CANTIGA DO ÓDIO
O amor de guardar ódios
agrada ao meu coração:
se o ódio guardar o amor
de servir a servidão.
Há-de sentir o meu ódio
quem o meu ódio mereça:
ó vida, cega-me os olhos
se não cumprir a promessa.
E venha a morte depois
fria como a luz dos astros:
que nos importa morrer
se não morrermos de rastros?
Carlos de Oliveira
2 comentários:
Deixou-nos tão cedo, Carlos de Oliveira.
Como concordo com as suas palavras.
GR
gr: e tão esquecido! e tão silenciado!, apesar de ser «só» um dos maiores poetas portugueses...
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