Eis um exemplo - entre muitos - de como os donos disto tudo e os seus lacaios funcionam e como, em três tempos, resolvem o que há que resolver.
1º tempo
Anteontem, os donos disto tudo - que usam vários pseudónimos: UE, FMI, Mercados... - mandaram dizer que o OE apesar de muito bom, precisa de ser ainda melhor e que é preciso uma nova reforma da legislação laboral no caminho de uma maior «flexibilidade», sem o que... nada feito.
2º tempo
Ontem de manhã, o Governo de Sócrates, ofendidíssimo, desmentiu oficialmente a existência de qualquer intenção de avançar para uma reforma da legislação laboral.
3º tempo
Ontem à tarde, a ministra dita do Trabalho disse que o Governo vai «dinamizar o Código do Trabalho» e utilizá-lo como «instrumento de maior flexibilidade»...
No que acima fica escrito não há nada de novo: trata-se, apenas, da confirmação de que, aqui, quem dá ordens são os donos disto tudo - ordens a que os governantes da política da direita obedecem, servis e rastejantes.
E satisfeitos com a sua condição de criados para todos os serviços.
POEMA
LIVRE
Livre de todas as servidões me sinto,
livre de todas as servidões me quero,
conquanto acusado
de servir constantemente a liberdade.
E servidor constante da liberdade o sou,
o que é, a par, a libertação possível,
o que é, a par, a libertação total.
Armindo Rodrigues
Livre de todas as servidões me sinto,
livre de todas as servidões me quero,
conquanto acusado
de servir constantemente a liberdade.
E servidor constante da liberdade o sou,
o que é, a par, a libertação possível,
o que é, a par, a libertação total.
Armindo Rodrigues
A TRAGÉDIA A FARSA E O SINAL
Passos Coelho afirmou, ontem, em tom solene, que «corrigir e inverter os erros cometidos, vai demorar duas legislaturas».
A afirmação é bem elucidativa sobre o desejo e a intenção do actual líder laranja: o desejo de substituir Sócrates no cargo de primeiro-ministro e a intenção de prosseguir a política de direita que Sócrates tem vindo a aplicar - uma política da qual PS e PSD têm sido os principais protagonistas nos últimos 34 anos.
Ao mesmo tempo, dizendo o que disse, o vivaço Coelho está já a fazer-se ao piso a dois mandatos e a adiantar os argumentos que vai utilizar para se defender da responsabilidade das consequências do prosseguimento dessa política - fingindo nada ter a ver com ela e sacudindo a água do capote designadamente em relação ao sinistro Orçamento de Estado que há dias aprovou com o PS, abençoados por Cavaco, todos obedecendo caninamente às ordens do grande capital nacional e internacional.
Trata-se, ao fim e ao cabo, de um filme já visto uma data de vezes desde 1976 até agora.
Com efeito, os 34 anos de política de direita têm constituído uma tragédia e uma farsa.
A tragédia é visível no estado desgraçado a que essa política conduziu o País e que o Orçamento de Estado agora aprovado vai agravar brutalmente.
A farsa é representada pelos dois partidos que ao longo desses 34 anos têm levado a cabo essa política, fingindo serem adversários um do outro - inimigos, até! - quando, na realidade, estão perfeitamente sintonizados com as linhas essenciais da política de direita que executam, revezando-se, e cada um indo mais longe do que o outro no agravamento da situação dos trabalhadores, do povo e do País.
A Soares sucedeu Carneiro, a Carneiro sucedeu o reincidente Soares, que deu a vez a Cavaco, que passou o testemunho a Guterres, ao qual se sucedeu Barroso e depois , porreiro, pá!, Sócrates... Até ver...
Coelho pensa, então, que a sua vez está a chegar.
E talvez esteja, para mal do País e do povo.
No entanto, não é impossível trocarmos-lhe as voltas...
A Greve Geral do dia 24 foi um sinal.
Saibamos nós entendê-lo no seu verdadeiro significado...
POEMA
NA MINHA COURELA...
Na minha courela, enquanto a lavro,
é sempre manhã, mesmo se já noite.
O meu ofício farto
é o de cultivar sonhos.
Deito trigo à terra e nasce-me luz.
Deito luz à terra e nasce-me trigo.
Nem há mais exacta semente que esta,
que dá a colheita ao sabor da fome.
Armindo Rodrigues
Na minha courela, enquanto a lavro,
é sempre manhã, mesmo se já noite.
O meu ofício farto
é o de cultivar sonhos.
Deito trigo à terra e nasce-me luz.
Deito luz à terra e nasce-me trigo.
Nem há mais exacta semente que esta,
que dá a colheita ao sabor da fome.
Armindo Rodrigues
A DIFERENÇA
Já lá estavam quando ocorreu o terramoto, em 12 de Janeiro passado: eram cerca de 400, os médicos cubanos que, desde 1998, gratuitamente, levavam por diante, no Haiti, um Plano Integral de Saúde que envolveu, ao longo dos anos, cerca de 6 000 cooperantes cubanos e cerca de 400 jovens médicos haitianos formados gratuitamente em Cuba.
No próprio dia 12, dia do terramoto, juntaram-se-lhes, idos de Cuba, 60 especialistas em catástrofes e, todos, gratuitamente, protagonizaram a mais importante assistência médica e sanitária às vítimas do terramoto - que causara 250 mil mortos e mais de 1, 5 milhões de desalojados.
Os média dos EUA - e, por obediência canina, os média de todo o mundo capitalista - que se fartaram de anunciar, enaltecer, louvar e propagandear apoios e mais apoios, solidariedade e mais solidariedade, particularmente os dólares prometidos por Obama/Clinton, silenciaram cirurgicamente o mais importante de todos os apoios, a única verdadeira solidariedade: a presença e a acção, gratuita, dos médicos e enfermeiros cubanos no Haiti.
Mais do que isso: a cadeia norte-americana Fox News chegou a afirmar, mesmo, que «Cuba é dos poucos países do Caribe que não prestam qualquer apoio ao Haiti»...
Quanto aos anunciados apoios em dinheiro, além de ficarem muito aquém das verbas propagandeadas, os que chegaram tiveram destinos vários, parte deles nada tendo a ver com o apoio às vítimas do terramoto... A solidariedade capitalista tem destas coisas...
Certo, certo - e constante, e permanente - foi o sempre silenciado apoio gratuito, a sempre silenciada solidariedade de facto dos 400 médicos e enfermeiros cubanos.
Agora, desde Outubro, o martirizado povo haitiano sofre uma epidemia de cólera - doença que não era detectada no país há mais de um século - que já matou mais de 1600 pessoas e provocou a hospitalização de 30 mil das 200 mil afectadas, e que ameaça intensificar-se.
E mais uma vez... os apoios, a solidariedade...
Dos anunciados 164 milhões de dólares... chegaram uns 19 milhões... e diz-se que «os apoios «chegam a conta-gotas à espera do resultado das eleições» que hoje se realizam no Haiti...
Raio de solidariedade esta que só se concretiza se as vítimas votarem «bem»...
Certo, certo - e constante, e permanente - continua a ser o sempre silenciado e gratuito, a sempre silenciada solidariedade de facto dos médicos e enfermeiros cubanos - os 400 que já lá estavam, mais os 500 que para lá foram enviados logo que eclodiu a epidemia de cólera, mais os 300 que, por decisão do Governo de Cuba, se lhes juntarão, hoje - sejam quais forem os resultados eleitorais.
Tudo isto a confirmar a diferença abissal que existe entre dois conceitos de solidariedade: o que vigora no mundo capitalista e o que é praticado pelos comunistas.
Que é, afinal, a diferença entre os que tudo fazem para manter esta sociedade velha, baseada na exploração do homem pelo homem, e os que lutam por construir uma sociedade nova, liberta de todas as formas de opressão e de exploração.
POEMA
POR QUE HAVEMOS DE O ESQUECER?
Por que havemos de o esquecer?
Foi a exemplo secreto dos espectaculares
autos-de-fé piedosos
da por igual maldita abjecção
católica-romana,
que a um punhado de cinza
e fumo pelo espaço,
nauseabundo e sufocante
se reduziram milhões de corpos dolorosos
nos fornos crematórios
dos campos de concentração
de recordação recente.
Armindo Rodrigues
Por que havemos de o esquecer?
Foi a exemplo secreto dos espectaculares
autos-de-fé piedosos
da por igual maldita abjecção
católica-romana,
que a um punhado de cinza
e fumo pelo espaço,
nauseabundo e sufocante
se reduziram milhões de corpos dolorosos
nos fornos crematórios
dos campos de concentração
de recordação recente.
Armindo Rodrigues
À BOA MANEIRA PORTUGUESA
A notícia diz assim, em título: «Oli Rehn felicitou a aprovação do Orçamento português para 2011, que considera ser "apropriado"».
Lido o título, pergunto-me: quem será este Oli Rehn de quem eu nunca tinha ouvido falar e que, à semelhança de Sócrates, Coelho, Cavaco & Cia., considera «apropriado» um Orçamento de Estado devastador dos interesses do meu povo e do meu País?
O que é que este estrangeiro tem a ver com Portugal e o povo português? Para quê e para quem é este Orçamento «apropriado»?...
Lendo a notícia e fico a saber que o estrangeiro, para além de «felicitar o Orçamento português», afirma em tom imperativo que a «austeridade» nele contida «terá de continuar nos próximos anos» - tal como Cavaco, Coelho, Sócrates & Cia. já disseram...
Finalmente, a notícia diz-me que o estrangeiro que assim manda em Portugal é o «Comissário Europeu dos Assuntos Económicos», cargo que faz deste Oli Rehn um cidadão tão português como Sócrates, Coelho, Cavaco & Cia...- e que faz de Cavaco, Coelho, Sócrates & Cia. cidadãos tão estrangeiros como o estrangeiro Oli Rehn...
E fico a pensar que Portugal está nas mãos de estrangeiros: uns nascidos lá fora, outros nascidos cá dentro, mas todos nascidos para servir os interesses do grande capital - que não é estrangeiro em lado nenhum, porque não tem pátria...
E fico a pensar na necessidade imperiosa e urgente de Portugal e os portugueses recuperarem a sua independência,
correndo com os «comissários» estrangeiros;
mandando o grande capital para a pátria que o pariu;
e defenestrando, à boa maneira portuguesa, os Sócrates, Coelhos, Cavacos & Cia..
POEMA
HOMEM
Homem
que mate um homem não é homem.
Homem
que explore um homem não é homem.
Nem homem é
homem que imponha a um homem
nem falsa exaltação
nem cobardia.
Armindo Rodrigues
Homem
que mate um homem não é homem.
Homem
que explore um homem não é homem.
Nem homem é
homem que imponha a um homem
nem falsa exaltação
nem cobardia.
Armindo Rodrigues
POEMA
Porque revelam...
Porque revelam,
ainda por cima, tanto ódio
os possuidores da terra
pelos que pedem trabalho,
se estes querem, pelo contrário,
a terra para todos?
Armindo Rodrigues
Porque revelam,
ainda por cima, tanto ódio
os possuidores da terra
pelos que pedem trabalho,
se estes querem, pelo contrário,
a terra para todos?
Armindo Rodrigues
ATÉ À VITÓRIA FINAL
La tierra para quién la trabaja: é a consigna que resume o objectivo essencial da luta dos camponeses da região do Vale de Aguán, nas Honduras , ao longo dos tempos - uma luta em tudo igual à dos assalariados rurais do Alentejo e do Ribatejo: em tudo e, portanto, também na consigna: A terra a quem a trabalha.
Com o governo progressista de Manuel Zelaya alguns passos em frente foram dados e a reforma agrária começou a ser uma realidade - tal como em Portugal, onde após o 25 de Abril, durante os governos progressistas de Vasco Gonçalves, a reforma agrária nos campos do Alentejo e do Ribatejo foi a realidade que conhecemos e que constituiu o momento mais alto desse que foi o tempo mais luminoso da história de Portugal: a Revolução de Abril.
Após o golpe fascista das Hoduras, preparado e executado pela CIA e pelos fascistas locais, a reforma agrária foi um dos primeiros alvos - tal como em Portugal, onde a contra-revolução iniciada pelo primeiro governo PS/Soares, apoiado pela CIA e por toda a reacção nacional e internacional, fez da reforma agrária o seu alvo preferencial.
Apoiados pelo governo fascista de Obama/Micheletti/Lobo e pelas suas forças repressivas, os agrários desencadearam uma feroz ofensiva contra os camponeses do Vale de Aguán, pondo a região a ferro e fogo, roubando-lhes as terras que cultivavam, os gados, tudo - tal como em Portugal, onde os agrários, apoiados pelos governos contra-revolucionários de EUA/UE/Soares/Carneiro/Freitas/Balsemão/Cavaco e pelas suas forças repressivas, puseram o Alentejo a ferro e fogo, roubaram terras, gados, tudo.
No passado dia 15, cinco camponeses do Vale de Aguán foram assassinados por mercenários ao serviço dos agrários, numa tentativa de roubar terras afectas à reforma agrária - tal como em Portugal, no Escoural, em 27 de Setembro de 1979, a GNR, às ordens dos agrários e do Governo, assassinou dois homens da reforma agrária, no decorrer de uma tentativa de roubo de terras.
Eis os nomes dos assassinados de Vale de Aguán: Ignacio Reyes, de 50 anos; Teodoro Acosta, de 40; Siriaco Muñoz, de 56; Raúl Castillo, de 45; José Sauceda, de 32.
Eis os nomes dos assassinados do Escoural: José Geraldo (Caravela), de 45 anos; António Maria Casquinha, de 17 anos.
São nomes a reter nas nossas memórias. E a homenagear como eles o merecem: continuando a luta pelos objectivos pelos quais eles deram as suas vidas.
