Realizou-se em 29 e 30 de Maio de 1926, em Lisboa, nas instalações da Cooperativa Caixa Económica Operária.
Na véspera, ocorrera o golpe militar do 28 de Maio que instaurou a Ditadura.
Não é difícil imaginar as circunstâncias em que decorreram os trabalhos do Congresso...
Presentes, estavam 105 delegados, em representação de 54 organizações de diversos pontos do País.
No balanço do trabalho realizado, foram realçados os esforços desenvolvidos de acordo com uma orientação do congresso anterior: construir a unidade de acção dos trabalhadores face ao perigo fascista. Esses esforços visavam, essencialmente, estabelecer uma frente com a CGT, então dominada pelos anarco-sindicalistas.
Esforços inglórios já que, estes, numa postura fortemente anticomunista - e não obstante a evidência crescente do perigo fascista - rejeitaram todas as propostas feitas.
Esta Moção, aprovada pelos delegados ao II Congresso, é bem elucidativa da situação que se vivia:
«O II Congresso do Partido Comunista Português, reunido na sua sessão de encerramento,
considerando:
- que o movimento insurreccional que acaba de produzir-se em Portugal representa de facto o triunfo da reacção fascista;
- que para a sua eclosão e para a sua vitória contribuiram todos os partidos burgueses;
- que o sintuitos que animam os novos assaltantes do poder se dirigem muito especialmente contra o proletariado, para salvar a situação difícil em que se debate o capitalismo;
resolve:
- chamar a atenção dos trabalhadores e dos seus organismos a fim de se criar uma acção comum contra a atroz repressão que, sem dúvida, os novos governantes vão desencadear sobre o país e que atingirá de preferência o operariado para entregá-lo manietado de pés e mãos aos exploradores do seu esforço».
As previsões do Congresso confirmaram-se: a Ditadura desencadeia uma forte vaga repressiva, centenas de dirigentes operários e de militantes comunistas são presos, e pouco depois a Sede do PCP é encerrada.
A instauração da ditadura fascista coloca às diversas forças políticas a necessidade de encontrarem novos caminhos de resposta à nova situação.
O PCP é o alvo prioritário dos fascistas. Com inúmeros militantes na prisão; não dispondo de uma organização sólida e estruturada; sem quadros com a experiência e a preparação política e ideológica exigidas - e, para além disso, atingido por várias traições e deserções (incluindo o secretário-geral eleito no I Congresso, Carlos Rates, que pouco depois do golpe passou a ser jornalista responsável no jornal fascista Diário da Manhã) - o Partido vive momentos de grande desorganização e desorientação.
Nos restantes partidos a situação é ainda mais grave.
Deste quadro complexo e difícil, a realidade viria a confirmar que apenas um partido estava à altura da situação: o Partido Comunista Português.
Três anos após a implantação da Ditadura - na Conferência de Abril de 1929 - o Partido, contando apenas com 40 militantes, começa a organizar-se nas condições de clandestinidade que lhe são impostas.
Bento Gonçalves, jovem operário do Arsenal, activista sindical - designado secretário-geral do Partido - desempenha nesse processo de reorganização um papel decisivo, quer no combate às concepções anarquistas; quer na ligação do Partido à classe operária; quer na formação de organizações partidárias e na atenção especial dada ao trabalho sindical.
«São fundamentalmente militantes operários, forjados na luta sindical, que vão fazer do PCP um partido revolucionário, marxista-leninista, capaz de lutar nas condições da clandestinidade».
Na véspera, ocorrera o golpe militar do 28 de Maio que instaurou a Ditadura.
Não é difícil imaginar as circunstâncias em que decorreram os trabalhos do Congresso...
Presentes, estavam 105 delegados, em representação de 54 organizações de diversos pontos do País.
