VENEZUELA
UMA «BOÉMIA»ESPECIAL
«Boémia»: assim se chama uma revista venezuelana - dessas que, lá como cá, são propriedade de grandes grupos económicos e financeiros cujos interesses servem, e se apresentam como exemplos de imprensa livre e democrática.
A edição da «Boémia» de 14 de Abril de 2002, reveste-se de uma curiosidade que vale a pena registar: nesse dia, toda ela era dedicada ao golpe que, julgavam os donos da revista, havia derrubado Hugo Chávez.
Acontece que, nesse dia 14, já os golpistas tinham sido derrotados e, à hora a que a revista devia estar na rua, as ruas estavam ocupadas por uma multidão que festejava o regresso de Chávez à presidência da República Bolivariana.
Os editores da «Boémia» - que integra uma cadeia mediática que se chama, significativamente, «Bloque de Armas» - deram ordens para que a revista não fosse posta á venda e para que todos os seus exemplares fossem queimados.
E assim foi feito... quase: na verdade, tipógrafos da empresa que imprime a «Boémia» conseguiram trazer cá para fora alguns exemplares.
Um camarada venezuelano ofereceu-me uma fotocópia desse exemplar histórico - desse número feito à pressa e, á pressa, recolhido e queimado... salvo, para raiva dos editores do «Bloque de Armas», os tais exemplares.
Nesse número, pode ver-se, na capa, uma foto de Hugo Chávez e a legenda:
«Las últimas horas del tirano»
e, no canto superior direito. «edición extraordinária».
Na terceira página, uma foto de Hugo Chávez por detrás das grades de uma janela e o seguinte texto:
«ENTRE REJAS - La presente foto no es actual, aunque alegraria mucho la vista del lector si así lo fuera, porque es la imagen que merece ver, en estos momentos, toda Venezuela. Es el Chávez que mira desde una ventana enrejada en la prisón de Yare. Hoy dia se halla incomunicado, pero bajo una severa vigilancia, no vaya a ser que sus hermanos del alma (Castro, Kadafy, Saddam Hussein) intente rescatarlo de su reclusion».
Nas páginas interiores, os golpistas da «Boémia» celebram o golpe - SÍ, HUBO GOLPE! - e assumem-se como seus participantes e executores.
Assim, por exemplo:
«Que se tenga bien entendido, el oscuro teniente coronel con rango de comandante en jefe, no renunció. Es decir que fue derrocado».
«Que quede bien claro... 1) Chávez no renunció. Chávez fue derrocado por la Prensa y el pueblo, y por todos los elementos que contribuyeran a su derrocamiento, e solo para cumplir con una formalidad que, a nuestro juicio, en nada era necesaria, se le hizo renunciar, a fin de que el Estado de Derecho no sufriera, a la luz de propios e extraños, una transgresión».
«Es la Prensa a la que queremos reconocer, una vez más, su entrega invalorable. Gracias a ella, en buena parte, el tirano fue derrocado».
«Todos los ministros fueron automáticamente destituidos y, en su lugar se nombró a un plantel de eficientes funcionarios capaces de enderezar todos los entuertos dejados por los usurpadores».
«Larga será la lista de remociones, pero se he hecho como debe hacerse».
«Así comienza con buen pie los mejores aspectos de esta nueva Venezuela».
SEM COMENTÁRIOS.
UMA «BOÉMIA»ESPECIAL
«Boémia»: assim se chama uma revista venezuelana - dessas que, lá como cá, são propriedade de grandes grupos económicos e financeiros cujos interesses servem, e se apresentam como exemplos de imprensa livre e democrática.
A edição da «Boémia» de 14 de Abril de 2002, reveste-se de uma curiosidade que vale a pena registar: nesse dia, toda ela era dedicada ao golpe que, julgavam os donos da revista, havia derrubado Hugo Chávez.
Acontece que, nesse dia 14, já os golpistas tinham sido derrotados e, à hora a que a revista devia estar na rua, as ruas estavam ocupadas por uma multidão que festejava o regresso de Chávez à presidência da República Bolivariana.
