POEMA

(E o vento trouxe este coro de presos do Aljube.)


«Houve, Noite:
só nós, os que não acreditamos no céu,
tivemos coragem de gritar a esta carcaça a fingir de vida: NÃO!

Nós, sem morte nem mundo,
para aqui a apodrecer nas tumbas do sol secreto
e a sonhar com um céu para os outros na Terra
que só o ódio vê.

E é esta a nossa guerra.
E é esta a nossa fé.»


José Gomes Ferreira

6 comentários:

samuel disse...

Bela "profissão de fé"!

Abraço

Maria disse...

É esta a nossa luta!

Um beijo grande

Justine disse...

A fé de quem não acredita no céu - a única!

Ana Camarra disse...

Fernando Samuel

Lá estás tu!
Isso nunca existiu, o fascismo nunca existiu,nem as prisões politicas, vivia-se bem, pobrezinhos mas honestos, descalços mas dignos, esfomeados mas crentes, isolados mas orgulhosamente sós.
O 25 de Abril é que estragou tudo, a malta ia á tropa faziam-se uns homens, começava-se a trabalhar de pequeno para dar valor á vida, havia respeito, as mulheres não fumavam e aceitavam o redil dos donos, os ricos no seu lugar e os pobres também, com Deus manda!
Vieram estes lunáticos estragar isto tudo!

beijos

Ana Camarra disse...

Fernando Samuel

Agora li outra vez o que escrevi, desculpa mas estou enrrezinada com meia dúzia de parvoices com que me brindaram!

BEIJOS GRANDES

Fernando Samuel disse...

samuel: sem dúvida.
Um abraço.

Maria: até à vitória final - que há-de chegar.
Um beijo grande.

Justine: que é confiança, convicção - crer no Homem.
Um beijo.

Ana Camarra: nesse caso continua enrezinada - e continua a escrever como escreveste...
Um beijo.