POEMA

SONETO IMPERFEITO
DA CAMINHADA PERFEITA


Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
em que os poetas são os próprios versos dos poemas
e onde cada poema é uma bendeira desfraldada.

Ninguém fala em parar ou regressar.
Ninguém teme as mordaças ou algemas.
- O braço que bater há-de cansar
e os poetas são os próprios versos dos poemas.

Versos brandos... Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: Sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas,

Que possam perturbar a nossa caminhada,
onde cada poema é uma bandeira desfraldada
e os poetas são os próprios versos dos poemas.


Sidónio Muralha

2 comentários:

Anónimo disse...

Lembras-te quando dissemos este poema, todos em coro, naquele pic-nic na Serra de Sintra?

Um abraço

João

Fernando Samuel disse...

Então não lembro! E na sessão do Arlindo Vicente, no Ginásio do Liceu Camões (com pides por todo o lado),quando o Armindo Rodrigues terminou aquele discurso cheio de força e de confiança e nós começámos: «Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas«... e o Armindo, no final, deu-nos um abraço...

Abraço grande, João.