POEMA

SONETO


Sete anos de pastor, Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la:
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se não a tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!

Camões

9 comentários:

Justine disse...

Ah, FS, homens destes já não há, e é uma pena :))

samuel disse...

Continuemos pois a lutar pelo que nos pede o coração, sem nos contentarmos com o que nos "impingem"...

Sal disse...

Não me falem de coração, hoje...

Sal disse...

Ainda tenho algum enfarte...

(será que o Camões sentia taquicardia???)

samuel disse...

Não sei, Sal.
A última vez que passei lá, tinha um grande engarrafamento...

Fernando Samuel disse...

justine: ainda há, ainda há...
Um beijo amigo.

samuel: o que nos pede o coração é O PEDIDO...
Um abraço amigo.

sal: o comentário do samuel há-de ter-te levado a reagir como eu reagi: como uma imediata e sonora gargalhada...
Um beijo amigo.

Anónimo disse...

E aquele dirigente do PS que, numa livraria, pediu um livro Sofilhos porque ainda não tinha netos?!...

GR disse...

Quando tive que decorar este soneto, não tinha a beleza que encontrei muito mais tarde.
Camões sabia e tão bem o escrevia!

GR

Fernando Samuel disse...

antuã: essa é boa!

gr: Camões é o MAIOR!