Os editores da «Boémia» - que integra uma cadeia mediática que se chama, significativamente, «Bloque de Armas» - deram ordens para que a revista não fosse posta á venda e para que todos os seus exemplares fossem queimados.
E assim foi feito... quase: na verdade, tipógrafos da empresa que imprime a «Boémia» conseguiram trazer cá para fora alguns exemplares.
Um camarada venezuelano ofereceu-me uma fotocópia desse exemplar histórico - desse número feito à pressa e, á pressa, recolhido e queimado... salvo, para raiva dos editores do «Bloque de Armas», os tais exemplares.
Nesse número, pode ver-se, na capa, uma foto de Hugo Chávez e a legenda:
«Las últimas horas del tirano»
e, no canto superior direito. «edición extraordinária».
Na terceira página, uma foto de Hugo Chávez por detrás das grades de uma janela e o seguinte texto:
«ENTRE REJAS - La presente foto no es actual, aunque alegraria mucho la vista del lector si así lo fuera, porque es la imagen que merece ver, en estos momentos, toda Venezuela. Es el Chávez que mira desde una ventana enrejada en la prisón de Yare. Hoy dia se halla incomunicado, pero bajo una severa vigilancia, no vaya a ser que sus hermanos del alma (Castro, Kadafy, Saddam Hussein) intente rescatarlo de su reclusion».
Nas páginas interiores, os golpistas da «Boémia» celebram o golpe - SÍ, HUBO GOLPE! - e assumem-se como seus participantes e executores.
Assim, por exemplo:
«Que se tenga bien entendido, el oscuro teniente coronel con rango de comandante en jefe, no renunció. Es decir que fue derrocado».
«Que quede bien claro... 1) Chávez no renunció. Chávez fue derrocado por la Prensa y el pueblo, y por todos los elementos que contribuyeran a su derrocamiento, e solo para cumplir con una formalidad que, a nuestro juicio, en nada era necesaria, se le hizo renunciar, a fin de que el Estado de Derecho no sufriera, a la luz de propios e extraños, una transgresión».
«Es la Prensa a la que queremos reconocer, una vez más, su entrega invalorable. Gracias a ella, en buena parte, el tirano fue derrocado».
«Todos los ministros fueron automáticamente destituidos y, en su lugar se nombró a un plantel de eficientes funcionarios capaces de enderezar todos los entuertos dejados por los usurpadores».
«Larga será la lista de remociones, pero se he hecho como debe hacerse».
«Así comienza con buen pie los mejores aspectos de esta nueva Venezuela».
SEM COMENTÁRIOS.
6 comentários:
Sem comentários mesmo.
Incrível história!
“Saiu-lhes o tiro pela culatra!”
Esse exemplar foi pena não ter sido mostrado nos “prós e prós” também um programa encomendado, pelo capitalismo e o poder dominante.
Primeiro telefonam fazendo um inquérito, se for CONTRA fica em casa!”Pró”, vai à Tv! Como aconteceu com o último programa (sobre o Chaves) a um camarada nosso.
É simpatizante do Presidente Chaves, não passou na audição!
Escandaloso, o capitalismo!
O camarada venezuelano fez um trabalho muito útil e arriscado. Mas Valeu a Pena!
GR
Assim se vê como são os criminosos capitalistas.
Obrigado pela vossa visita e pelos vossos comentários. Apareçam sempre, camaradas.
Beijo e abraços.
Ó José Neves
Sem comentários OK mas,com àlertas porque nós temos por cá muitas «Boémias» que colaboram nos golpes de Estado, à Europeia com(anestesia,e operação lenta) o paciente quase não sente, aquí na Europa é tudo mais adoçicado, aquí chama-se filho da outra com voz doce.
Na América Latina chama-se fihlo da PUTA, mesmo!
José Manangão
Exactamente: com alertas, porque «boémias» é que por cá não falta...
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