Entretanto, o povo hondurenho prossegue a sua luta contra o governo fascista de Obama/Micheletti/Lobo, luta que tem assumido expressão relevante nas numerosas e importantes acções levadas a cabo pela Frente Nacional de Resistência Popular - tal como em Portugal os trabalhadores e o povo prosseguem a sua luta contra a política de direita dos governos EUA/UE/PS/PSD/CDS, luta que assumiu expressão maior na poderosa Greve Geral do dia 24 e que tem como dinamizadores e organizadores essenciais, no plano social, o movimento sindical unitário (CGTP-IN), e no plano político, o PCP.
São óbvias as semelhanças entre a acção dos fascistas hondurenhos e a dos contra-revoluconários portugueses e confirmam que o grande capital opressor e explorador é igual em todo o lado, quer se apresente na modalidade de regime fascista quer ponha a máscara da democracia burguesa.
Por isso, são óbvias, também, as semelhanças entre a resistência e a luta dos trabalhadores e dos povos das Honduras e de Portugal.
E, de tudo isto, emerge a certeza de que nas Honduras, em Portugal, em todos os países onde o capitalismo domina, a luta vai continuar - até à vitória final.
POEMA
PAREDES ALTAS, OU BAIXAS...
Paredes altas, ou baixas,
estacarias, tapumes, redes de arame,
grades,
meros marcos, cães de guarda,
sinais de posse,
quando acabareis?
Quando acabarás, cobiça?
Quando acabarás, satisfação reles
e ostentosa
de explorar os outros?
Armindo Rodrigues
Paredes altas, ou baixas,
estacarias, tapumes, redes de arame,
grades,
meros marcos, cães de guarda,
sinais de posse,
quando acabareis?
Quando acabarás, cobiça?
Quando acabarás, satisfação reles
e ostentosa
de explorar os outros?
Armindo Rodrigues
A ANALISTA E O REVOLUCIONÀRIO
A Greve Geral e o 25 de Novembro de 1975 são temas do dia nos média dominantes.
Percebe-se.
Se uma Greve Geral incomoda muita gente, uma Greve Geral erguida por 3 milhões de trabalhadores incomoda muito mais.
Que assim é, provam-no os jornais de hoje, particularmente nos artigos de «opinião», nos quais os habituais escribas do sistema cumprem todos os dias a sua tarefa mercenária.
Numa cuidada distribuição de tarefas, há os que, à semelhança do Governo, negam a força e a dimensão da Greve e há os que, bem integrados na ofensiva ideológica em curso, proclamam a sua inutilidade.
Também o 25 de Novembro de há 35 anos foi motivo de festa para a cambada, por razões sobejamente conhecidas - algumas das quais são lembradas num excelente post do Cantigueiro.
Sobre os dois temas debruçaram-se, nos média, vários debruçadores e debruçadoras, designadamente uma ex-esquerdista tradicional e um tradicional esquerdista, ela escrevendo sobre a Greve Geral, ele falando sobre o 25 de Novembro - e ambos na mesma linha de pensamento e ambos dando provas de superior capacidade de inteligenciação, como adiante se verá.
Helena Matos, analista, escreve no Público que a Greve Geral «não só não foi geral como também não foi greve» - como o comprova, escreve ela, o facto de na rua onde mora estarem abertos «o café, o talho, o restaurante, a farmácia, a tabacaria e o quiosque»...
É de analista, não acham?
Repare-se que não referiu o elevador do prédio onde mora: por esquecimento?, porque o elevador fez greve?... Sabe-se lá!...
«E se o 25 de Novembro tivesse sido ao contrário?»: eis a pergunta feita pelo Diário de Notícias a algumas pessoas, entre elas o intrépido Garcia Pereira, que respondeu assim: «Portugal passaria a ser governado por uma ditadura militar social-fascista, controlada pelo PCP, com a supressão das liberdades».
É de revolucionário, não acham?
Repare-se que não referiu o facto por demais conhecido de os malandros dos comunistas comerem criancinhas ao pequeno almoço e matarem os velhos com uma injecção atrás da orelha: por esquecimento?, porque a memória encravou?... Sabe-se lá!...
QUE LINDO DIA!
Que bela Greve Geral!
Como se esperava, é a MAIOR DE SEMPRE- e tão grande está a ser, que é mais do que se esperava que fosse.
«É a voz do trabalho, a voz dos trabalhadores a fazer-se ouvir» - afirmou Francisco Lopes, candidato do PCP às presidenciais, junto de um piquete de greve.
E é isso mesmo!
E essa é a mais forte de todas as vozes, a que mais FUTURO traz consigo.
Os propagandistas que fazem contas aos «graves prejuízos causados pela greve» - milhões e milhões de euros, dizem eles - nem se apercebem que, com tais contas, estão afinal a confirmar que é o trabalho que produz a riqueza do País - O TRABALHO e não os «mercados», e não o capital...
Porque «os trabalhadores são a força da Nação».
Uma palavra especial de boas-vindas aos milhares de trabalhadores que hoje estão a fazer greve pela primeira vez - e, entre esses, os milhares de jovens trabalhadores com vínculo precário que, vencendo corajosamente as ameaças e as chantagens, ousaram utilizar direitos conquistados pela luta das massas trabalhadoras ao longo dos tempos.
Que venham para ficar, é o que se deseja.
A Greve Geral é o pesadelo dos exploradores e do Governo que serve os seus interesses - mais ainda quando ela atinge a dimensão, a amplitude e a força desta.
Daí que tentem tudo por tudo para a sufocar, não hesitando a chamar a intervir os seus habituais instrumentos repressivos.
São vários os casos de empresas em que a GNR/PSP e (ou) patrões tentam, pela força, impedir a greve, violando e espezinhando direitos dos trabalhadores consagrados na Constituição da República, portanto agindo fora da Lei Fundamental do País.
Mas os trabalhadores resistem - e a Greve Geral continua...
O DN de hoje entrevista uma série de pessoas que, na maioria dos casos, dizem «não» à Greve Geral e apresentam «argumentos»...
Dois exemplos:
1 - Rita Silva, presidente da Associação Animal, diz que não faz greve porque «os animais não se compadecem com essas situações» (?) e ela «trabalha por uma causa e as causas estão à frente das greves»...
Pobres animais que têm os seus direitos entregues a uma pessoa que trata tão mal os direitos dos humanos...
2 - Pedro Salgueiro, assessor do CDS/PP: «não vou fazer greve. Nunca fiz, por princípio».
Aposto que se tivessemos um governo de esquerda a fazer uma política de esquerda, este cavalheiro mandava o «princípio» às urtigas e fazia todas as greves que pudesse - e incitaria as damas de branco das suas relações a virem para a rua com tachos e panelas...
Mas, vozes de burro não chegam... à Greve Geral, que aí está, em cheio, a mostrar o poder da força organizada dos trabalhadores - um poder que tem consigo a força necessária para, quando o entender, partir ao assalto do céu...
O Cravo de Abril saúda calorosamente os trabalhadores que hoje, dia 24 de Novembro de 2010, estão a erguer a maior, a mais bela, a mais forte Greve Geral de sempre e a dar-nos a certeza de que amanhã... A LUTA CONTINUA.
POEMA
ONDE PERSISTA...
Onde persista o medo é porque há tirania.
Onde persista a fome é porque há exploradores.
Armindo Rodrigues
Onde persista o medo é porque há tirania.
Onde persista a fome é porque há exploradores.
Armindo Rodrigues
DOIS AMORES E UM ÓDIO DE ESTIMAÇÃO
Mário Soares tem dois amores.
O primeiro, esteve em Lisboa na sexta e no sábado passados.
O segundo, está cá sempre.
Do primeiro, esperava-se que aproveitasse a sua vinda a Portugal para cumprimentar aquele que é, sem dúvida, o seu mais fiel e mais fervoroso apaixonado em todo o mundo.
Não era preciso muito: bastava um rápido aperto de mão, um sorriso/Obama, uma simples dúzia de palavras: Olá, como está, tenho muito prazer em conhecê-lo pessoalmente, Dr. Mário Soares - e pronto, estava cumprido o elementar dever de gratidão.
Assim não aconteceu e há que reconhecer que estamos perante uma tremenda injustiça.
Uma injustiça que, todavia, em nada afectou a adoração de Mário Soares pelo presidente dos EUA, por essa «personalidade política única» que «em dois anos mudou a imagem da América e tanto fez pela paz e pela boa convivência entre os povos», e que veio a Lisboa «transformar a NATO numa organização pacifica» - como Soares, visivelmente afectado por grave maleita visionária, escreve no DN de hoje.
Ao seu outro amor, trata-o Soares com iguais mimos.
Vejamos: «Lisboa foi durante dois dias o centro do mundo»; «a organização da Cimeira foi sem falhas» - por isso, «num momento em que o ego português andava tão baixo, Sócrates marcou pontos»: «o prestígio de Portugal no mundo está em alta»...
Por cá, isto está mau, é certo... mas atenção, o culpado da crise não é o governo, a crise veio de fora, e a política do governo «foi-nos imposta - não o esqueçamos - pela União Europeia» - mas atenção, muita atenção: «se saíssemos da UE ficaríamos ainda muito pior»...
Portanto, há que sofrer e calar... e adorar Sócrates...
Pelo que, após fazer o panegírico dos seus dois amores, Soares destapou o seu ódio de estimação:
«Para que servem as manifestações?» - pergunta.
«Para que serve a greve geral?»- pergunta.
E responde: «Para nada!»
O que, dito por quem foi, só confirma que as manifestações e a greve geral - ou seja: as lutas - servem para muito.
Como amanhã - e depois de amanhã.. - veremos.
POEMA
NÃO QUERER NADA...
Não querer nada do que os outros querem,
não fazer nada do que os outros fazem,
não é afirmação de independência,
não é afirmação de liberdade,
mas um capricho apenas de burguês,
birrento, pretensioso, negligente,
mal-educado, ocioso e insensato.
Armindo Rodrigues
Não querer nada do que os outros querem,
não fazer nada do que os outros fazem,
não é afirmação de independência,
não é afirmação de liberdade,
mas um capricho apenas de burguês,
birrento, pretensioso, negligente,
mal-educado, ocioso e insensato.
Armindo Rodrigues
UM CASO TÍPICO
Os jornais têm noticiado e comentado o estranho caso ocorrido em Alpiarça e de que foi protagonista Teresa Freitas - licenciada em ciências políticas, secretária da governadora civil de Santarém e presidente da comissão concelhia do PS de Alpiarça (e o mais que se verá, tudo o indica, num futuro não distante...).
A coisa começou assim: preocupada com a construção de «um futuro melhor em Portugal», Teresa Freitas decidiu passar a escrito as suas preocupações sobre o magno assunto e partilhá-las com os leitores do Jornal Alpiarcense, jornal que, com este artigo, iniciou a publicação daquilo a que a sua direcção chama «textos exclusivos» - e que, em relação ao primeiro publicado, a realidade veio mostrar não ser, afinal, assim tão «exclusivo», como adiante veremos...
Na verdade, a licenciada em ciências políticas optou pelo recurso a um método sem dúvida pragmático mas de assaz duvidosa probidade, digamos assim...
Pegou em textos sobre a matéria escritos por três pensadores da nossa praça e toca de copiá-los (um bocado deste, um bocado daquele, mais um bocado daqueloutro...), alinhavá-los e publicá-los sem indicação de autorias, como se fossem textos seus, ou seja: plagiando-os.
E com tal afã o fez que, segundo rezam as notícias, dos dez parágrafos que compõem o texto publicado e por ela assinado, nove são, integralmente, dos três plagiados e apenas um é (segundo se pensa...) da plagiadora.
Ora é bem verdade, que neste tempo de desvergonha sem margens, tal caso não é de espantar. Trata-se, com efeito, de um caso típico, já que coisas semelhantes e até bem piores fazem-nas todos os dias os colegas de partido da plagiadora de Alpiarça e os seus aliados na política de direita.
E assim sendo por que é que a senhora não há ter iguais direitos?...
Além disso e por tudo isso, confesso que estou indeciso sobre o que é que, na prática plagiadora de Teresa Freitas visando «um futuro melhor em Portugal», está mais conforme com a desvergonha reinante:
se o plágio, coisa sempre feia, feia e reveladora de um determinado carácter - e que, pelos vistos, Teresa Freitas integra no seu projecto para esse seu almejado «futuro melhor»...
se os plagiados, cujo projecto de futuro para Portugal a plagiadora foi surripiar e fez seu.
É que os plagiados são nem mais nem menos do que o Cardeal Patriarca, Adriano Moreira e Teresa de Sousa - e ir roubar ideias para o futuro a tais personagens só lembraria a quem quer para o nosso País um futuro igual ao presente.
Para pior, é claro.
A coisa começou assim: preocupada com a construção de «um futuro melhor em Portugal», Teresa Freitas decidiu passar a escrito as suas preocupações sobre o magno assunto e partilhá-las com os leitores do Jornal Alpiarcense, jornal que, com este artigo, iniciou a publicação daquilo a que a sua direcção chama «textos exclusivos» - e que, em relação ao primeiro publicado, a realidade veio mostrar não ser, afinal, assim tão «exclusivo», como adiante veremos...
Na verdade, a licenciada em ciências políticas optou pelo recurso a um método sem dúvida pragmático mas de assaz duvidosa probidade, digamos assim...
Pegou em textos sobre a matéria escritos por três pensadores da nossa praça e toca de copiá-los (um bocado deste, um bocado daquele, mais um bocado daqueloutro...), alinhavá-los e publicá-los sem indicação de autorias, como se fossem textos seus, ou seja: plagiando-os.
E com tal afã o fez que, segundo rezam as notícias, dos dez parágrafos que compõem o texto publicado e por ela assinado, nove são, integralmente, dos três plagiados e apenas um é (segundo se pensa...) da plagiadora.
Ora é bem verdade, que neste tempo de desvergonha sem margens, tal caso não é de espantar. Trata-se, com efeito, de um caso típico, já que coisas semelhantes e até bem piores fazem-nas todos os dias os colegas de partido da plagiadora de Alpiarça e os seus aliados na política de direita.
