Deolinda "Parva que Sou"



Depois de ouvir esta música não resisti a partilhar aqui pela letra, muito actual! Até que já tinha saudades de postar no Cravo de Abril...


Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição.

Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar.

Que parva que eu sou!

E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.


Sou da geração casinha dos pais, se já tenho tudo, pra quê querer mais?

Que parva que eu sou

Filhos, maridos, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar

Que parva que eu sou!

E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.


Sou da geração vou queixar-me pra quê? Há alguém bem pior do que eu na TV.

Que parva que eu sou!

Sou da geração eu já não posso mais que esta situação dura há tempo demais

E parva não sou!

E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.

31 comentários:

Mário disse...

Bem trazido!

José Rodrigues disse...

É preciso avisar,divulgar,explicar a toda a gente!

Abraço

cid simoes disse...

Isto está bom! Voltámos às canções de protesto.

Anónimo disse...

Gosto muito dos Deolinda e da maneira de cantar da Ana Bacalhau. Foram uma boa escolha para o som da nossa campanha das presidenciais.

Campaniça

Afonso Gonçalves disse...

Uma canção que olha apenas para o umbigo da juventude da pequena burguesia que agora vê a gasolina mais cara e a prestação do carro em falta. Ainda há pouco tempo, riam-se dos marxistas como dinossauros atrasados, agora fazem estas figuras tristes!
Como estão longe de J. Afonso, J.M. Branco e do Fausto.
Pobre música e pobre letra.

GR disse...

Gostei!
Esta é mais uma canção que alerta muita juventude adormecida.
Uma canção para todos, "Vamos dar a volta a isto!" ou “Um contra o outro!”

Os nossos Baladeiros de ontem, hoje e amanhã continuam e ninguém os pode substituir.

Boa escolha,

BJs

GR

samuel disse...

Esta malta mais nova (alguma) tem que começar a tirar a ramela dos olhos... e encontrar a música de intervenção é uma bela forma de aclarar as gargantas. :-)

Abraço.

svasconcelos disse...

E postaste bem, muito bem a propósito da realidade da geração quinhentos a contrato precário.
:(

Um beijo,

Bolota disse...

“ Como estão longe de J. Afonso, J.M. Branco e do Fausto.
Pobre música e pobre letra.”

Afonso Gonçalves,

Muito bem observado.
Ana Bacalhau deve andar muito próxima de Cavaco…um dia li uma entrevista em que ela dizia que a sua cidade de sonho é NY, não fez por menos. Dai as minhas reservas.

Fernando Samuel disse...

Em cheio - e ainda bem que voltaste.

Abraço grande.

Graciete Rietsch disse...

É certo que esta letra é mais dirigida para uma juventudo com mais estudos, mas essa juventude também deve estar com a juventude trabalhadora que pode e deve ser igualmemte culta. É pela educação que lutamos e portanto nada de separações. Estudantes e trabalhadores ,a mesma luta e igualmente cultos e conhecedores da terrível situação que vivemos.
A minha filha mais nova,companheiro e netas foram ao concerto e gostaram.

Eu nã conheço o grupo mas gostei da letra porque de uma maneira geral essa juventude tem os seus apoios e é bom que reclamem a independência a que têm direito.

Um beijo.

Bolota disse...

“ É pela educação que lutamos e portanto nada de separações. Estudantes e trabalhadores ,a mesma luta e igualmente cultos e conhecedores da terrível situação que vivemos.”

Graciete,

Completamente de acordo, aliás se esta geração é mais instruída e é, devia estar mais perto do povo até porque não deixa de ser povo. Será que é isso que se passa, ou porque são mais instruidos votam Cavaco???

Quanto aos apoios, os apoios ou são autenticos, espontâneos , sentido e vem do povo ou acabam por confundir, baralhar no fundo alienar.

Sabe qual é o cantor mais requisitado para as festas estudantis??? Quim Barreiros

Tire as suas conclusões

Mesmo assim espero que a letra dos Deolinda surta o efeito desejado, mas tenho duvidas. Vamos estar atentos???

Maria disse...

E eu com saudades de te ver por aqui!!!

Três beijos :)

Graciete Rietsch disse...

Amigo Bolota
Com toda a consideração que tenho por ti como Lutador e ainda por cima de Baleizão,creio,quero dizer-te que os apoios a que me refiria são aos da família, porque a juventude, venha de onde vier, será a maior vítima desta política. Por isso eu digo que não pode haver distinções entre estudantes e não estucantes. A luta é comum.

Um abraço com toda a amizade.

Jaguar disse...

“ Como estão longe de J. Afonso, J.M. Branco e do Fausto.
Pobre música e pobre letra.”

Afonso Gonçalves,


"...Ana Bacalhau deve andar muito próxima de Cavaco…um dia li uma entrevista em que ela dizia que a sua cidade de sonho é NY, não fez por menos. Dai as minhas reservas..."

Bolota,

Estais doentes, senhores... Mereceis a mesma credibilidade duma bolota...

Afonso Gonçalves disse...

