Todos os anos, nos últimos dias do ano, os jornais relembram acontecimentos, ocorrências e pessoas que, de acordo com os critérios de cada jornal, marcaram os doze meses passados.
Lá vem, todos os anos, a lembrança das (dez) tragédias ocorridas, dos (dez) feitos desportivos mais relevantes, dos (dez) mais assombrosos fenómenos acontecidos, tudo...
Tudo, excepto as lutas dos trabalhadores, obviamente.
Essas são para esquecer: assim mandam os donos dos jornais e assim obedecem os que, nos jornais, são a voz dos donos.
O Diário de Notícias de hoje destaca «dez personalidades que, este ano, disseram adeus».
Personalidades (quase) todas respeitáveis - ou, pelo menos, (quase) todas não desrespeitáveis.
Entre os «dez» está, naturalmente, o Nobel do nosso contentamento - e registe-se, positivamente, o facto de o DN não se ter esquecido de referir que «José Saramago foi militante do PCP desde 1969».
Por mim, se tivesses que escolher «dez», também não hesitaria em Saramago - o nosso Nobel Levantado do Chão.
E optaria, também, como fez o DN, por Rosa Coutinho - ao qual acrescentaria, no entanto, outro militar de Abril: Costa Martins.
Mas lembro-me de outros que a morte me (nos) roubou neste ano de 2010.
Outros que, não sendo «personalidades» para os média dominantes, marcaram o tempo que viveram com o seu exemplo de fraterna coragem, de solidária dignidade, de inquebrantável verticalidade.
No poema de Armindo Rodrigues que antecede este post, o Poeta faz o julgamento do monstro salazarento que durante quatro décadas oprimiu e reprimiu Portugal e os portugueses - e recorda esse tempo sombrio, «os dias tristes/de miséria e cobardia/ apenas iluminados/pela teimosia heróica/dos militantes da esperança/ousados e clandestinos».
São três desses «militantes da esperança», este ano desaparecidos do nosso convívio, que o Cravo de Abril hoje recorda:
SOFIA FERREIRA, ANTÓNIO DIAS LOURENÇO E JOAQUIM GOMES.
Personalidades maiores da nossa história colectiva, pelo seu exemplo de coragem, de dignidade, de entrega total à luta pela liberdade, pela justiça social, pela paz, pelo socialismo, pelo comunismo.
Para eles o nosso imenso adeus.
13 comentários:
Muito bem!
(Ainda voltará a haver jornais que os lembrem...)
Abraço.
Despeçamo-nos então sabendo que os seus contributos também fazem parte do caminho.
Bom ano, cheio de lutas, que será!
desaparecidos, mas sempre presentes.
Só nos resta sermos dignos dos seus legados.
Um bom ano e um grande abraço.
Um "imenso adeus" para todos os que morreram a lutar por uma sociedade fraterna!
Desaparecidos mas ao nosso lado na luta que teremos que travar no próximo ano e nos que se seguirão.
Antuã
Obrigado, pela partilha da memória.
E eles estão vivos na nossa memória!
Um abraço camarada! Façamos de 2011 um ano de luta um ano em que seja possível dar um novo rumo a isto!
Desaparecidos, mas connosco na nossa memória colectiva. Porque fazem parte da História do Partido que é o nosso.
Resta-nos continuar a LUTA, que foi o caminho que trilharam e que temos e queremos continuar.
Um beijo grande.
EM 2011, A LUTA CONTINUA!
Não esqueceremos os nossos heróis e com eles continuaremos lutando,lutando, até que o ideal seja cumprido.
Um grandwe abraço.
Mas nós lembramo-los! saudades...
beijo,
samuel: de certeza...
Um abraço.
CRN: e de que maneira!...
Abraço grande.
JMM: sempre ao nosso lado.
Um abraço.
alex campos: e seremos.
Um abraço amigo.
Justine: e tantos são!...
Um beijo.
Antuã: os mortos não os deixamos/para trás, abandonados/ fazemos deles bandeiras/guias e mestres, soldados»
Um abraço.
Pedro Namora: uma abraço grande, meu amigo.
amigona avó e a neta princesa: com a luta vamos dar a volta a isto...
Um beijo amigo.
Maria: seguir-lhes o exemplo de luta.
Um beijo grande.
António: Sempre!
Um abraço.
Graciete Rietsch: até à vitória final!
Um beijo.
smvasconcelos: e lembrar-nos-emos...
Um beijo.
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