E assim sendo por que é que a senhora não há ter iguais direitos?...
Além disso e por tudo isso, confesso que estou indeciso sobre o que é que, na prática plagiadora de Teresa Freitas visando «um futuro melhor em Portugal», está mais conforme com a desvergonha reinante:
se o plágio, coisa sempre feia, feia e reveladora de um determinado carácter - e que, pelos vistos, Teresa Freitas integra no seu projecto para esse seu almejado «futuro melhor»...
se os plagiados, cujo projecto de futuro para Portugal a plagiadora foi surripiar e fez seu.
É que os plagiados são nem mais nem menos do que o Cardeal Patriarca, Adriano Moreira e Teresa de Sousa - e ir roubar ideias para o futuro a tais personagens só lembraria a quem quer para o nosso País um futuro igual ao presente.
Para pior, é claro.
POEMA
EM GERAL, NÃO SOU NEUTRO...
Em geral, não sou neutro.
Raro é conseguir sê-lo.
Falta-me para isso
a delicadeza pérfida
dos falsos independentes,
o comodismo cobarde
dos falsos sobranceiros,
a hipocrisia velhaca
dos falsos melindrosos.
Armindo Rodrigues
Em geral, não sou neutro.
Raro é conseguir sê-lo.
Falta-me para isso
a delicadeza pérfida
dos falsos independentes,
o comodismo cobarde
dos falsos sobranceiros,
a hipocrisia velhaca
dos falsos melindrosos.
Armindo Rodrigues
ATÉ À VITÓRIA FINAL
Partiram?
Não: ficaram.
Aliás, nestes dois dias de Cimeira, os ocupantes apenas (re)marcaram o território que sabem ser deles: que é deles desde os tempos sombrios do fascismo; que perderam durante os dois anos luminosos da Revolução de Abril; que recuperaram neste tempo outra vez sombrio da contra-revolução.
Mas que, um dia, voltará a ser nosso.
Os governantes portugueses - de Sócrates a Cavaco - confirmaram-se como criados para todo o serviço dos senhores, particularmente do SENHOR de todos os senhores - o chefe máximo do bando de malfeitores que hoje domina o mundo e que daqui saíu decidido a varrer a ferro e fogo todos os obstáculos que se oponham ao seu domínio total do planeta.
Entretanto, enfrentando com coragem a campanha de medo difundida pelos média dominantes, mais de 30 mil pessoas ergueram uma poderosa manifestação pela PAZ e contra a NATO - manifestação que esses média, confirmando-se como veículos da desinformação organizada ao serviço dos senhores e do SENHOR, trataram como se esperava...
E a luta continua - para já, com a GREVE GERAL do dia 24.
E continuará depois do dia 24.
Cada vez mais forte.
Cada vez mais participada.
Até à vitória final!
Não: ficaram.
Aliás, nestes dois dias de Cimeira, os ocupantes apenas (re)marcaram o território que sabem ser deles: que é deles desde os tempos sombrios do fascismo; que perderam durante os dois anos luminosos da Revolução de Abril; que recuperaram neste tempo outra vez sombrio da contra-revolução.
Mas que, um dia, voltará a ser nosso.
Os governantes portugueses - de Sócrates a Cavaco - confirmaram-se como criados para todo o serviço dos senhores, particularmente do SENHOR de todos os senhores - o chefe máximo do bando de malfeitores que hoje domina o mundo e que daqui saíu decidido a varrer a ferro e fogo todos os obstáculos que se oponham ao seu domínio total do planeta.
Entretanto, enfrentando com coragem a campanha de medo difundida pelos média dominantes, mais de 30 mil pessoas ergueram uma poderosa manifestação pela PAZ e contra a NATO - manifestação que esses média, confirmando-se como veículos da desinformação organizada ao serviço dos senhores e do SENHOR, trataram como se esperava...
E a luta continua - para já, com a GREVE GERAL do dia 24.
E continuará depois do dia 24.
Cada vez mais forte.
Cada vez mais participada.
Até à vitória final!
POEMA
ESMAGADOS SOB AS PATAS...
Esmagados sob as patas
das bestas taciturnas
os nossos peitos ansiosos,
que havemos de fazer senão, irados,
mesmo imprudentemente,
erguer-nos contra quanto
é ordem truculenta,
crença mutiladora,
ou crime sistemático?
Armindo Rodrigues
Esmagados sob as patas
das bestas taciturnas
os nossos peitos ansiosos,
que havemos de fazer senão, irados,
mesmo imprudentemente,
erguer-nos contra quanto
é ordem truculenta,
crença mutiladora,
ou crime sistemático?
Armindo Rodrigues
CUIDADO COM OS CÃES
Foi depois de ter luz verde para intervir militarmente - bombardear, invadir, destruir, matar - onde e quando os interesses do Império o exijam, que o Boss Obama (BO) passou a mão pelo pêlo à matilha indígena:
elogiou o «vigoroso plano económico» de Sócrates (ou seja: os PEC's, o OE e o mais que aí vem);
elogiou a forma como Sócrates organizou a Cimeira -
e, feito o balanço de tudo, decretou e mandou publicar que, com tais provas dadas, Sócrates «mostrou a sua liderança e a liderança de Portugal, não só na Europa mas também no mundo».
Afagado deste jeito, o líder nacional, europeu e mundial rebolava-se de gozo, enroscava-se de prazer, sacudia o rabo e as orelhas, fazia olhinhos de sensual gratidão, lambia e lambuzava o BO com babados sorrisos de volúpia.
Foi então que a incontinência elogiativa do Boss Obama molhou o cenário, que é como quem diz, borrou a pintura: a encerrar a sessão canina, à despedida, tirou do bolso do casaco um último osso e atirou-o a Sócrates: «O seu inglês é muito melhor do que o meu português»!!!
Ora, sabendo-se que o «português» do Boss Obama é, apenas e só, o que aprendeu com o ladrar do seu cão-d'água português (também de nome BO, mas esse, sim, um cão a sério, e por isso digno de respeito...), estou em crer que o que o Boss Obama quis dizer, dizendo o que disse, foi que Sócrates ladrava muito melhor do que ele...
Se foi ou não, o futuro o dirá...
No que me diz respeito, desde já digo a cada um deles - ao BO e ao seu fiel Sócrates:
Ladras bem mas não me alegras.
E é a pensar no «novo conceito estratégico da NATO», no «escudo antí-missil da NATO», e nessas coisas todas, que aqui deixo o meu aviso:
CUIDADO: CÃES QUE LADRAM, MORDEM!...
elogiou o «vigoroso plano económico» de Sócrates (ou seja: os PEC's, o OE e o mais que aí vem);
elogiou a forma como Sócrates organizou a Cimeira -
e, feito o balanço de tudo, decretou e mandou publicar que, com tais provas dadas, Sócrates «mostrou a sua liderança e a liderança de Portugal, não só na Europa mas também no mundo».
Afagado deste jeito, o líder nacional, europeu e mundial rebolava-se de gozo, enroscava-se de prazer, sacudia o rabo e as orelhas, fazia olhinhos de sensual gratidão, lambia e lambuzava o BO com babados sorrisos de volúpia.
Foi então que a incontinência elogiativa do Boss Obama molhou o cenário, que é como quem diz, borrou a pintura: a encerrar a sessão canina, à despedida, tirou do bolso do casaco um último osso e atirou-o a Sócrates: «O seu inglês é muito melhor do que o meu português»!!!
Ora, sabendo-se que o «português» do Boss Obama é, apenas e só, o que aprendeu com o ladrar do seu cão-d'água português (também de nome BO, mas esse, sim, um cão a sério, e por isso digno de respeito...), estou em crer que o que o Boss Obama quis dizer, dizendo o que disse, foi que Sócrates ladrava muito melhor do que ele...
Se foi ou não, o futuro o dirá...
No que me diz respeito, desde já digo a cada um deles - ao BO e ao seu fiel Sócrates:
Ladras bem mas não me alegras.
E é a pensar no «novo conceito estratégico da NATO», no «escudo antí-missil da NATO», e nessas coisas todas, que aqui deixo o meu aviso:
CUIDADO: CÃES QUE LADRAM, MORDEM!...
POEMA
ESTE CAOS ORGANIZADO...
Este caos organizado que é o capitalismo,
esta triunfante infâmia,
este nojo dos nojos,
com a sua opulência agressiva
e os seus lacaios sem imaginação,
quando virá o grande vendaval que o varra,
para dar a todos conforme as suas necessidades,
e não a miséria repartida
pelas mãos parasitas e ávidas dos ricos?
Quando virá essa ofuscante claridade,
essa lúcida paz amassada de suor
e de contentamento para além
do agudo contentamento da alvorada?
Armindo Rodrigues
Este caos organizado que é o capitalismo,
esta triunfante infâmia,
este nojo dos nojos,
com a sua opulência agressiva
e os seus lacaios sem imaginação,
quando virá o grande vendaval que o varra,
para dar a todos conforme as suas necessidades,
e não a miséria repartida
pelas mãos parasitas e ávidas dos ricos?
Quando virá essa ofuscante claridade,
essa lúcida paz amassada de suor
e de contentamento para além
do agudo contentamento da alvorada?
Armindo Rodrigues
PAZ, SIM! NATO, NÃO!
A associação criminosa que dá pelo nome de NATO está reunida, em cimeira, em Lisboa.
Provavelmente, nunca um tão elevado número de malfeitores internacionais espezinhou o solo nacional, como nestes dias está a acontecer.
Dezenas de figurões do mundo do crime, responsáveis e co-responsáveis pelos mais hediondos crimes contra a humanidade, deixando atrás de si um rasto de destruição, de sofrimentos, de sangue, ocupam literalmente o nosso País.
E é justo que se diga que nenhum outro local seria mais apropriado do que o Portugal da política de direita para o encontro desta cambada de crimimosos.
Com efeito, nesta como noutras matérias, o actual regime tem-se revelado um ilustre continuador do regime fascista, já que, se é verdade que a NATO foi um dos suportes fundamentais do salazarismo/caetanismo, não é menos verdade que ela desempenha igual função, hoje, no que respeita ao socratismo/cavaquismo reinante.
Com uma diferença: Salazar e Caetanto tinham a sua atitude «legalizada» pela constituição fascista, enquanto que Sócrates e Cavaco agem no desprezo e no desrespeito pela Constituição da República Portuguesa - agem, portanto, fora-da-lei...
Em entrevista ao Diário de Notícias de hoje, o inigualável Santos Silva, de cócoras, garantiu que «somos um aliado confiável» da NATO.
O mesmo disse, em tempos - por essas ou por idênticas palavras - um qualquer ministro de Salazar ou Caetano...
Tudo isto confere especial importância e significado à manifestação convocada para amanhã, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores - que será, não tenhamos dúvidas, uma muito, muito grande manifestação.
«PAZ, Sim! NATO, Não!» : gritarão os muitos milhares de manifestantes - e a esse grito poderão juntar um outro, não menos ajustado à realidade:
25 de Abril Sempre! Fascismo Nunca Mais!
Provavelmente, nunca um tão elevado número de malfeitores internacionais espezinhou o solo nacional, como nestes dias está a acontecer.
Dezenas de figurões do mundo do crime, responsáveis e co-responsáveis pelos mais hediondos crimes contra a humanidade, deixando atrás de si um rasto de destruição, de sofrimentos, de sangue, ocupam literalmente o nosso País.
E é justo que se diga que nenhum outro local seria mais apropriado do que o Portugal da política de direita para o encontro desta cambada de crimimosos.
Com efeito, nesta como noutras matérias, o actual regime tem-se revelado um ilustre continuador do regime fascista, já que, se é verdade que a NATO foi um dos suportes fundamentais do salazarismo/caetanismo, não é menos verdade que ela desempenha igual função, hoje, no que respeita ao socratismo/cavaquismo reinante.
Com uma diferença: Salazar e Caetanto tinham a sua atitude «legalizada» pela constituição fascista, enquanto que Sócrates e Cavaco agem no desprezo e no desrespeito pela Constituição da República Portuguesa - agem, portanto, fora-da-lei...
Em entrevista ao Diário de Notícias de hoje, o inigualável Santos Silva, de cócoras, garantiu que «somos um aliado confiável» da NATO.
O mesmo disse, em tempos - por essas ou por idênticas palavras - um qualquer ministro de Salazar ou Caetano...
Tudo isto confere especial importância e significado à manifestação convocada para amanhã, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores - que será, não tenhamos dúvidas, uma muito, muito grande manifestação.
«PAZ, Sim! NATO, Não!» : gritarão os muitos milhares de manifestantes - e a esse grito poderão juntar um outro, não menos ajustado à realidade:
25 de Abril Sempre! Fascismo Nunca Mais!
POEMA
A EXISTÊNCIA ALHEIA...
A existência alheia,
a alheia dignidade,
os direitos alheios pouco são
para os orgulhosos governantes
de hoje, como de sempre.
Por isso,
toda a ordem que de um mando provém,
toda a autoridade que alguém exerça,
e, em consequência, toda a dominação
são um abuso e um esbulho.
Na sociedade de classes é a lei
a grande prostituta.
Armindo Rodrigues
A existência alheia,
a alheia dignidade,
os direitos alheios pouco são
para os orgulhosos governantes
de hoje, como de sempre.
Por isso,
toda a ordem que de um mando provém,
toda a autoridade que alguém exerça,
e, em consequência, toda a dominação
são um abuso e um esbulho.
Na sociedade de classes é a lei
a grande prostituta.
Armindo Rodrigues
O IDEAL DE EDWIN PÉREZ
Chamava-se Edwin Pérez, era secretário-geral da Juventude Comunista do Equador e responsável pela participação equatoriana no Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, que terá lugar na África do Sul de 13 a 21 de Dezembro.
Quando da tentativa de golpe contra o presidente Rafael Correa - em 30 de Setembro - Edwin teve papel destacado na organização da resistência juvenil ao golpe e na subsequente derrota dos golpistas.
