«AO ASSALTO DO CÉU»
«O proletariado compreendeu que era seu dever imperioso e seu direito absoluto tomar nas suas mãos o seu destino e assegurar-lhe o triunfo com a tomada do poder»: assim proclamava o Manifesto da Comuna, em 18 de Março de 1871 - assim se iniciava um acontecimento sem precedentes e que viria a marcar de forma impressiva toda a história do movimento operário internacional.
Pela primeira vez, na história da humanidade, o proletariado assumiu o poder, encetando o caminho da construção de uma sociedade nova, liberta da opressão e da exploração.
Lançando-se «ao assalto do céu» - na bela formulação de Marx - os operários parisienses foram protagonistas do acto de maior maior modernidade alguma vez tentado.
Pela primeira vez, os explorados contrapunham, na prática, o seu projecto de sociedade nova ao velho sistema baseado na exploração do homem pelo homem.
Como escreveu Marx, o Governo da Comuna «era essencialmente um governo da classe operária, o resultado da luta da classe dos produtores contra a classe dos apropriadores».
No curto espaço de 72 dias - de 18 de Março a 28 de Maio de 1871 - o Governo da Comuna levou por diante um conjunto de medidas que constituíam os alicerces de um Estado de novo tipo, de uma forma jamais tentada de organização democrática da sociedade, marcada por um conceito exemplar de exercício do poder e por um conteúdo amplamente participativo; norteada por preocupações sociais, culturais, patrióticas e internacionalistas, só possíveis na base de um governo operário e autenticamente popular.
As conquistas civilizacionais da Comuna e o processo transformador por ela anunciado e iniciado, constituíram, na observação de Lénine, «uma ameaça mortal para o velho mundo fundado na sujeição e na exploração. Essa a razão por que a sociedade burguesa não podia dormir tranquilamente enquanto a bandeira vermelha do proletariado flutuasse na Câmara Municipal de Paris».
Essa a razão da conjugação de todas as forças disponíveis dos donos do «velho mundo» para liquidar impiedosamente o mundo novo que ousava despontar.
A ofensiva, marcada por profundo ódio de classe, teve consequências trágicas: «cerca de 30 mil parisienses foram massacrados (...) perto de 45 mil foram presos, sendo muitos deles depois executados, e milhares foram desterrados ou enviados para trabalhos forçados. No total, Paris perdeu cerca de 100 mil dos seus melhores filhos e entre eles os melhores operários de todas as profissões» - porque, como acentuou Lénine, «só os operários permaneceram fiéis à Comuna até ao fim (...) apenas os proletários apoiaram sem medo e sem desânimo o seu governo, só eles combateram e morreram por ele».
Em 24 de Maio, quando os communards ainda resistem «nas barricadas da periferia e em pleno centro de Paris», é publicado o último Diário Oficial da Comuna - nele pode ler-se: «Vencer ou morrer é a alternativa».
Marx e, depois, Lénine, analisando a situação, explicaram as razões e tiraram lições do insucesso da Comuna. A necessidade de a classe operária dispor de uma organização revolucionária e de um ideologia revolucionária, emerge dessa análise como uma questão fundamental.
A dificílima tarefa de construção de uma sociedade nova; de transformação do actual sistema dominante num sistema liberto da opressão e da exploração, impõe como condição determinante a existência de partidos da classe operária e de todos os trabalhadores, de partidos comunistas portadores de uma ideologia e de um projecto transformadores.
Da experiência da Comuna ressalta, igualmente, a importância e a indispensabilidade da luta - sempre, mesmo quando ela não só não conduz de imediato à vitória como se traduz, até, numa derrota.
Mostra a história que todas as conquistas e avanços dos trabalhadores e dos povos foram alcançados através da luta e que a construção de uma sociedade nova é um processo difícil e complexo, com avanços e recuos, mas no qual, cada tentativa - mesmo que derrotada - é sempre um passo em frente pelas sementes de futuro que semeia. Na Revolução de Outubro vimos, dezenas de anos depois, flores e frutos das sementes lançadas à terra pela Comuna de Paris.
Os valores e ideais da Comuna de Paris - valores e ideais de justiça social, de liberdade, de fraternidade, de solidariedade - continuam vivo e actuais. E constituem instrumentos de luta e fonte de força para todos os homens e mulheres que persistem no combate por uma sociedade nova, justa, humana, fraterna, pacífica e livre - para todos os homens e mulheres que não desistem de - todos os dias e um dia - se lançarem «ao assalto do céu».
«O proletariado compreendeu que era seu dever imperioso e seu direito absoluto tomar nas suas mãos o seu destino e assegurar-lhe o triunfo com a tomada do poder»: assim proclamava o Manifesto da Comuna, em 18 de Março de 1871 - assim se iniciava um acontecimento sem precedentes e que viria a marcar de forma impressiva toda a história do movimento operário internacional.
Pela primeira vez, na história da humanidade, o proletariado assumiu o poder, encetando o caminho da construção de uma sociedade nova, liberta da opressão e da exploração.
Lançando-se «ao assalto do céu» - na bela formulação de Marx - os operários parisienses foram protagonistas do acto de maior maior modernidade alguma vez tentado.
Pela primeira vez, os explorados contrapunham, na prática, o seu projecto de sociedade nova ao velho sistema baseado na exploração do homem pelo homem.
Como escreveu Marx, o Governo da Comuna «era essencialmente um governo da classe operária, o resultado da luta da classe dos produtores contra a classe dos apropriadores».