Sr. Dr. Jaguar Ferrari


Em virtude da minha doença quase em estado vegetal, próximo de uma bolota enfezada, agradecia-lhe imenso que me prescrevesse um bom medicamento que me pudesse, devolver, se possível, a credibilidade do Sr. Dr. que tanto prezo e admiro. Com humildade e gratidão subscrevo-me em reverência.

Bolota disse...

Jaguar,

Na senda da letra da canção, ser parvo não doi???

Admito que a minha resposta não seja a melhor, mas a tua nem chega a sê-lo, até porque não esclarece nada.

Por respeito a este espaço, por aqui me fico

sunless disse...

Não creio que a letra seja pobre, (adequa-se a uma forma de escrever que atinge a juventude que a música pretende alertar), a melodia é básica, mas serve o efeito de passar uma mensagem. E muito menos sinto que o problema que ela fala seja exclusivo de uma juventude de pequena burguesia.

Aliás, acredito até que essa observação será de quem não anda atento à sociedade que nos rodeia... os jovens que sentem mais dificuldades (nos quais me incluo) são os filhos de famílias cujos pais não podem financiar um negócio independente, ou que têm que se sujeitar a estágios consecutivos recebendo ou nada, ou muito pouco, mas a quem se exigem conhecimentos ao nível de trabalhadores muito qualificados e muito bem pagos noutros países. Daí o "para ser escravo é preciso estudar!". E a esquerda não pode defender a escola pública e a educação para todos e depois acusar os alunos com cursos superiores de serem todos ricos e burgueses... sejam coerentes e menos genéricos, porque há muita gente que tirou o seu curso com muito esforço e com muitas limitações com o sonho de um dia ter condições de vida melhores para si e para a sua família. Os "pequenos burgueses" como aqui já foram referidos, estão fora deste problema por cunhas ou financiamentos privados para os seus objectivos.

Há uma grande franja da juventude adormecida, descrente, desinformada até... mas aqui cabe aos mais informados, mais esclarecidos e mais activos fazerem a mudança que pretendem ver.

José Rodrigues disse...

O cartoon do Avante de ontem (3-Fev.)exprime bem o que os Deolinda cantam com o seu parva que eu sou!Podió postar o cartoon?Queiramos ou não, basta ver a reacção do público para ver que a cantiga toca fundo, e pode ser uma arma!Apesar de ser da Inter Reformados emocionou-me,como sempre que ouço a menina dos olhos tristes do Zeca,cantada pelo Adriano.Hoje é 4 Fevereiro dia do início da guerra colonial...cuidado com os vampiros a querer dar a volta à História!

Abraço

DaFROG disse...

Caro Afonso Gonçalves e Bolota
Irritam estas atitudes geriatricas-snob daqueles que integram em idade ou mentalidade as gerações anteriores!
As letras das músicas mais admiradas do Zeca e outros, eram tão ou mais popularuchas quanto as da musica aqui em questão (ex. "eles comem tudo eles comem tudo e não deixam nada")!!
Para alem de que no cenário de cacofonia inconsequente actual em que protestos não tem nem de perto nem de longe as consequências de outrora (e por outro lado os problemas são bastante mais complexos) o "subtil" já não serve!
Deixem-se destas merdas de "no meu tempo é que era bom", irrita!
Cada geração educada pela anterior são um espelho de nós mesmos em que o espírito critico e ambiente/condições que lhes oferecemos lhes tornam o pensamento. Ou seja são uma verão de nós mesmos caso tivéssemos vivido sob as mesmas condições!

Já não me enquadro na geração alvo da letra da canção, pertenço a uma outra apelidada de rasca pelas mesmas gerações que já por aqui andavam e que apesar de boas intenções iniciais, depressa usurparam a revolução para acautelarem o seu presente e futuro sem perder muito tempo com as consequências para que se seguem, quem vier atrás que feche a porta.
Solidariedade e igualdade o tanas!
Não vejo na geração anterior qualquer espírito de solidariedade, quantos e quantos na função publica se reformaram com muito mais dinheiro do que aquele que precisam enquanto outros andam a penar? E ai de quem lhe toque nos salários e progressões garantidas ainda que isso vá sair do couro da geração seguinte! Porque não implementaram um tecto para as reformas com na Suiça ou mesmo a China?? Igualdade e solidariedade o tanas!

E nem me venham com a cassete de que a culpa é dos liberais! Em primeiro lugar, estes lideres liberais são membros das vossas gerações, foram as gerações da revolução (25 de Abril, Maio de 68, etc) em diversos países que se tornaram na camada dirigente de hoje e que deu azo à liberalização selvagem!
Em segundo lugar, só quem não quis ver é que não viu que ao longo dos anos independentemente dos "capitalistas" o sistema que protegia a vossa geração se estava a tornar incomportável para as gerações seguintes e nada fizeram, pelo contrario sindicatos continuaram a protestar por mias direitos (ignorando sempre os desempregados e os do privado claro)!
Solidariedade o tanas!
A geração do 25 de Abril foi a geração que olhou para o seu umbigo e zelou pela protecção dos seus membros!