No dia 25 de Outubro, Edwin Pérez foi vítima de uma brutal agressão por parte de um grupo da extrema-direita , cujo líder, um tal Neptali Ramirez, é conhecido entre o seu bando por «escorpião».Em estado grave, o jovem comunista foi levado para o hospital onde viria a falecer - no dia 11 de Novembro - depois de duas semanas e meia em coma.
Dizem os que o conheciam que «a sua família era o Partido e os seus amigos eram os seus camaradas» - o que significa que o exemplo de actividade militante de Edwin perdurará e que os jovens comunistas equatorianos continuarão a luta à qual ele dedicou a sua vida.
Uma vida que, apesar de curta, deixa marcas carregadas de futuro: as marcas imperecíveis do ideal de Edwin Pérez, do nosso ideal comunista.
«Edwin Pérez, presente!» - gritaram os seus camaradas no funeral.
Um grito ao qual o Cravo de Abril se associa nesta singela homenagem que presta ao jovem camarada assassinado.
POEMA
IDIOTAS, PALHAÇOS E BANDIDOS...
Idiotas, palhaços e bandidos,
enfatuados, ocos, ignorantes,
do capital humildes servidores,
ante os trabalhadores majestosos,
melífluos, devotos, afectados,
hipócritas, sem escrúpulos, grosseiros,
no apetite à solta insaciáveis,
na total desvergonha sem remédio,
agiotas vorazes para os pobres,
para os ricos mãos rotas sem medida,
impávidos na asneira triunfal,
relapsos no logro e na mentira,
useiros e vezeiros na traição,
são os que nos governam e eu desprezo.
Armindo Rodrigues
Idiotas, palhaços e bandidos,
enfatuados, ocos, ignorantes,
do capital humildes servidores,
ante os trabalhadores majestosos,
melífluos, devotos, afectados,
hipócritas, sem escrúpulos, grosseiros,
no apetite à solta insaciáveis,
na total desvergonha sem remédio,
agiotas vorazes para os pobres,
para os ricos mãos rotas sem medida,
impávidos na asneira triunfal,
relapsos no logro e na mentira,
useiros e vezeiros na traição,
são os que nos governam e eu desprezo.
Armindo Rodrigues
PORTUGUÊS É QUE NÃO
No mesmo dia em que o presidente do Conselho da Europa, Herman Van Rompuy, afirmava que «a Zona Euro e a União Europeia podem não sobreviver» à crise actual, Mário Soares, falando para alunos da Escola Secundária de Trofa, arrotava que «a única hipótese que a Europa tem para não patinar, é a criação de um governo europeu, eleito por cidadãos comunitários: um governo federal similar ao dos Estados Unidos».
Como se sabe, Soares é o grande responsável pela entrada de Portugal para a CEE/UE.
E não o fez a pensar nos interesses nacionais, mas, pelo contrário, por ver nessa integração a forma mais eficaz de liquidar a democracia de Abril.
Aliás, liquidar a democracia de Abril foi a tarefa na qual Soares, em toda a sua vida, mais se empenhou, não hesitando em aliar-se com quem fosse necessário para o efeito e em vender a alma ao diabo que mais alto pagasse a sua traição - e, provavelmente, fazendo-se pagar bem...
Já agora, recorde-se que, desde logo, o PCP alertou para as graves consequências políticas, económicas, sociais, culturais que a integração na CEE/UE traria para Portugal e para os portugueses, sublinhando que ela conduziria à entrega da independência nacional nas garras dos grandes grupos económicos e financeiros - como, de facto, veio a acontecer.
A situação da União Europeia, hoje, está bem patente na declaração acima citada de Herman Van Rompuy.
A situação económica e social do nosso País é o desastre que se vê e que a imensa maioria dos portugueses sente na pele: Portugal afunda-se.
E Soares, sem dúvida o principal responsável por esse afundamento, o que propugna é... a aplicação até ao fim da tortura do afogamento: a entrega definitiva e total do País aos patrões da Europa.
Disse o sacripanta aos alunos da Escola Secundária de Trofa: «Sou europeísta e sou federalista».
Lá isso é.
Português é que não...
Como se sabe, Soares é o grande responsável pela entrada de Portugal para a CEE/UE.
E não o fez a pensar nos interesses nacionais, mas, pelo contrário, por ver nessa integração a forma mais eficaz de liquidar a democracia de Abril.
Aliás, liquidar a democracia de Abril foi a tarefa na qual Soares, em toda a sua vida, mais se empenhou, não hesitando em aliar-se com quem fosse necessário para o efeito e em vender a alma ao diabo que mais alto pagasse a sua traição - e, provavelmente, fazendo-se pagar bem...
Já agora, recorde-se que, desde logo, o PCP alertou para as graves consequências políticas, económicas, sociais, culturais que a integração na CEE/UE traria para Portugal e para os portugueses, sublinhando que ela conduziria à entrega da independência nacional nas garras dos grandes grupos económicos e financeiros - como, de facto, veio a acontecer.
A situação da União Europeia, hoje, está bem patente na declaração acima citada de Herman Van Rompuy.
A situação económica e social do nosso País é o desastre que se vê e que a imensa maioria dos portugueses sente na pele: Portugal afunda-se.
E Soares, sem dúvida o principal responsável por esse afundamento, o que propugna é... a aplicação até ao fim da tortura do afogamento: a entrega definitiva e total do País aos patrões da Europa.
Disse o sacripanta aos alunos da Escola Secundária de Trofa: «Sou europeísta e sou federalista».
Lá isso é.
Português é que não...
POEMA
NEM A SETE CHAVES
Nem a sete chaves
de mim separado,
de ti separado,
guardado dos outros,
em mim conseguiram,
no tempo das trevas,
nas trevas das celas,
as trevas murchar
os cravos solares
floridos em mim,
em mim ateados,
do meu pensamento,
da minha certeza,
da minha vontade.
Armindo Rodrigues
Nem a sete chaves
de mim separado,
de ti separado,
guardado dos outros,
em mim conseguiram,
no tempo das trevas,
nas trevas das celas,
as trevas murchar
os cravos solares
floridos em mim,
em mim ateados,
do meu pensamento,
da minha certeza,
da minha vontade.
Armindo Rodrigues
AFINAL, HAVIA... COISA
Ontem comentei a entrevista do ministro Amado ao Expresso.
Mal sabia eu, ao escrever o que escrevi - designadamente sobre o hipotético futuro político do entrevistado - que afinal havia... coisa...
Com efeito, o Público de hoje revela que a hipótese de Amado substituir Sócrates no cargo de primeiro-ministro está a ser «ponderada» já há alguns meses - precisamente desde Maio, altura em que foi decretado o PEC 1.
«Ponderada» por quem?
«Por dirigentes do PS, por outras figuras públicas e também por alguns empresários» - informa o jornal.
Se assim é - e tudo leva a crer que sim, vindo a informação donde vem - então, repito, afinal havia... coisa.
E coisa grossa!
Porque, reparem: se os «ponderadores» fossem, apenas, «dirigentes do PS» e «outras figuras públicas», a coisa não seria por aí além relevante, pois estaríamos perante mais uma daquelas guerrinhas de bastidores, em busca do tacho, com traições e facadas nas costas, tão usuais na família da «grande coligação»...
Mas entre os «ponderadores» há, informa o órgão oficial da Sonae, «alguns empresários»!
E aí, a coisa fia mais fino.
Não acham?
Mal sabia eu, ao escrever o que escrevi - designadamente sobre o hipotético futuro político do entrevistado - que afinal havia... coisa...
Com efeito, o Público de hoje revela que a hipótese de Amado substituir Sócrates no cargo de primeiro-ministro está a ser «ponderada» já há alguns meses - precisamente desde Maio, altura em que foi decretado o PEC 1.
«Ponderada» por quem?
«Por dirigentes do PS, por outras figuras públicas e também por alguns empresários» - informa o jornal.
Se assim é - e tudo leva a crer que sim, vindo a informação donde vem - então, repito, afinal havia... coisa.
E coisa grossa!
Porque, reparem: se os «ponderadores» fossem, apenas, «dirigentes do PS» e «outras figuras públicas», a coisa não seria por aí além relevante, pois estaríamos perante mais uma daquelas guerrinhas de bastidores, em busca do tacho, com traições e facadas nas costas, tão usuais na família da «grande coligação»...
Mas entre os «ponderadores» há, informa o órgão oficial da Sonae, «alguns empresários»!
E aí, a coisa fia mais fino.
Não acham?
POEMA
AO MORRER
Ao morrer, nada mais me importará.
Por antecipação, nem já me importa.
Com consciência, pois, do paradoxo,
é que ouso dizer com bonomia
que até quem se incomode a acompanhar-me
o corpo hirto, inerte,a apodrecer,
ao cemitério sossegado e claro,
o fará com desgosto meu actual.
Nunca gostei de incomodar ninguém.
Mas quem não quero lá, fique isto assente,
são padres, charlatães, capitalistas,
para nem morto suportar ofensas.
Armindo Rodrigues
Ao morrer, nada mais me importará.
Por antecipação, nem já me importa.
Com consciência, pois, do paradoxo,
é que ouso dizer com bonomia
que até quem se incomode a acompanhar-me
o corpo hirto, inerte,a apodrecer,
ao cemitério sossegado e claro,
o fará com desgosto meu actual.
Nunca gostei de incomodar ninguém.
Mas quem não quero lá, fique isto assente,
são padres, charlatães, capitalistas,
para nem morto suportar ofensas.
Armindo Rodrigues
AQUI HÁ GATO...
Luis Amado, actual MNE (e futuro... a ver vamos...) é um personagem estranho. Para mim, é claro.
Não sei porquê (ou até sei...) habituei-me a vê-lo como homem de confiança (digamos assim...) dos EUA, uma espécie de embaixador local dos interesses dos States.
Vem isto a propósito da entrevista por ele concedida (digamos assim...) ao Expresso - uma entrevista que é, ela própria, também algo estranha, na medida em que mais parece (a mim, é claro...) uma daquelas entrevistas não-se-sabe-porquê, ou seja, feitas por encomenda de alguém...
À medida que lia as perguntas do entrevistador e as respostas do entrevistado, dei comigo a pronunciar repetidas vezes, em voz baixa: aqui há gato... - não tanto pelo facto de Amado pensar o mesmo que Paulo Portas em matéria de «solução» para a actual situação nacional, mas mais pelos caminhos seguidos pelo entrevistado na «fundamentação» da sua «solução».
Começando por declarar que «esta crise está para lá de nós» (frase dúbia... ou talvez não...), Amado fez questão de informar que «os meus colegas (na UE) estranham termos um Governo minoritário no contexto de uma crise tão séria» - estranheza que, pelos vistos Amado subscreve, ao afirmar, primeiro, que «é preciso colocar os interesses do país acima dos partidários e pessoais» e, logo a seguir, que «o país precisa de uma grande coligação que permita ultrapassar a actual situação».
«Uma grande coligação» englobando, obviamente, os três partidos da política de direita - ao fim e ao cabo os mesmos que, em coligação disfarçada, durante 34 anos, são os grandes responsáveis pela situação a que o País chegou (isto digo eu e não o Amado...).
Mas «grande coligação» como? - pergunta o entrevistador - «sem eleições?» - e Amado responde sem hesitações que as eleições «neste momento são inviáveis num horizonte excessivamente longo», e a crise é séria, portanto... grande coligação sem eleições...
E, colocando os interesses do país acima dos partidários e pessoais, proclamou, patriótico:
«Estou disposto a ceder o lugar para uma solução de estabilidade».
»Ceder o lugar»?: a quem? e a troco de que outro lugar?...
Bom, receio bem que, neste caso, se trate de gato escondido com o rabo de fora...
Mas, tratando-se ou não disso, de uma coisa estou certo: aqui há gato...
Não sei porquê (ou até sei...) habituei-me a vê-lo como homem de confiança (digamos assim...) dos EUA, uma espécie de embaixador local dos interesses dos States.
Vem isto a propósito da entrevista por ele concedida (digamos assim...) ao Expresso - uma entrevista que é, ela própria, também algo estranha, na medida em que mais parece (a mim, é claro...) uma daquelas entrevistas não-se-sabe-porquê, ou seja, feitas por encomenda de alguém...
À medida que lia as perguntas do entrevistador e as respostas do entrevistado, dei comigo a pronunciar repetidas vezes, em voz baixa: aqui há gato... - não tanto pelo facto de Amado pensar o mesmo que Paulo Portas em matéria de «solução» para a actual situação nacional, mas mais pelos caminhos seguidos pelo entrevistado na «fundamentação» da sua «solução».
Começando por declarar que «esta crise está para lá de nós» (frase dúbia... ou talvez não...), Amado fez questão de informar que «os meus colegas (na UE) estranham termos um Governo minoritário no contexto de uma crise tão séria» - estranheza que, pelos vistos Amado subscreve, ao afirmar, primeiro, que «é preciso colocar os interesses do país acima dos partidários e pessoais» e, logo a seguir, que «o país precisa de uma grande coligação que permita ultrapassar a actual situação».
«Uma grande coligação» englobando, obviamente, os três partidos da política de direita - ao fim e ao cabo os mesmos que, em coligação disfarçada, durante 34 anos, são os grandes responsáveis pela situação a que o País chegou (isto digo eu e não o Amado...).
Mas «grande coligação» como? - pergunta o entrevistador - «sem eleições?» - e Amado responde sem hesitações que as eleições «neste momento são inviáveis num horizonte excessivamente longo», e a crise é séria, portanto... grande coligação sem eleições...
E, colocando os interesses do país acima dos partidários e pessoais, proclamou, patriótico:
«Estou disposto a ceder o lugar para uma solução de estabilidade».
»Ceder o lugar»?: a quem? e a troco de que outro lugar?...
Bom, receio bem que, neste caso, se trate de gato escondido com o rabo de fora...
Mas, tratando-se ou não disso, de uma coisa estou certo: aqui há gato...
