OS CONGRESSOS DO PCP

Realiza-se este ano (29 e 30 de Novembro e 1 de Dezembro, no espaço multi-usos do Campo Pequeno) o XVIII Congresso do PCP.
A propósito, o Cravo de Abril convida os seus visitantes a participar numa breve visita-guiada a anteriores congressos do Partido.
Comecemos por visitar o

I CONGRESSO DO PCP

Dois anos e oito meses após a fundação do Partido, realiza-se o I Congresso do PCP.
A primeira reunião magna dos comunistas portugueses decorreu em Lisboa, nos dias 10 e 11 de Novembro de 1923, no Centro Socialista Português e no Sindicato do Pessoal da Marinha e Cordoaria Nacional.

Antes, o jornal O Comunista havia publicado um projecto de Teses que foi submetido a debate nas diversas organizações partidárias - iniciando, assim, uma prática que se manteve até aos dias actuais, mesmo durante os anos difíceis da clandestinidade.

No Congresso participaram 118 delegados, oriundos de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, São Manços, Beja, Tomar, Torres Novas, Coruche, Amadora e Barcarena.
Representavam 33 Comunas - assim eram designadas, então, as organizações partidárias.

O Congresso, que elegeu Carlos Rates como secretário-geral do Partido, debateu e aprovou os Estatutos do Partido e um Programa de Acção no qual podia ler-se, designadamente:
«O proletariado deve, na sua multiplicidade reconstrutiva e demolidora, combater a burguesia nas suas próprias instituições de classe, políticas e económicas. Por isso, (o PCP) preconiza a acção parlamentar, não como uma acção primordial e essencial, mas como uma acção conveniente para o exercício permanente da crítica e do combate à organização social de hoje, e ainda como meio de propaganda e difusão das ideias comunistas».

E, noutro passo:
«Sendo o PCP de opinião que é preciso conquistar a mulher para a causa da Emancipação Humana, empregará todos os esforços para criar uma organização comunista feminina, defendendo desde já o princípio da igualdade dos salários para os dois sexos na mesma espécie de trabalho».

Os congressistas aprovaram uma Resolução sobre a Questão Agrária que apontava como objectivo que «o camponês detenha a terra que possa frutificar com o seu braço» - e reclamava ao «governo burguês» o «horário das oito horas» para o proletariado agrícola, à semelhança do que já acontecia com o operariado industrial.

O Congresso condenou a repressão do governo republicano contra os trabalhadores e manifestou a sua solidariedade para com os «militantes comunistas e sindicais» que se encontravam nas prisões - muitos dos quais haviam enviado saudações ao Congresso.

«A unidade da classe operária» foi definida como condição indispensável para combater a realidade que era «o perigo do fascismo».

Esteve presente e interveio no Congresso, o Delegado da Internacional Comunista, Humberto Droz - em honra do qual a Comuna da Amadora organizou um «jantar de homenagem e de confraternização».
No final, «o célebre guitarrista Armandinho e Georgino de Sousa deliciaram o auditório executando variações de fados e outro números de música».

2 comentários:

Anónimo disse...

Convite aceite.
Já apertei o cinto (e preparei os lenços) para a viagem.

Fernando Samuel disse...

zambujal:a seguir... é o II, depois o III... e lá chegaremos: ao XVIII.
Um abraço.