Anónimo disse...

Gostei muito da canção, especialmente da letra, e concordo com o seu post de hoje «A canção dos Deolinda ganhou asas».

Anónimo disse...

Bolota, a Ana Bacalhau apoia a CDU ;) a lista de apoiantes é, como sabes, pública.

Um abraço,

Zé disse...

Desculpem... toda a gente sabe que os Deolinda são de extrema direita!

João Labrincha disse...

Protesto da Geração À Rasca - 12 de Março - Av. da Liberdade, Lisboa
Protesto apartidário, laico e pacífico.
- Pelo direito ao emprego!
- Pela melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade!
- Pelo reconhecimento das qualificações, espelhado em salários e contratos justos!
Porque não queremos ser todos obrigados a emigrar, arrastando o país para uma maior crise económica e social!
(Adere: http://www.facebook.com/event.php?eid=180447445325625)

Anónimo disse...

a todos que criticam a letra e a música só desejo que vocês ou algum filho vosso passe por isto:

Que parvo que sou… em ter uma licenciatura!!

Que parvo que sou…em trabalhar num shopping e aturar as manias de gente que não sabe o quão difícil é para a geração rasca ter um emprego!!

Que parvo que sou… em ter que me sujeitar aos recibos verdes!!

Que parvo que sou… em continuar neste país que não acredita no meu potencial!!

Que parvo que sou… que acredito que será este ano que tudo vai melhorar!!

Que parvo que sou… em ir votar na esperança que algo vai mudar!!

Que parvo que sou… em sonhar!!!

Que parvo que sou…

Obrigado Deolinda, por perceberem a nossa geração… de dar voz a uma geração que se sente num colete de forças, desde o momento que mete os pés no mercado de trabalho com um canudo na mão…

Anónimo disse...

Não será já tempo de todos sairmoes desta sonolência? Olhem que eles assustam-se porque eu já os vi aterrorizados com a ideia de irem parar ao Campo Pequeno. Mas foram só ameaças... E. claro, os piquenos avançaram e de que maneira ao longo destes quase trinta e muitos anos. Fosse eu jovem. garanto que estaria nas primeiras linhas. Mesmo assim não sei. Mexam-se e lutem.
Sempre e para sempre...

Miguel Monteiro. major

JoZé disse...

http://exiladonomundo.blogspot.com/2011/02/imprecisas-impressoes-musicais.html

Latinas disse...

Para os interessados, versão do mic da Maria Bacalhau (versão muito mais limpa de barulhos que o youtube):

http://www.multiupload.com/NDY68HGWT0

JAN disse...

A musica atesta o estado "Parvo" da geração. A recção á musica para além de confirmar esta condição junta a de "Burro".
O publico da critica devia baixar a cabeça com vergonha, a musica é uma critica á geração e não ao sistema.

Anónimo disse...

Caríssimo JAN, antes de mais é música e não musica, é reacção e não recção, é à e não á, é público e nao publico, crítica e nao critica... e o "burro" ainda sou eu (como diria o Scolari)?!! :D
Para finalizar, é por causa de pessoas, ou amostras de pessoas como o senhor (senhor com letra minúscula, pois com letra maiúscula estaria a ofender os verdadeiros senhores) que o país está como está, o que vale é que vozes de burro não chegam ao céu.

Tenho dito!

RT

Anónimo disse...

Aos poucos, o portugues bocejante abre os olhos após o grande sono que se seguiu ao 25 de abril. Sonhos não faltaram, uma falsa revolução levou a uma falsa realidade, bem já sabia o povo das aldeias, que indiferente a tais aventuras continuou a emigrar e mandar para a terra o dinheiro para as despesas, e hoje ve o fruto de seu trabalho, se não fosse este dinheirinho que sempre chegou gostaria de saber onde estaria grande parte da população portuguesa, e se a democracia teria acabado com a fome, como pensam muitos que nao se dao ao trabalho de saber a história de portugal... ponham um cravo na lapela e anda a roubar o que puder, isto foi a democracia até que o ouro acabou, este foi rápido, a industria acabou, a agricultura, e por ultimo formamos "doutores" com médias negativas, ou conseguidas em um ou dois anos de ensino particular... Agora a torneira da europa fechou, e quem vamos culpar? Antes era a velha senhora, antes dela , a republica, antes a monarquia, e assim ad eternum....
Agora vem os jovens (?) de 35 anos, mimados e cheios de vícios a chorar no ombro dos papais... Se tivessem saído de casa na hora certa, haveriam menos carros nas ruas, menos concertos e restaurantes, telemoveis, etc, mas pessoas responsáveis nas ruas, trabalhadores e corajosos. Cada um deve viver com o que consegue com seu trabalho, o resto é conversa fiada, qualquer um que trabalhou nas limpezas lá fora sabe isto, e aqui perpetua-se esta hipocrisia, como se o estado fosse pai de todos e não mais uma despesa ao final do mês... Infelizmente, nem todos pudemos ser funcionários públicos nos anos dourados, agora passou a oportunidade...