POEMA
REMATE
O que é obscuro
tentemoos elucidá-lo.
O que é complexo
tentemos
simplificá-lo.
O que é impuro
tentemos
purificá-lo.
Armindo Rodrigues
O que é obscuro
tentemoos elucidá-lo.
O que é complexo
tentemos
simplificá-lo.
O que é impuro
tentemos
purificá-lo.
Armindo Rodrigues
MEDALHA DE OURO, JÁ!
Desde que, há mês e meio, o PEC III foi anunciado - com as suas «drásticas medidas de austeridade» e de «contenção na despesa pública» - José Sócrates e os seus ministros já fizeram 270 nomeações para cargos no Governo.
O que corresponde, feitas as contas, a uma média de 180 nomeações/mês - ou, se se preferir, 45 nomeações/semana; ou, para quem seja mais miudinho, 9 nomeações/dia...
De acordo com dados divulgados pelo DN, Sócrates, com este notável score, bate o seu recorde pessoal, ultrapassando largamente a média de nomeações verificada no seu primeiro governo.
Mas... Sócrates não é só isto!: ele bate também os recordes dos seus três antecessores: Guterres e Barroso (com médias de, respectivamente, 127 e 117 boys/mês); e Santana (com a aconchegante média de 172 girls/mês).
Estes recordes, projectando o recordista para o cume do pódio, são tanto mais relevantes quanto são obtidos em tempo de «austeridade» e de «contenção»...
Por tudo isso, para Sócrates a bem merecida Medalha de Ouro, já!
O que corresponde, feitas as contas, a uma média de 180 nomeações/mês - ou, se se preferir, 45 nomeações/semana; ou, para quem seja mais miudinho, 9 nomeações/dia...
De acordo com dados divulgados pelo DN, Sócrates, com este notável score, bate o seu recorde pessoal, ultrapassando largamente a média de nomeações verificada no seu primeiro governo.
Mas... Sócrates não é só isto!: ele bate também os recordes dos seus três antecessores: Guterres e Barroso (com médias de, respectivamente, 127 e 117 boys/mês); e Santana (com a aconchegante média de 172 girls/mês).
Estes recordes, projectando o recordista para o cume do pódio, são tanto mais relevantes quanto são obtidos em tempo de «austeridade» e de «contenção»...
Por tudo isso, para Sócrates a bem merecida Medalha de Ouro, já!
POEMA
AUTO-RETRATO
O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill!)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe demais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...
Alexandre O'Neill
(Assim termina este convívio do Cravo de Abril com a poesia de Alexandre O'Neill.
O próximo convidado - que, aliás, por aqui tem passado com justificada frequência - é Armindo Rodrigues)
O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill!)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe demais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...
Alexandre O'Neill
(Assim termina este convívio do Cravo de Abril com a poesia de Alexandre O'Neill.
O próximo convidado - que, aliás, por aqui tem passado com justificada frequência - é Armindo Rodrigues)
A AGENDA
O «professor universitário, especialista em...» é uma espécie de instituição com Sede nos EUA e com sucursais espalhadas pelo mundo.
Com frequência e oportunidade cirúrgicas, estes «professores especialistas» correm todas as capitais, convidados e pagos por «institutos especializados», proferindo doutas «conferências» sobre os temas que, em cada momento, ocupam a «agenda» do imperialismo norte-americano - que é a «agenda» dos seus propagandistas espalhados pelo mundo.
Foi no cumprimento dessa «agenda» que, um tal Malcolm Deas - «Professor da Universidade de Oxford, especialista em Colômbia» - se deslocou a Lisboa, a convite do «Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica», para fazer uma conferência sobre «Democracia e Segurança na Colômbia» - ou seja: para, do alto do seu saber universitário e especialista, nos garantir que «democracia e segurança» são coisas que abundam na Colômbia de Uribe&Santos Associados (USA) - ao contrário do que, anteontem, aqui se disse no Cravo de Abril...
É costume nestas situações que o «conferencista» de serviço seja entrevistado por um ou vários órgãos de informação de serviço, de modo a que a «conferência» não fique apenas no conhecimento da centena de «alunos» que a ela assistem e chegue onde é necessário que chegue: ao grande público...
Por isso, o especialista Diário de Notícias correu a entrevistar o especialista Malcolm Deas.
Que disse ele, então, confirmando a «Democracia e Segurança na Colômbia»?
Nem mais nem menos do que aquilo que os média (DN incluído) nos dizem todos os dias.
O conferencista/especialista em Colômbia começou por nos «tranquilizar» quanto às superiores qualidades do sucessor do fascista Uribe (isto digo eu...) - e garantiu solenemente que as «diferenças entre Uribe e Santos são apenas do ponto de vista pessoal, mas não político»...
Quanto a «violações de direitos humanos», o professor/especialista em Colômbia diz que, enfim, o próprio «Uribe admitiu que houve abusos», contudo de alguma forma justificados, não é verdade?; não que a violação de direitos humanos seja de aplaudir, nem pensar nisso!, nós somos democratas, não é verdade?; mas... não exageremos, isto é: «o Governo deve fazer tudo para que não haja abusos, mas não podemos dizer que, por eles terem acontecido, temos de abandonar a política», pois isso «seria pior para o país»...
No que respeita às bases norte-americanas, o professor Malcolm aplaude entusiasticamente, tanto mais que, ensina ele, «a ajuda dos EUA, pontual, eficaz e discreta, foi muito importante para a Colômbia»; e não vê razões para protestos: que diabo!, «um país tem direito a pedir e receber ajuda», ou não tem?; ora, assim sendo, pergunta/responde o professor/especialista: «Quem mais, sem ser os EUA, a ia oferecer?».
Obama, ou a sua secretária Clinton, não diriam melhor.
Nem precisam: há sempre, disponível, um «professor universitário especialista»...
Com frequência e oportunidade cirúrgicas, estes «professores especialistas» correm todas as capitais, convidados e pagos por «institutos especializados», proferindo doutas «conferências» sobre os temas que, em cada momento, ocupam a «agenda» do imperialismo norte-americano - que é a «agenda» dos seus propagandistas espalhados pelo mundo.
Foi no cumprimento dessa «agenda» que, um tal Malcolm Deas - «Professor da Universidade de Oxford, especialista em Colômbia» - se deslocou a Lisboa, a convite do «Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica», para fazer uma conferência sobre «Democracia e Segurança na Colômbia» - ou seja: para, do alto do seu saber universitário e especialista, nos garantir que «democracia e segurança» são coisas que abundam na Colômbia de Uribe&Santos Associados (USA) - ao contrário do que, anteontem, aqui se disse no Cravo de Abril...
É costume nestas situações que o «conferencista» de serviço seja entrevistado por um ou vários órgãos de informação de serviço, de modo a que a «conferência» não fique apenas no conhecimento da centena de «alunos» que a ela assistem e chegue onde é necessário que chegue: ao grande público...
Por isso, o especialista Diário de Notícias correu a entrevistar o especialista Malcolm Deas.
Que disse ele, então, confirmando a «Democracia e Segurança na Colômbia»?
Nem mais nem menos do que aquilo que os média (DN incluído) nos dizem todos os dias.
O conferencista/especialista em Colômbia começou por nos «tranquilizar» quanto às superiores qualidades do sucessor do fascista Uribe (isto digo eu...) - e garantiu solenemente que as «diferenças entre Uribe e Santos são apenas do ponto de vista pessoal, mas não político»...
Quanto a «violações de direitos humanos», o professor/especialista em Colômbia diz que, enfim, o próprio «Uribe admitiu que houve abusos», contudo de alguma forma justificados, não é verdade?; não que a violação de direitos humanos seja de aplaudir, nem pensar nisso!, nós somos democratas, não é verdade?; mas... não exageremos, isto é: «o Governo deve fazer tudo para que não haja abusos, mas não podemos dizer que, por eles terem acontecido, temos de abandonar a política», pois isso «seria pior para o país»...
No que respeita às bases norte-americanas, o professor Malcolm aplaude entusiasticamente, tanto mais que, ensina ele, «a ajuda dos EUA, pontual, eficaz e discreta, foi muito importante para a Colômbia»; e não vê razões para protestos: que diabo!, «um país tem direito a pedir e receber ajuda», ou não tem?; ora, assim sendo, pergunta/responde o professor/especialista: «Quem mais, sem ser os EUA, a ia oferecer?».
Obama, ou a sua secretária Clinton, não diriam melhor.
Nem precisam: há sempre, disponível, um «professor universitário especialista»...
POEMA
SALDOS NO VIETNAME
Bombas de esferas:
cachos de bombas nascem de uma só bomba-mãe.
Cada bomba-filha ejecta, à altura do homem,
300 esferas que vão penetrar na carne aos ziguezagues.
Parente deste sanguinário jogo de berlinde
é o jogo das setas: um polegar de tamanho,
aletas que lhe permitem
entrar em parafuso carne dentro,
pontas de arpão,
o que torna a sua extracção muito difícil.
(Agora, as setas, quando já no corpo
- é um melhoramento! - fragmentam-se.)
Também há projécteis de plástico
não detectáveis pelos raios x;
e a bomba dita de nuvem explosiva.
Quando entra em cena o seu papel é este:
introduzir, primeiro, por escâncaras ou frinchas,
no teatro onde está a actuar,
uma expansiva nuvem de etileno.
Só depois explode: então, o fogo
pega-se ao etileno e... cai o pano!
E mais uma invenção: as minas-aranhiços,
que desenrolam patas de 6 metros
quando tocam no chão.
Ai de quem tropeçar numa das patas:
nem a mosca da alma terá tempo
de se evolar!
A TV veio também colaborar
com «directos» bem sofisticados:
realizador-bombista, o pessoal-piloto
a um só tempo fabrica e realiza a própria acção
e faz-vê, em grande plano, o seu desfecho.
Outros sinetes deixou o americano
no texto Vietname.
Um dos mais velhos: a incandescente lepra
à procura de pessoas que se chama napalm;
um dos mais novos: a bomba
devoradora de todo o oxigénio
250 metros em derredor
do ponto onde cair.
E onde o americano espera nunca estar.
Alexandre O'Neill
Bombas de esferas:
cachos de bombas nascem de uma só bomba-mãe.
Cada bomba-filha ejecta, à altura do homem,
300 esferas que vão penetrar na carne aos ziguezagues.
Parente deste sanguinário jogo de berlinde
é o jogo das setas: um polegar de tamanho,
aletas que lhe permitem
entrar em parafuso carne dentro,
pontas de arpão,
o que torna a sua extracção muito difícil.
(Agora, as setas, quando já no corpo
- é um melhoramento! - fragmentam-se.)
Também há projécteis de plástico
não detectáveis pelos raios x;
e a bomba dita de nuvem explosiva.
Quando entra em cena o seu papel é este:
introduzir, primeiro, por escâncaras ou frinchas,
no teatro onde está a actuar,
uma expansiva nuvem de etileno.
Só depois explode: então, o fogo
pega-se ao etileno e... cai o pano!
E mais uma invenção: as minas-aranhiços,
que desenrolam patas de 6 metros
quando tocam no chão.
Ai de quem tropeçar numa das patas:
nem a mosca da alma terá tempo
de se evolar!
A TV veio também colaborar
com «directos» bem sofisticados:
realizador-bombista, o pessoal-piloto
a um só tempo fabrica e realiza a própria acção
e faz-vê, em grande plano, o seu desfecho.
Outros sinetes deixou o americano
no texto Vietname.
Um dos mais velhos: a incandescente lepra
à procura de pessoas que se chama napalm;
um dos mais novos: a bomba
devoradora de todo o oxigénio
250 metros em derredor
do ponto onde cair.
E onde o americano espera nunca estar.
Alexandre O'Neill
E NÓS A VERMOS...
Um amigo fez-me chegar esta interessante definição de «liberal», que passo a partilhar convosco:
Liberal é o indivíduo que, montado nas costas do outro, que quase esmaga com o seu peso, lhe vai dizendo que lamenta muito, muito, muito, e que, para o aliviar da carga, fará tudo, tudo, tudo... excepto sair de cima dele.
Isto faz-me pensar na quantidade de liberais que há 34 anos nos andam a lixar - de Soares a Sócrates, passando por Sá Carneiro, Balsemão, Freitas, Cavaco, Guterres, Barroso & Lopes...
«E nós a vermos», como acabou de nos dizer o O'Neill...
Liberal é o indivíduo que, montado nas costas do outro, que quase esmaga com o seu peso, lhe vai dizendo que lamenta muito, muito, muito, e que, para o aliviar da carga, fará tudo, tudo, tudo... excepto sair de cima dele.
Isto faz-me pensar na quantidade de liberais que há 34 anos nos andam a lixar - de Soares a Sócrates, passando por Sá Carneiro, Balsemão, Freitas, Cavaco, Guterres, Barroso & Lopes...
«E nós a vermos», como acabou de nos dizer o O'Neill...
POEMA
VOLTA AO MUNDO
júlio verme deu a
volta ao mundo em 80 mil dias
e agora que chegou prepara-se para assentar
o rastejantraseiro na presidência do que estiver
vacante de presidentes
é o costume há sempre um júlio ainda por cime verme
que vem ver-me ver-te ver-nos
que saíu longetempo do buraco
da mãe para um feio dia limpar
pública meticulosamente os óculos
pô-los no nariz entalar o arreganho dum sorriso
entre as duas faiscantes vidraças
e dizer doravante quem manda
sou eu pelo menos até ao próximo
verme que a providência já fez partir do seu buraco
e ao qual cederei
o poder dentro de 8o mil dias
quando a situação estiver normalizada
quando o povo encontrar praza a deus a cloaca
onde evacuar os seus filhos espúrios
causa de todo o mal
(e nós a vermos)
Alexandre O'Neill
júlio verme deu a
volta ao mundo em 80 mil dias
e agora que chegou prepara-se para assentar
o rastejantraseiro na presidência do que estiver
vacante de presidentes
é o costume há sempre um júlio ainda por cime verme
que vem ver-me ver-te ver-nos
que saíu longetempo do buraco
da mãe para um feio dia limpar
pública meticulosamente os óculos
pô-los no nariz entalar o arreganho dum sorriso
entre as duas faiscantes vidraças
e dizer doravante quem manda
sou eu pelo menos até ao próximo
verme que a providência já fez partir do seu buraco
e ao qual cederei
o poder dentro de 8o mil dias
quando a situação estiver normalizada
quando o povo encontrar praza a deus a cloaca
onde evacuar os seus filhos espúrios
causa de todo o mal
(e nós a vermos)
Alexandre O'Neill
BREVE RETRATO DA COLÔMBIA
Eis um breve retrato da Colômbia de Uribe & Santos Associados (USA) patrocinados por Obama:
Em 2010, até agora, foram assassinados 37 sindicalistas - o que quer dizer que 67% dos sindicalistas assassinados no mundo são colombianos.