No curto espaço de 72 dias - de 18 de Março a 28 de Maio de 1871 - o Governo da Comuna levou por diante um conjunto de medidas que constituíam os alicerces de um Estado de novo tipo, de uma forma jamais tentada de organização democrática da sociedade, marcada por um conceito exemplar de exercício do poder e por um conteúdo amplamente participativo; norteada por preocupações sociais, culturais, patrióticas e internacionalistas, só possíveis na base de um governo operário e autenticamente popular.
As conquistas civilizacionais da Comuna e o processo transformador por ela anunciado e iniciado, constituíram, na observação de Lénine, «uma ameaça mortal para o velho mundo fundado na sujeição e na exploração. Essa a razão por que a sociedade burguesa não podia dormir tranquilamente enquanto a bandeira vermelha do proletariado flutuasse na Câmara Municipal de Paris».
Essa a razão da conjugação de todas as forças disponíveis dos donos do «velho mundo» para liquidar impiedosamente o mundo novo que ousava despontar.
A ofensiva, marcada por profundo ódio de classe, teve consequências trágicas: «cerca de 30 mil parisienses foram massacrados (...) perto de 45 mil foram presos, sendo muitos deles depois executados, e milhares foram desterrados ou enviados para trabalhos forçados. No total, Paris perdeu cerca de 100 mil dos seus melhores filhos e entre eles os melhores operários de todas as profissões» - porque, como acentuou Lénine, «só os operários permaneceram fiéis à Comuna até ao fim (...) apenas os proletários apoiaram sem medo e sem desânimo o seu governo, só eles combateram e morreram por ele».
Em 24 de Maio, quando os communards ainda resistem «nas barricadas da periferia e em pleno centro de Paris», é publicado o último Diário Oficial da Comuna - nele pode ler-se: «Vencer ou morrer é a alternativa».
Marx e, depois, Lénine, analisando a situação, explicaram as razões e tiraram lições do insucesso da Comuna. A necessidade de a classe operária dispor de uma organização revolucionária e de um ideologia revolucionária, emerge dessa análise como uma questão fundamental.
A dificílima tarefa de construção de uma sociedade nova; de transformação do actual sistema dominante num sistema liberto da opressão e da exploração, impõe como condição determinante a existência de partidos da classe operária e de todos os trabalhadores, de partidos comunistas portadores de uma ideologia e de um projecto transformadores.
Da experiência da Comuna ressalta, igualmente, a importância e a indispensabilidade da luta - sempre, mesmo quando ela não só não conduz de imediato à vitória como se traduz, até, numa derrota.
Mostra a história que todas as conquistas e avanços dos trabalhadores e dos povos foram alcançados através da luta e que a construção de uma sociedade nova é um processo difícil e complexo, com avanços e recuos, mas no qual, cada tentativa - mesmo que derrotada - é sempre um passo em frente pelas sementes de futuro que semeia. Na Revolução de Outubro vimos, dezenas de anos depois, flores e frutos das sementes lançadas à terra pela Comuna de Paris.
Os valores e ideais da Comuna de Paris - valores e ideais de justiça social, de liberdade, de fraternidade, de solidariedade - continuam vivo e actuais. E constituem instrumentos de luta e fonte de força para todos os homens e mulheres que persistem no combate por uma sociedade nova, justa, humana, fraterna, pacífica e livre - para todos os homens e mulheres que não desistem de - todos os dias e um dia - se lançarem «ao assalto do céu».
5 comentários:
A Revolução de Outubro, a Comuna de Paris e as revoltas de escravos na Roma antiga, foram os momentos historicos em que "os ventres ao sol" estiveram mais próximos de conquistar os ceus. Esperemos que a proxima seja a definitiva
Quando leio estas coisas vem-me á memória o nosso 25 de Abril!
O povo teve tudo na mão,e como não ouve tiros nem mortos, esqueceu os que deram a vida na luta contra a ditadura, para que fosse possível chegar aquela situação, e para cúmulo, os que mais lutaram antes: depois ainda foram acusados de golpistas.
Infelismente a história se encarregou, de mostrar de que lado está a razão, mas nunca é tarde, a luta continua!
Karl Marx dizia: “É indispensável compreender a realidade histórica as suas contradições, para tentar superá-las dialecticamente”.
Mais do que nunca é necessário para muitos trabalhadores e sobretudo camaradas, um conhecimento teórico profundo, para fortalecer a Luta.
Citando o camarada José Casanova «Nenhum camarada pode dar o seu melhor, sem o conhecimento do processo de construção do nosso Partido»
Quanto mais apreendermos, mais fortalecermos a Luta! Porque os valores e os ideias estão cá dentro e esses já ninguém nos tira!
GR
apesar da censura e de outros meios de repressão isto vai. Mais cedo ou mais tarde lá chegaremos. parece-me que Cuba não é tão mau como eles dizem. anda toda a gente a querer ir lá tratar-se dos problemas mais graves de saúde!... Há quem diga que os Portugueses não têm uma saúde igual ou melhor que a de Cuba porque não quizeram. "Democraticamente" votaram contra a Revolução de Abril. Isto sou eu a fazer-me eco dalgumas coisas que ouço, é claro...
crixus: e se a próxima não for, ainda, a definitiva, será a seguinte... ou a seguinte... o que é preciso é lutar, lutar sempre.
Abraço amigo.
josé manangão: enquanto gritarmos com convicção que A Luta continua, «nunca é tarde».
Abraço amigo.
gr: o noso ideal comunista é a principal arma de dispomos na nossa luta. E é invencível.
Um beijo amigo.
antuã: isto vai, camarada, isto vai - e tanto mais depressa quanto mais forte for a nossa luta.
Abraço amigo.
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