NÃO PASSARÃO
Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!
Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
entre o sangue vertido
e o sonho desfeito.
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
de traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
que na tua tragédia se redime.
Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
nasce o trigo de novo.
Morrem filhos e filhas da nação.
Não morre um Povo!
Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
as forças que te querem jugular
não poderão passar
sobre a dor infinita desse não
que a terra inteira ouviu
e repetiu:
Não passarão!
Miguel Torga
6 comentários:
Não, não passarão.
Por muito que destruam, a semente fica e germinará.
Um beijo.
Grande, enorme hino de força e resistência!
Grandioso, este poema!
Não passarão!
beijo,
Grande ode à resistencia,bem precisamos de nos lembrar que já houve tempos piores,e tantos homens e mulheres continuaram a lutar.
Fabuloso hino à resistência!
Grande, grande poema de resistência!
Um beijo grande.
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