O número de presos políticos ultrapassa os 7 500.
Nos últimos três anos, o total de desaparecidos em resultado do terrorismo de Estado, ultrapassa os 38 mil.
Nos últimos quinze anos, os paramilitares executaram mais de 30 mil pessoas.
O uso de fornos crematórios tornou-se prática corrente.
A maior vala comum da América Latina foi encontrada na Colômbia: muitos dos 2 mil cadáveres ali depositados são de jovens, aliciados e depois executados pelo exército e apresentados à comunicação social como guerrilheiros das FARC.
Há notícia de mais 4 000 valas comuns.
Nos últimos quinze anos, os paramilitares executaram mais de 30 mil pessoas.
28 milhões de colombianos - 68% da população do país - vivem na pobreza.
Todos os anos morrem, de desnutrição, mais de 20 mil crianças menores de cinco anos.
Sete bases militares dos EUA instaladas na Colômbia asseguram a paz, a ordem, a democracia, a liberdade - e, obviamente, o respeito pelos direitos humanos...
Em 2010, até agora, foram assassinados 37 sindicalistas - o que quer dizer que 67% dos sindicalistas assassinados no mundo são colombianos.
O número de presos políticos ultrapassa os 7 500.
Nos últimos três anos, o total de desaparecidos em resultado do terrorismo de Estado, ultrapassa os 38 mil.
Nos últimos quinze anos, os paramilitares executaram mais de 30 mil pessoas.
O uso de fornos crematórios tornou-se prática corrente.
A maior vala comum da América Latina foi encontrada na Colômbia: muitos dos 2 mil cadáveres ali depositados são de jovens, aliciados e depois executados pelo exército e apresentados à comunicação social como guerrilheiros das FARC.
Há notícia de mais 4 000 valas comuns.
Nos últimos quinze anos, os paramilitares executaram mais de 30 mil pessoas.
28 milhões de colombianos - 68% da população do país - vivem na pobreza.
Todos os anos morrem, de desnutrição, mais de 20 mil crianças menores de cinco anos.
Sete bases militares dos EUA instaladas na Colômbia asseguram a paz, a ordem, a democracia, a liberdade - e, obviamente, o respeito pelos direitos humanos...
POEMA
O ENFORCADO
No gesto suspensivo de um sobreiro,
o enforcado.
Badalo que ninguém ouve,
espantalho que ninguém vê,
suas botas recusam o chão que o rejeitou.
Dele sobra o cajado.
Alexandre O'Neill
No gesto suspensivo de um sobreiro,
o enforcado.
Badalo que ninguém ouve,
espantalho que ninguém vê,
suas botas recusam o chão que o rejeitou.
Dele sobra o cajado.
Alexandre O'Neill
A DIFERENÇA
Observemos a fauna:
1 - Alguns membros da Comissão Política Nacional da Candidatura de Manuel Alegre - nomeadamente Augusto Santos Silva e José Manuel Pureza (os bons espíritos encontram-se sempre...) - informaram que é intenção da dita Comissão levar por diante «uma campanha sem qualquer tabu, em que o candidato assume a sua independência em relação aos partidos que o apoiam». Isto porque, continuam a informar, na campanha eleitoral há que «valorizar o carácter suprapartidário do candidato».
Ficamos, então, informados sobre a «independência» deste candidato «suprapartidário» - que, certamente por coincidência, é o candidato do PS apoiado pelo BE...
2 - Quem também não quer nada com os partidos é o candidato Fernando Nobre, o qual , em eleições anteriores já foi apoiante do PS, do PSD, do BE... e pronto, felizmente...
Sabendo-se que Nobre é, certamente por coincidência, o candidato da família Soares, está tudo explicado...
3 - Mais longe vai, no entanto, o candidato Cavaco, para o qual... nem partidos nem políticos...
Do alto do seu pedestal, olhando sobranceiro o país e o mundo, com aquele sorriso superiormente inteligente que se lhe conhece, Cavaco declara-se preocupado com os políticos - ou, como ele diz, com os pu-lí-ti-cus...
Percebe-se: Cavaco não é político... E é isso que o safa, porque se fosse político, certamente por coincidência, ele seria o político que, depois de Salazar, mais anos esteve à frente de cargos... políticos: 10+5=15, Chiça!...
(Em verdade vos digo, meus amigos, que já não tenho pachorra para aturar estes aldrabões de feira, estes vendedores de banha de cobra, esta cambada sem ponta de vergonha)
Já agora, recorde-se que, no polo oposto de toda esta porcaria, a marcar a diferença, está a candidatura de Francisco Lopes - uma candidatura singular: única tanto pelos objectivos que apresenta, como pela dignidade com que os apresenta e por eles se bate.
1 - Alguns membros da Comissão Política Nacional da Candidatura de Manuel Alegre - nomeadamente Augusto Santos Silva e José Manuel Pureza (os bons espíritos encontram-se sempre...) - informaram que é intenção da dita Comissão levar por diante «uma campanha sem qualquer tabu, em que o candidato assume a sua independência em relação aos partidos que o apoiam». Isto porque, continuam a informar, na campanha eleitoral há que «valorizar o carácter suprapartidário do candidato».
Ficamos, então, informados sobre a «independência» deste candidato «suprapartidário» - que, certamente por coincidência, é o candidato do PS apoiado pelo BE...
2 - Quem também não quer nada com os partidos é o candidato Fernando Nobre, o qual , em eleições anteriores já foi apoiante do PS, do PSD, do BE... e pronto, felizmente...
Sabendo-se que Nobre é, certamente por coincidência, o candidato da família Soares, está tudo explicado...
3 - Mais longe vai, no entanto, o candidato Cavaco, para o qual... nem partidos nem políticos...
Do alto do seu pedestal, olhando sobranceiro o país e o mundo, com aquele sorriso superiormente inteligente que se lhe conhece, Cavaco declara-se preocupado com os políticos - ou, como ele diz, com os pu-lí-ti-cus...
Percebe-se: Cavaco não é político... E é isso que o safa, porque se fosse político, certamente por coincidência, ele seria o político que, depois de Salazar, mais anos esteve à frente de cargos... políticos: 10+5=15, Chiça!...
(Em verdade vos digo, meus amigos, que já não tenho pachorra para aturar estes aldrabões de feira, estes vendedores de banha de cobra, esta cambada sem ponta de vergonha)
Já agora, recorde-se que, no polo oposto de toda esta porcaria, a marcar a diferença, está a candidatura de Francisco Lopes - uma candidatura singular: única tanto pelos objectivos que apresenta, como pela dignidade com que os apresenta e por eles se bate.
POEMA
TAÇA DO MUNDO DE FUTEBOL
(Argentina, 1978)
O estádio River Plate situa-se a 700 metros de
um edifício pertencente à Marinha argentina
onde se praticavam as piores torturas.
Em Buenos Aires, no River Plate,
a seis campos de futebol (medidas máximas)
do Centro onde, entre outros primores de jogo,
se chutavam testículos, mamas e cabeças,
a Taça do Mundo ferverá nas mãos de quem a ganhar,
de quem a empunhar, de quem por ela beber
A MERDA DE TER LÁ IDO.
Alexandre O'Neill
(Argentina, 1978)
O estádio River Plate situa-se a 700 metros de
um edifício pertencente à Marinha argentina
onde se praticavam as piores torturas.
Em Buenos Aires, no River Plate,
a seis campos de futebol (medidas máximas)
do Centro onde, entre outros primores de jogo,
se chutavam testículos, mamas e cabeças,
a Taça do Mundo ferverá nas mãos de quem a ganhar,
de quem a empunhar, de quem por ela beber
A MERDA DE TER LÁ IDO.
Alexandre O'Neill
MARCAS PROFUNDAS
«Uma derrota de Obama?», pergunta Mário Soares - sempre ele!... - em título, na página que o Diário de Notícias lhe paga (muito, presumo...) para encher todas as terças-feiras.
E responde que... bom... enfim... isto é... quer dizer... vejamos:
as eleições «para os republicanos foram uma semivitória amarga»: ganharam aqui mas perderam ali - pelo que, para Obama foram uma semivitória doce: perdeu aqui mas ganhou ali...
Mas, para Soares, tudo isso conta pouco. Ele acha, mesmo, que após as eleições, «Obama proferiu um mea culpa a meu ver exagerado».
Porque, na opinião esclarecida e avisada de Soares, o que mais conta é que nada anula - pelo contrário, tudo confirma - a justeza da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Obama.
Porquê?: «pela marca profunda que os primeiros meses de Obama deixaram na América e neste nosso mundo tão inseguro, incerto e agressivo».
Realmente, digam lá, o que seria deste «nosso mundo» sem «a marca profunda» de Obama?
É óbvio que sem Obama, os seus discursos, o seu génio, a sua «marca profunda», o Iraque, o Afeganistão, o campo de concentração de Guantánamo, as Honduras, etc, etc, seriam hoje terras sem liberdade nem democracia, de prisões e de torturas, de crimes e assassinatos brutais, de barbárie à solta, enfim, de direitos humanos todos os dias espezinhados, a tornarem «este nosso mundo» ainda mais «inseguro, incerto e agressivo»...
Felizmente que a tríade composta pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos é a menina dos olhos de Obama - e de Soares, que à coisa tem dedicado toda a sua vida, deixando atrás de si a sua inconfundível «marca profunda»...
E responde que... bom... enfim... isto é... quer dizer... vejamos:
as eleições «para os republicanos foram uma semivitória amarga»: ganharam aqui mas perderam ali - pelo que, para Obama foram uma semivitória doce: perdeu aqui mas ganhou ali...
Mas, para Soares, tudo isso conta pouco. Ele acha, mesmo, que após as eleições, «Obama proferiu um mea culpa a meu ver exagerado».
Porque, na opinião esclarecida e avisada de Soares, o que mais conta é que nada anula - pelo contrário, tudo confirma - a justeza da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Obama.
Porquê?: «pela marca profunda que os primeiros meses de Obama deixaram na América e neste nosso mundo tão inseguro, incerto e agressivo».
Realmente, digam lá, o que seria deste «nosso mundo» sem «a marca profunda» de Obama?
É óbvio que sem Obama, os seus discursos, o seu génio, a sua «marca profunda», o Iraque, o Afeganistão, o campo de concentração de Guantánamo, as Honduras, etc, etc, seriam hoje terras sem liberdade nem democracia, de prisões e de torturas, de crimes e assassinatos brutais, de barbárie à solta, enfim, de direitos humanos todos os dias espezinhados, a tornarem «este nosso mundo» ainda mais «inseguro, incerto e agressivo»...
Felizmente que a tríade composta pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos é a menina dos olhos de Obama - e de Soares, que à coisa tem dedicado toda a sua vida, deixando atrás de si a sua inconfundível «marca profunda»...
POEMA
A BICICLETA
O meu marido saiu de casa no dia
25 de Janeiro. Levava uma bicicleta
a pedais, caixa de ferramenta de pedreiro,
vestia calças azuis de zuarte, camisa verde,
blusão cinzento, tipo militar, e calçava
botas de borracha e tinha chapéu cinzento
e levava na bicicleta um saco com uma manta
e uma pele de ovelha, um fogão a petróleo
e uma panela de esmalte azul.
Como não tive mais notícias, espero o pior.
Alexandre O'Neill
O meu marido saiu de casa no dia
25 de Janeiro. Levava uma bicicleta
a pedais, caixa de ferramenta de pedreiro,
vestia calças azuis de zuarte, camisa verde,
blusão cinzento, tipo militar, e calçava
botas de borracha e tinha chapéu cinzento
e levava na bicicleta um saco com uma manta
e uma pele de ovelha, um fogão a petróleo
e uma panela de esmalte azul.
Como não tive mais notícias, espero o pior.
Alexandre O'Neill
COMO A ÁGUA QUE CORRE
Comentando e criticando os chamados «esforços» do PSD/Passos Coelho para encontrar «consensos» com o PS/Sócrates, um comentador encartado opina assim no Diário de Notícias:
«O problema nunca foi o actual primeiro-ministro, tem sido sim as políticas prosseguidas pelos socialistas nos últimos quinze anos. Guterres e Sócrates são faces diferentes da mesma moeda».
Trata-se de uma meia verdade - uma meia verdade que, aliás, tem sido o seguro de vida da política de direita desde há mais de três décadas, na medida em que espalha a falsa ideia de que PS e PSD (independentemente dos nomes dos seus líderes em cada momento) são portadores de projectos políticos diferentes - quando a verdade inteira mostra que eles se identificam e complementam na aplicação do mesmo projecto: a política de direita.
Assim, nas mesmas referidas faces da moeda de que fala o comentador acima citado, encontram-se Cavaco, Barroso/Lopes/Portas (isto para não irmos mais longe no tempo), os quais, durante os quinze anos em que alternaram com os quinze anos de Guterres/Sócrates, fizeram uma política igualzinha à que foi praticada por estes.
Como todos eles, comentador incluído, sabem - mas... não querem que se saiba...
