(Neste Bairro da Ferrugem.)
Neste Bairro da Ferrugem
feito com barrotes podres, tábuas bichosas, canas,
roupa estendida onde fulgem
sóis rotos, toalhas, lenços lavados por lágrimas humanas...
Neste Bairro de barracas-armazéns de dores
em que talvez um dia rebente
a desarmonia
de folhas, asas, raízes, frutos, bichos de flores...
Sim, surgirá enfim o paraíso de outra primeira manhã
de um dia qualquer
de primavera
sem serpente
nem maçã,
ma apenas com um homem e uma mulher
à espera
do mundo final
- em que a miséria
deixe de nos unir num sonho igual.
José Gomes Ferreira
3 comentários:
O que unirá então esses seres será a esperança num mundo sem miséria.
Um beijo.
Grande grande é o Zé Gomes e a sua Poesia!
Um beijo grande.
Graciete Rietsch: um sonho que se concretizará um dia...
Um beijo.
Maria: Grande, grande verdade, é essa...
Um beijo grande.
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