POEMA

(Quem dirigirá o Socialismo no futuro,
quando o sistema capitalista morrer?
Os proletários ou os pequeno burgueses?
Eis o segredo da luta actual, a madre da traição.)


A televisão
contribuiu muito para a minha educação
nas horas mais ingratas
da contra-revolução.

Ensinou-me sobretudo
a aguçar o gosto de usar gravatas
de seda e de veludo
- para enforcar a imaginação.


José Gomes Ferreira

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Grande José Gomes Ferreira!!!!!
Como ele interpreta bem a viragem da Revolução, através da viragem de vestimenta dos pseudo revolucionários?
As gravatas"com que me enforco" são mesmo um símbolo do passado e infelizmente do presente das classes dominantes.

Um beijo.

Pata Negra disse...

Tenho seguido, com sabor de novidade, esta série de poemas de José Gomes Ferreira que o Cravo de Abril tem revelado. Entre muitas frases que tenho a mania de repetir esta é uma delas:
- A Poesia não se comenta!
Bebe-se e diz-se "Ahhhh!!!" como quem bebe um copo de branco fresco.
Embora não se saiba se, no caso, estamos a beber José Gomes ou se foi ele que nos engoliu! Ambas as coisas!

Um abraço entre versos e outros cravos

samuel disse...

...mas não enforcou!

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch: «Grande José Gomes Ferreira»: subscrevo...
Um beijo.

Pata Negra: se, em vez do comentário, optarmos pelo copo de branco fresco... eu alinho, mas prefiro... o tinto...
Abraço igual

samuel: não, ele nunca!
Um abraço.

Maria disse...

Lindo!!!!!!

Um beijo grande.