Por isso, importa relembrar todos os dias que estes dois partidos (PS e PSD, às vezes com o CDS/PP atrelado) estão no poder, alternadamente - eles e só eles - há 34 anos; e que são eles - e só eles - os responsáveis pela situação dramática em que o País se encontra - situação que é consequência directa de uma política que tem como preocupação única servir os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.
Percebendo isso, perceber-se-á que, em dia de eleições, votar num ou votar noutro é votar na continuação dessa política de direita comum aos dois.
E que afastá-los do poder é condição indispensável para implementar uma política ao serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Simples como a água que corre...
«O problema nunca foi o actual primeiro-ministro, tem sido sim as políticas prosseguidas pelos socialistas nos últimos quinze anos. Guterres e Sócrates são faces diferentes da mesma moeda».
Trata-se de uma meia verdade - uma meia verdade que, aliás, tem sido o seguro de vida da política de direita desde há mais de três décadas, na medida em que espalha a falsa ideia de que PS e PSD (independentemente dos nomes dos seus líderes em cada momento) são portadores de projectos políticos diferentes - quando a verdade inteira mostra que eles se identificam e complementam na aplicação do mesmo projecto: a política de direita.
Assim, nas mesmas referidas faces da moeda de que fala o comentador acima citado, encontram-se Cavaco, Barroso/Lopes/Portas (isto para não irmos mais longe no tempo), os quais, durante os quinze anos em que alternaram com os quinze anos de Guterres/Sócrates, fizeram uma política igualzinha à que foi praticada por estes.
Como todos eles, comentador incluído, sabem - mas... não querem que se saiba...
Por isso, importa relembrar todos os dias que estes dois partidos (PS e PSD, às vezes com o CDS/PP atrelado) estão no poder, alternadamente - eles e só eles - há 34 anos; e que são eles - e só eles - os responsáveis pela situação dramática em que o País se encontra - situação que é consequência directa de uma política que tem como preocupação única servir os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.
Percebendo isso, perceber-se-á que, em dia de eleições, votar num ou votar noutro é votar na continuação dessa política de direita comum aos dois.
E que afastá-los do poder é condição indispensável para implementar uma política ao serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Simples como a água que corre...
POEMA
A VIDA DE FAMÍLIA
a vida de família tornou-se um bem difícil
com as contas a pagar os filhos a fazer
ou a evitar a ranhoca a limpar
a vida de família não tem razão de ser
não tem ração de querer
a vida de família jangada da medusa
é o tablado da antropofagia
mas ficam os retratos cristo virgem maria
e os sobreviventes, que vão chupando os dentes
Alexandre O'Neill
a vida de família tornou-se um bem difícil
com as contas a pagar os filhos a fazer
ou a evitar a ranhoca a limpar
a vida de família não tem razão de ser
não tem ração de querer
a vida de família jangada da medusa
é o tablado da antropofagia
mas ficam os retratos cristo virgem maria
e os sobreviventes, que vão chupando os dentes
Alexandre O'Neill
UM PRÉMIO PARA GENTE DE BEM
Há prémios que vêm por bem...
É o caso deste «Prémio Internacional de Direitos Humanos Herberto Anaya», atribuído à Frente Nacional de Resistência Popular das Honduras (FNRPH)
Após a vaga fétida de nóbeis e sakharovs a premiar lacaios do imperialismo norte-americano e da sua ambição de domínio do mundo, a atribuição de um prémio a gente de bem constitui , além do mais, um verdadeiro acto de higiene...
Recorde-se que a FNRPH nasceu em 28 de Junho de 2009 - dia em que o golpe fascista, organizado pelos EUA e concretizado por fascistas locais derrubou o governo do Presidente legítimo, Manuel Zelaya, e impôs o governo do fascista Micheletti.
Recorde-se que, de então para cá, a FNRPH tem sido a grande organizadora da heróica resistência do povo hondurenho ao fascismo, que o mesmo é dizer da luta pela defesa da liberdade, de facto; pela defesa da democracia, de facto; pela defesa dos direitos humanos, de facto.
Uma luta que continua todos os dias e que todos os dias é reprimida pelos agentes locais do imperialismo norte-americano, para os quais, em matéria repressiva, o vale-tudo é lei.
«As violações dos direitos humanos, as perseguições e os assassinatos continuam na ordem do dia»:
Os «esquadrões da morte executam opositores e os seus familiares mais próximos de maneira selectiva. Os professores estão entre os mais castigados: só este ano foram assassinados dez docentes».
«Nos últimos seis meses, 16 camponeses foram assassinados por lutarem pelo direito à terra».
O Prémio agora justamente atribuído à FNRPH constitui um incentivo à luta do povo hondurenho e um estímulo à solidariedade internacional com essa luta.
É, por isso, um prémio que veio por bem - e para gente de bem.
É o caso deste «Prémio Internacional de Direitos Humanos Herberto Anaya», atribuído à Frente Nacional de Resistência Popular das Honduras (FNRPH)
Após a vaga fétida de nóbeis e sakharovs a premiar lacaios do imperialismo norte-americano e da sua ambição de domínio do mundo, a atribuição de um prémio a gente de bem constitui , além do mais, um verdadeiro acto de higiene...
Recorde-se que a FNRPH nasceu em 28 de Junho de 2009 - dia em que o golpe fascista, organizado pelos EUA e concretizado por fascistas locais derrubou o governo do Presidente legítimo, Manuel Zelaya, e impôs o governo do fascista Micheletti.
Recorde-se que, de então para cá, a FNRPH tem sido a grande organizadora da heróica resistência do povo hondurenho ao fascismo, que o mesmo é dizer da luta pela defesa da liberdade, de facto; pela defesa da democracia, de facto; pela defesa dos direitos humanos, de facto.
Uma luta que continua todos os dias e que todos os dias é reprimida pelos agentes locais do imperialismo norte-americano, para os quais, em matéria repressiva, o vale-tudo é lei.
«As violações dos direitos humanos, as perseguições e os assassinatos continuam na ordem do dia»:
Os «esquadrões da morte executam opositores e os seus familiares mais próximos de maneira selectiva. Os professores estão entre os mais castigados: só este ano foram assassinados dez docentes».
«Nos últimos seis meses, 16 camponeses foram assassinados por lutarem pelo direito à terra».
O Prémio agora justamente atribuído à FNRPH constitui um incentivo à luta do povo hondurenho e um estímulo à solidariedade internacional com essa luta.
É, por isso, um prémio que veio por bem - e para gente de bem.
POEMA
AMIGOS PENSADOS: BELARMINO
Tiveste jeito, como qualquer de nós,
e foste campeão, como qualquer de nós.
Que é a poesia mais que o boxe, não me dizes?
Também na poesia não se janta nada,
mas nem por isso somos infelizes.
Campeóes com jeito
é nossa vocação, nosso trejeito.
Esperam de 1 a 10 que a gente, oxalá, não se levante
- e a gente levanta-se, pois pudera, sempre.
Mas do miudame levámos cada soco!
Achas que foi pouco?
Belarmino:
quando ao tapete nos levar
a mofina,
tu ficarás sem murro,
eu ficarei sem rima,
pugilista e poeta, campeões sem jeito
a amadores da má vida.
Alexandre O'Neill
Tiveste jeito, como qualquer de nós,
e foste campeão, como qualquer de nós.
Que é a poesia mais que o boxe, não me dizes?
Também na poesia não se janta nada,
mas nem por isso somos infelizes.
Campeóes com jeito
é nossa vocação, nosso trejeito.
Esperam de 1 a 10 que a gente, oxalá, não se levante
- e a gente levanta-se, pois pudera, sempre.
Mas do miudame levámos cada soco!
Achas que foi pouco?
Belarmino:
quando ao tapete nos levar
a mofina,
tu ficarás sem murro,
eu ficarei sem rima,
pugilista e poeta, campeões sem jeito
a amadores da má vida.
Alexandre O'Neill
VAMOS A ISSO!
Finalmente, Passos Coelho fez alguma coisa de jeito: defendeu que os responsáveis pela situação dramática a que o País chegou devem ser julgados e condenados.
Muito bem!
Vamos, então, a isso!
Para o caso de haver dificuldade na selecção dos primeiros réus, sugiro que se comece pelos meliantes que chefiaram a maior parte dos governos nos últimos 34 anos:
Mário Soares
Freitas do Amaral
Pinto Balsemão
Mário Soares
Cavaco Silva
António Guterres
Mário Soares
Cavaco Silva
Durão Barroso
Santana Lopes
Mário Soares
Cavaco Silva
José Sócrates
(A repetição de dois dos nomes tem a ver com o facto de se tratar de malfeitores relapsos para os quais há que pedir, pelo menos, condenações perpétuas)
Naturalmente, a estes deverão seguir-se os julgamentos e condenações dos ministros destes; depois, dos secretários de Estado; e por aí fora, até nos vermos livres de toda a cambada.
Muito bem!
Vamos, então, a isso!
Para o caso de haver dificuldade na selecção dos primeiros réus, sugiro que se comece pelos meliantes que chefiaram a maior parte dos governos nos últimos 34 anos:
Mário Soares
Freitas do Amaral
Pinto Balsemão
Mário Soares
Cavaco Silva
António Guterres
Mário Soares
Cavaco Silva
Durão Barroso
Santana Lopes
Mário Soares
Cavaco Silva
José Sócrates
(A repetição de dois dos nomes tem a ver com o facto de se tratar de malfeitores relapsos para os quais há que pedir, pelo menos, condenações perpétuas)
Naturalmente, a estes deverão seguir-se os julgamentos e condenações dos ministros destes; depois, dos secretários de Estado; e por aí fora, até nos vermos livres de toda a cambada.
POEMA
PRIMEIRO RETRATO DO NATURAL
Ela queria perceber o que se passa.
Queria?
Passa a rua às risadas.
«Uscumunistas?»
Gritam flores da jarra.
Estão inocentes?
O telefone terrinta.
É o destino?
Na bandeja de prata, o sedativo.
Por tomar?
Na sala das porcelanas, a senhora.
Por viver.
*
De sentinela à porcelana
está Inês ou Teresa ou Ana
(Maria, deixa-se ver).
Tem à mão uma bengala
para o que der e vier:
«Se os bolchevistas entrarem,
vão ver, vão ver!
As porcelanas inteiras
é que eles não hão-de ter!»
*
Porcelana implora
Senhora insiste.
Até que a levam prà cama,
pauzinho em riste, zangada.
É uma terrina vazia
que em sonhos se suicida
à bengalada.
Alexandre O'Neill
Ela queria perceber o que se passa.
Queria?
Passa a rua às risadas.
«Uscumunistas?»
Gritam flores da jarra.
Estão inocentes?
O telefone terrinta.
É o destino?
Na bandeja de prata, o sedativo.
Por tomar?
Na sala das porcelanas, a senhora.
Por viver.
*
De sentinela à porcelana
está Inês ou Teresa ou Ana
(Maria, deixa-se ver).
Tem à mão uma bengala
para o que der e vier:
«Se os bolchevistas entrarem,
vão ver, vão ver!
As porcelanas inteiras
é que eles não hão-de ter!»
*
Porcelana implora
Senhora insiste.
Até que a levam prà cama,
pauzinho em riste, zangada.
É uma terrina vazia
que em sonhos se suicida
à bengalada.
Alexandre O'Neill
QUE FAZER COM ESTA NOTÌCIA?
De acordo com uma notícia que hoje me chegou, os trabalhadores portugueses vivem no melhor dos mundos.
Com efeito, diz a notícia que «nove em cada dez portugueses estão satisfeitos com o emprego que têm» - ou seja: 90% dos portugueses gostam do que fazem, têm as condições de trabalho que desejam, ganham o que desejam ganhar, enfim, não cabem em si de contentes...
Imaginem a satisfação em que vivem milhões de trabalhadores com emprego precário; com despedimento à vista; com salários em atraso; com salário mínimo ou menos do que isso!...
Digam lá: que fazer com esta notícia?...
Com efeito, diz a notícia que «nove em cada dez portugueses estão satisfeitos com o emprego que têm» - ou seja: 90% dos portugueses gostam do que fazem, têm as condições de trabalho que desejam, ganham o que desejam ganhar, enfim, não cabem em si de contentes...
Imaginem a satisfação em que vivem milhões de trabalhadores com emprego precário; com despedimento à vista; com salários em atraso; com salário mínimo ou menos do que isso!...
Digam lá: que fazer com esta notícia?...
POEMA
A TRAIÇÃO
quando do cavalo de tróia saiu outro
cavalo de tróia e deste um outro
e destoutro um quarto cavalinho de
tróia tu pensaste que da barriguinha
do último já nada podia sair
e que tudo aquilo era como uma parábola
que algum brejeiro estivesse a contar-te
pois foi quando pegaste nessa espécie
de gato de tróia que do cavalo maior
saiu armada até aos dentes de formidável amor
a guerreira a que já trazia dentro em si
os quatro cavalões do vosso apocalipse
Alexandre O'Neill
quando do cavalo de tróia saiu outro
cavalo de tróia e deste um outro
e destoutro um quarto cavalinho de
tróia tu pensaste que da barriguinha
do último já nada podia sair
e que tudo aquilo era como uma parábola
que algum brejeiro estivesse a contar-te
pois foi quando pegaste nessa espécie
de gato de tróia que do cavalo maior
saiu armada até aos dentes de formidável amor
a guerreira a que já trazia dentro em si
os quatro cavalões do vosso apocalipse
Alexandre O'Neill
HÁ DIAS...
Passei um magnífico fim-de-tarde, princípio-de-noite na Casa do Alentejo.
Fui lá para assistir à evocação do 30º aniversário da publicação desse notável romance - um dos grandes romances da literatura portugesa - que é o Levantado do Chão, de José Saramago.
Foi assim: por volta das dezoito horas, terminou a leitura do romance - leitura integral, que durou muitas horas e na qual participaram centenas de admiradores da obra de Saramago.
Depois, o Manuel Gusmão - com o rigor e a profundidade do costume - falou do livro.
