Guimarães nasceu, anteontem, capital europeia da cultura.
E como cultura é com eles, eles foram assistir ao parto: eles: o Presidente da República e o primeiro-ministro.
Ao que parece, antes das inevitáveis orações, combinaram que Coelho iria ter um gesto solidário com Cavaco e a reforma que não lhe dá para viver...
Coelho cumpriu o combinado: no discurso da praxe, na inevitável parte dedicada aos «sacrifícios», depois de ter insistido e insistido na tecla dos «sacrifícios que são para todos», solidarizou-se assim:
«O que eu quero dizer aos portugueses, a começar pelo Presidente da República e a acabar em qualquer cidadão, é que esses sacrifícios vão valer a pena».
Vemos assim confirmado o imenso drama que constituem para Cavaco, os sacrifícios que vai ter que fazer para (sobre)viver com uma mísera reforma de 10 mil brasas/mês - mais carro com motorista, casa, mesa e roupa lavada, etc, etc.
Ficámos também a saber que os sacrifícios para todos «vão valer a pena»...
O que é verdade: que o digam os banqueiros e restantes chefes dos grandes grupos económicos, cujas grandes fortunas vão crescer na proporção directa da miséria da imensa maioria dos portugueses...
Por isso, estavam cheios de razão os muitos vimaranenses que vaiaram o Cavaco - e os que, fazendo bem as contas, lhe gritaram:«Queres trocar a tua reforma pela minha?».
Que é como que diz: queres trocar os teus sacrifícios pelos meus?
Perguntas que lhe devem ser feitas em todo o lado onde vá - para que ele saiba que a malta está acordada.
A propósito: dia 11 de Fevereiro, o nosso encontro é no Terreiro do Paço.
5 comentários:
Estamos muito acordados. E até dia 11 muitos mais acordarão!
Um beijo grande.
Nem mais¡...E até dia onze.
E muitos vimaranenses mostraram como deve ser recebida esta corja. Com vaias e apupos (bem... não era bem isto que eles mereciam, mas nas circunstâncias foi o possível). Relembre-se que já Sócrates se sentiu pela primeira vez incomodado publicamente quando visitou Guimarães e foi recebido da mesma forma (e que viria inclusive a originar processos crime contra alguns sindicalistas locais). Para o "bronko" do Cavaco também está dado o mote. Esperemos que as recepções "acaloradas" continuem.
No dia 11 lá estaremos. e no dia 12 e 13 e 14... cá estaremos também para continuar a luta.
Isto vai camaradas, isto vai.
Um abraço.
Vaia que, dadas as circunstâncias, acabou por ser o espectáculo com maior significado...
Abraço.
Não estive lá, mas às vaias também se associaram pessoas da minha família.
Até ao dia 11.
Um beijo.
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