No balanço do trabalho realizado, foram realçados os esforços desenvolvidos de acordo com uma orientação do congresso anterior: construir a unidade de acção dos trabalhadores face ao perigo fascista. Esses esforços visavam, essencialmente, estabelecer uma frente com a CGT, então dominada pelos anarco-sindicalistas.
Esforços inglórios já que, estes, numa postura fortemente anticomunista - e não obstante a evidência crescente do perigo fascista - rejeitaram todas as propostas feitas.
Esta Moção, aprovada pelos delegados ao II Congresso, é bem elucidativa da situação que se vivia:
«O II Congresso do Partido Comunista Português, reunido na sua sessão de encerramento,
considerando:
- que o movimento insurreccional que acaba de produzir-se em Portugal representa de facto o triunfo da reacção fascista;
- que para a sua eclosão e para a sua vitória contribuiram todos os partidos burgueses;
- que o sintuitos que animam os novos assaltantes do poder se dirigem muito especialmente contra o proletariado, para salvar a situação difícil em que se debate o capitalismo;
resolve:
- chamar a atenção dos trabalhadores e dos seus organismos a fim de se criar uma acção comum contra a atroz repressão que, sem dúvida, os novos governantes vão desencadear sobre o país e que atingirá de preferência o operariado para entregá-lo manietado de pés e mãos aos exploradores do seu esforço».
As previsões do Congresso confirmaram-se: a Ditadura desencadeia uma forte vaga repressiva, centenas de dirigentes operários e de militantes comunistas são presos, e pouco depois a Sede do PCP é encerrada.
A instauração da ditadura fascista coloca às diversas forças políticas a necessidade de encontrarem novos caminhos de resposta à nova situação.
O PCP é o alvo prioritário dos fascistas. Com inúmeros militantes na prisão; não dispondo de uma organização sólida e estruturada; sem quadros com a experiência e a preparação política e ideológica exigidas - e, para além disso, atingido por várias traições e deserções (incluindo o secretário-geral eleito no I Congresso, Carlos Rates, que pouco depois do golpe passou a ser jornalista responsável no jornal fascista Diário da Manhã) - o Partido vive momentos de grande desorganização e desorientação.
Nos restantes partidos a situação é ainda mais grave.
Deste quadro complexo e difícil, a realidade viria a confirmar que apenas um partido estava à altura da situação: o Partido Comunista Português.
Três anos após a implantação da Ditadura - na Conferência de Abril de 1929 - o Partido, contando apenas com 40 militantes, começa a organizar-se nas condições de clandestinidade que lhe são impostas.
Bento Gonçalves, jovem operário do Arsenal, activista sindical - designado secretário-geral do Partido - desempenha nesse processo de reorganização um papel decisivo, quer no combate às concepções anarquistas; quer na ligação do Partido à classe operária; quer na formação de organizações partidárias e na atenção especial dada ao trabalho sindical.
«São fundamentalmente militantes operários, forjados na luta sindical, que vão fazer do PCP um partido revolucionário, marxista-leninista, capaz de lutar nas condições da clandestinidade».
6 comentários:
Que outro Partido, tem este glorioso passado de luta, nas condições mais adversas?
Onde estavam os palhaços, que hoje se arrogam defensores da democracia?
Quem é que vai ensinar o quê, aos militantes comunistas?
Dêm-nos o direito, de lutar em pé de igualdade, com todos os outros Partidos!
Dêm-nos o direito de nos defendermos de acusações torpes!
Provem-nos que são democratas!
José Manangão
josé manangão: este ano temos Congresso, camarada, e temo que participar todos no processo preparatório - para que o Partido fique mais forte, como todos queremos.
Abraço grande para ti.
Ora bem estamos em casa, pois então!
xica: estamos em casa, pois claro. ainda bem que vieste.
Continuo a ler e fotocopiar.
Vamos dar oportunidade aos leitores do Avante! da minha terriola, também poderem ler estas memórias.
GR
gr: que os 50 mil do 1 de Março - mais os que lá não estiveram - participem no debate preparatório do XVIII Congresso!
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