(E subiu ao Trono o primeiro Governo
da Contra-Revolução.)
E agora
que os gigantes do avesso
nos querem transformar em subgente?
Que nos resta? O recomeço
do frio das algemas
e os grilhões desumanos,
para voltar inutilmente
a escrever poemas
recusando-me outra vez a ter mais de vinte anos?
Que fazer agora,
se até o Sonho nos querem roubar?
Exigir talvez
ao sol que, todas as noites dorme na lua e chora
com melancolia,
ouse de súbito acordar
- para que brilhe sempre o Espanto da Haver um Eterno Dia.
José Gomes Ferreira
7 comentários:
Muito bom.
Muito oportuno.
Mas era conveniente datar!
Grande abraço
Um excelente conselho, a todos aqueles que entendem a poesia: exigir ao sol que ouse de súbito acordar para que brilhe o espanto de haver um eterno dia.
(Jorge)
Muito bom e muito oportuno como sempre!
Mas hoje José Gomes Ferreira estaria triste. Tive a notícia, através do professor de Cinema da UPP, do falecimento, com 49 anos de idade, do actor Pedro Hestnes neto do nosso poeta.
A vida é injusta.
Um beijo.
Um belo poema cheio de actualidade,infelizmente.
Bjs,
GR
Vai sendo tempo!...
Abraço.
O sol brilhará...
Abraço
do zambujal: estes são os poemas daquilo a que o Zé Gomes chamou «Termidor Errado - 25 de Novembro de 1975», e que foram publicados no livro «A Poesia Continua».
Abraço grande.
jorge: exigir ao sol o novo dia...
Um abraço.
Graciete Rietsh: também li a triste notícia.
Um beijo.
GR: e também cheio de força.
Um beijo.
samuel: mais do que tempo...
Um abraço.
CRN: ...para todos nós...
Um abraço.
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