A QUEIMA DOS LIVROS
Quando o Regime ordenou que queimassem em público
os livros de saber nocivo, e por toda a parte
os bois foram forçados a puxar carroças
carregadas de livros para a fogueira, um poeta
expulso, um dos melhores, ao estudar a lista
dos queimados, descobriu, horrorizado, que os seus
livros tinham sido esquecidos. Correu para a secretária
alado de cólera e escreveu uma carta aos do Poder.
Queimai-me!, escreveu com pena veloz, queimai-me!
Não ma façais isso! Não me deixeis de fora! Não disse eu
sempre a verdade nos meus livros? E agora
tratais-me como um mentiroso!
Ordeno-vos: Queimai-me!
Brecht
3 comentários:
Grande Brecht!
Lembrei-me do Farenheit 451...
Um beijo grande.
Será que os responsáveis do Regime nem sempre são assim tão grunhos... e por vezes percebem muito bem quem é que, REALMENTE... espalha os tais "saberes nocivos"?
Igual pensamento tive ao da Maria. Um filme de 1966, de François Truffaut que ainda não visionei. No entanto, todos sabemos essa malvada data, a do 10 de Maio, na Alemanha de Hitler (1933)...
(Jorge)
Enviar um comentário