que, neste caso, se trate de gato escondido com o rabo de fora...
Mas, tratando-se ou não disso, de uma coisa estou certo: aqui há gato...
9 comentários:
«O barro já ele atirou à parede», vamos ver se cola.
Um abraço.
Cede o lugar para, depois, ocupar o lugar de primeiro ministro...
A Bem da Nação...
Há gato, sem dúvida, e há mais uma das nossas coincidências. Será com gosto que vou ter que fazer um "upgrade" ao texto que já estava escrito para sair logo às zero e um segundo... para além do link para aqui, evidentemente.
Abraço.
Até eu,que já vejo mal,mas vejo cada coisa,le vejo o rabo daqui,ao gato claro.
Um abraço,
mário
... parece-me mais um rabo escondido com o gato de fora...
Um abraço
Mais uma sacanice na manga.
Quer dizer, prepara-se um regresso ao passado. Veremos se conseguirão!!!!!
Um beijo.
E ao gato daqui o pm disse que concordava... deve ser mesmo um grande gato!
Um beijo grande.
joão l.henrique: o futuro o dirá...
Um abraço.
Jorge: pode muito bem ser essa a ideia dele...
Um abraço.
samuel: e fizeste um magnífico texto.
Um abraço ( e até à próxima coincidência...)
mário: só não vê quem...
Um abraço.
do Zambujal: é capaz de ser mais isso, de facto...
Um abraço.
Medronheiro: e outras se seguirão...
Um abraço.
Graciete Rietsch: não vamos deixar.
Um beijo.
Maria: um gatarrão!...
Um beijo grande.
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