Seguiram-se dois grupos corais alentejanos - um feminino: Cantadeiras da Alma Alentejana; e um masculino: Os Amigos das Minas de S. Domingos.
Tinha que ser, sabido que é que o cante alentejano é como que o pano de fundo da história e da luta do povo do Alentejo - dessa história e dessa luta que são personagens principais do Levantado do Chão.
Depois, falou Pilar del Rio, a companheira de muitos anos de José Saramago.
Falou em castelhano mas fez distribuir pela assistência a tradução, em português, do texto que leu.
Falou do «Levantado do Chão, epopeia gigantesca de heróis não reconhecidos apesar de parecerem ter mais força que o sol que nos ilumina e serem, além do mais, a matéria de que todos somos feitos»...
Lembrou que, «Chico Buarque de Holanda, quando quis prestar homenagem aos camponeses sem terra que ocupavam herdades no Brasil (...) compôs um tema a que deu o título de Levantado do Chão, um coral que poderia ser entoado nos cinco continentes em todos os idiomas, bastando que houvesse voz para denunciar o abuso e vontade de erguer-se, de levantar-se, apesar da ideia, habilmente difundida, de que a insubmissão não vale a pena, já que vivemos no melhor dos mundos possíveis»...
Finalmente, falou Jerónimo de Sousa: do romance, de Saramago, do Prémio Nobel, da luta do povo alentejano ao longo dos tempos - desse povo levantado do chão que esteve sempre na primeira fila da luta contra o fascismo; que construiu a mais bela conquista da Revolução de Abril; que enfrentou heroicamente a ofensiva criminosa e destruidora contra a Reforma Agrária, ofensiva iniciada por Mário Soares e continuada por todos os cavacos que lhe sucederam.
E sublinhou que, se é verdade que a atribuição do Prémio Nobel a Saramago prestigiou o escritor, não é menos verdade que a Obra de Saramago prestigiou de igual maneira o Prémio - o que não é de somenos importância neste tempo de descredibilização do Nobel, por efeito de atribuições que outra coisa não são do que instrumentos da ofensiva ideológica anticomunista em curso...
E relembrou Saramago e a sua afirmação de que, para ganhar o Nobel não deixou de ser comunista...
E falou da luta, hoje - dia 6, dia 20, dia 24 - da sua importância, da sua necessidade, do seu papel decisivo e determinante para dar a volta a isto...
Enfim, tudo muito bonito, tudo a deixar toda a gente de papo cheio e com vontade de não sair dali.
Tudo a confirmar que há dias em que um homem deve mesmo sair de casa...
Acabada a sessão, saí da Casa do Alentejo e, ainda levantado chão, resolvi dar um passeio a pé, Restauradores fora, Avenida da Liberdade acima...
Eis senão quando, ali por alturas do Condes se me depara uma multidão de televisões (todas), rádios (todas) e jornais (muitos), tudo numa agitação frenética e febril...
Pensei que tinham chegado atrasados, isto é: que, vindo como lhes competia, enquanto órgãos de informação, fazer a cobertura de uma iniciativa em que se homenageava a Obra do único (até agora) Prémio Nobel da Literatura da Língua Portuguesa, por qualquer problema de trânsito, ou assim, só agora chegavam - e, por isso, nenhum deles tinha estado na Casa do Alentejo...
Enganei-me: de facto, não se atrasaram, chegaram bem a horas ao que iam: chegaram bem a horas para fazer (presumo que em directo integral) a cobertura da inauguração da sede de candidatura de Cavaco Silva...
Lembrei-me, então - e percebi melhor - a postura ética do candidato Cavaco sobre o pouco dinheiro que vai gastar na sua campanha...
Lembrei-me, ainda, de que o candidato Cavaco disse estar «apreensivo com a classe política» e que «não pode contribuir para o espectáculo público do cinismo»...
Lembrei-me, enfim, dos dez anos do Cavaco primeiro-ministro, do Cavaco cinco anos PR e do Cavaco que aí vem...
E pensei para mim que há dias em que um homem não deve sair... da Casa do Alentejo...
Fui lá para assistir à evocação do 30º aniversário da publicação desse notável romance - um dos grandes romances da literatura portugesa - que é o Levantado do Chão, de José Saramago.
Foi assim: por volta das dezoito horas, terminou a leitura do romance - leitura integral, que durou muitas horas e na qual participaram centenas de admiradores da obra de Saramago.
Depois, o Manuel Gusmão - com o rigor e a profundidade do costume - falou do livro.
Seguiram-se dois grupos corais alentejanos - um feminino: Cantadeiras da Alma Alentejana; e um masculino: Os Amigos das Minas de S. Domingos.
Tinha que ser, sabido que é que o cante alentejano é como que o pano de fundo da história e da luta do povo do Alentejo - dessa história e dessa luta que são personagens principais do Levantado do Chão.
Depois, falou Pilar del Rio, a companheira de muitos anos de José Saramago.
Falou em castelhano mas fez distribuir pela assistência a tradução, em português, do texto que leu.
Falou do «Levantado do Chão, epopeia gigantesca de heróis não reconhecidos apesar de parecerem ter mais força que o sol que nos ilumina e serem, além do mais, a matéria de que todos somos feitos»...
Lembrou que, «Chico Buarque de Holanda, quando quis prestar homenagem aos camponeses sem terra que ocupavam herdades no Brasil (...) compôs um tema a que deu o título de Levantado do Chão, um coral que poderia ser entoado nos cinco continentes em todos os idiomas, bastando que houvesse voz para denunciar o abuso e vontade de erguer-se, de levantar-se, apesar da ideia, habilmente difundida, de que a insubmissão não vale a pena, já que vivemos no melhor dos mundos possíveis»...
Finalmente, falou Jerónimo de Sousa: do romance, de Saramago, do Prémio Nobel, da luta do povo alentejano ao longo dos tempos - desse povo levantado do chão que esteve sempre na primeira fila da luta contra o fascismo; que construiu a mais bela conquista da Revolução de Abril; que enfrentou heroicamente a ofensiva criminosa e destruidora contra a Reforma Agrária, ofensiva iniciada por Mário Soares e continuada por todos os cavacos que lhe sucederam.
E sublinhou que, se é verdade que a atribuição do Prémio Nobel a Saramago prestigiou o escritor, não é menos verdade que a Obra de Saramago prestigiou de igual maneira o Prémio - o que não é de somenos importância neste tempo de descredibilização do Nobel, por efeito de atribuições que outra coisa não são do que instrumentos da ofensiva ideológica anticomunista em curso...
E relembrou Saramago e a sua afirmação de que, para ganhar o Nobel não deixou de ser comunista...
E falou da luta, hoje - dia 6, dia 20, dia 24 - da sua importância, da sua necessidade, do seu papel decisivo e determinante para dar a volta a isto...
Enfim, tudo muito bonito, tudo a deixar toda a gente de papo cheio e com vontade de não sair dali.
Tudo a confirmar que há dias em que um homem deve mesmo sair de casa...
Acabada a sessão, saí da Casa do Alentejo e, ainda levantado chão, resolvi dar um passeio a pé, Restauradores fora, Avenida da Liberdade acima...
Eis senão quando, ali por alturas do Condes se me depara uma multidão de televisões (todas), rádios (todas) e jornais (muitos), tudo numa agitação frenética e febril...
Pensei que tinham chegado atrasados, isto é: que, vindo como lhes competia, enquanto órgãos de informação, fazer a cobertura de uma iniciativa em que se homenageava a Obra do único (até agora) Prémio Nobel da Literatura da Língua Portuguesa, por qualquer problema de trânsito, ou assim, só agora chegavam - e, por isso, nenhum deles tinha estado na Casa do Alentejo...
Enganei-me: de facto, não se atrasaram, chegaram bem a horas ao que iam: chegaram bem a horas para fazer (presumo que em directo integral) a cobertura da inauguração da sede de candidatura de Cavaco Silva...
Lembrei-me, então - e percebi melhor - a postura ética do candidato Cavaco sobre o pouco dinheiro que vai gastar na sua campanha...
Lembrei-me, ainda, de que o candidato Cavaco disse estar «apreensivo com a classe política» e que «não pode contribuir para o espectáculo público do cinismo»...
Lembrei-me, enfim, dos dez anos do Cavaco primeiro-ministro, do Cavaco cinco anos PR e do Cavaco que aí vem...
E pensei para mim que há dias em que um homem não deve sair... da Casa do Alentejo...
POEMA
A CAMA QUENTE
Homenagem aos mineiros do Chile
que dormem, singelo,
pelo sistema da «cama quente»
Na mina trabalha-se por turnos.
Quando se volta, nem se tiram os coturnos.
Bebido o café negro e trincado o casqueiro,
joga-se o corpo ao sono, mas primeiro,
enxota-se o camarada da cama ainda quente,
que não há camas, no Chile, pra toda a gente.
Do calor que sobrou o nosso se acrescenta
pra dar calor ao próximo que entra.
Vós, que dormis em camas, como reis,
tantas horas por dia, não sabeis
como é bom dormir ao calor de um irmão
que saiu ao nitrato ou ao carvão
e despertar ao abanão (é o contrato!)
de um que chega do carvão ou do nitrato!
É a este sistema, minha gente,
que se chama no Chile «a cama quente»...
Alexandre O'Neill
Homenagem aos mineiros do Chile
que dormem, singelo,
pelo sistema da «cama quente»
Na mina trabalha-se por turnos.
Quando se volta, nem se tiram os coturnos.
Bebido o café negro e trincado o casqueiro,
joga-se o corpo ao sono, mas primeiro,
enxota-se o camarada da cama ainda quente,
que não há camas, no Chile, pra toda a gente.
Do calor que sobrou o nosso se acrescenta
pra dar calor ao próximo que entra.
Vós, que dormis em camas, como reis,
tantas horas por dia, não sabeis
como é bom dormir ao calor de um irmão
que saiu ao nitrato ou ao carvão
e despertar ao abanão (é o contrato!)
de um que chega do carvão ou do nitrato!
É a este sistema, minha gente,
que se chama no Chile «a cama quente»...
Alexandre O'Neill
ISTO ANDA TUDO LIGADO...
Duas notícias:
1 - «Quatro bancos privados (entre eles o BES) tiveram, no terceiro trimestre deste ano, lucros de 4, 1 milhões de euros por dia».
É a crise - que o primeiro-ministro não se cansa de dizer que « toca a todos».
E toca: só que de maneiras diferentes...
2 - Ricardo Salgado, presidente do BES, afirmou que «as medidas do Orçamento de Estado são duras, mas são para cumprir».
Se assim, lucra o que lucra, imagine-se o que será com as«medidas duras»!...
Crise, banca, lucros, mercados, união europeia, governo, ps, psd, cavaco, medidas duras, orçamento de estado... isto anda tudo ligado...
POEMA
TOMA TOMA TOMA
Ainda prefiro os bonecos de cachaporra,
contundentes, contundidos, esmocados,
com vozes de cana rachada e um toma toma toma
de quem não usa a moca para coçar os piolhos
mas para rachar as cabeças.
O padreca, o diabo, a criadita,
o tarata, a velha alcoviteira, o galã
e, às vezes, um verdadeiro rato branco trapezista,
tramavam para nós a estafada estória
da nossa própria vida.
Mundo de pasta e de trapo
que armava barraca em qualquer canto
e sem contemplações pela moral de classe
nem as subtilezas de quem fica ileso
desancava os maus e beijocava os bons.
Ainda prefiro os bonecos de cachaporra.
Ainda hoje esbracejo e me esganiço como esses
matraquilhos da comédia humana.
Alexandre O'Neill
Ainda prefiro os bonecos de cachaporra,
contundentes, contundidos, esmocados,
com vozes de cana rachada e um toma toma toma
de quem não usa a moca para coçar os piolhos
mas para rachar as cabeças.
O padreca, o diabo, a criadita,
o tarata, a velha alcoviteira, o galã
e, às vezes, um verdadeiro rato branco trapezista,
tramavam para nós a estafada estória
da nossa própria vida.
Mundo de pasta e de trapo
que armava barraca em qualquer canto
e sem contemplações pela moral de classe
nem as subtilezas de quem fica ileso
desancava os maus e beijocava os bons.
Ainda prefiro os bonecos de cachaporra.
Ainda hoje esbracejo e me esganiço como esses
matraquilhos da comédia humana.
Alexandre O'Neill
PRONTO, ELE LÁ SABE...
Há dias, o candidato do PS/BE às presidenciais pronunciou-se sobre o Orçamento de Estado.
Disse que sim, que acha que, pesados todos os prós e todos os contras, o melhor é o OE ser aprovado - significando isto, penso eu, que dá aos prós - ou seja: às benesses prodigalizadas ao grande capital - um peso um nadinha maior do que dá aos contras - ou seja: às malfeitorias causadas aos trabalhadores.
Pronto, ele lá sabe...
Ontem, o candidato de BE/PS fez saber que «não declara apoio à greve geral».
Porquê?: porque, explicou, «não toma atitudes populistas»...
Pronto, ele lá sabe...
Mas atenção!, muita atenção!: o candidato do PS/BE «deixou um aviso»!
«Um aviso» a quem?: ao Governo, pois claro! - porque a ele ninguém o cala!
Trata-se de «um aviso» sério e grave, de uma intimação sem apelo, seca, peremptória, imperativa: «os sindicatos têm que ser ouvidos» - ouviram?, os sindicatos têm que ser ouvidos, senão...
Finalmente, num gesto largo, aberto, generoso, verdadeiramente de esquerda, proclamou que «a greve é legítima».
Pronto, ele lá sabe.
Consta que, dentro de dias, o candidato do BE/PS irá pronunciar-se sobre a Cimeira da Nato...
Quanto ao que irá dizer sobre o assunto, sabe-se apenas que: pronto, ele lá sabe...
POEMA
POIS
O respeitoso membro de azevedo e silva
nunca perpenetrou nas intenções de elisa
que eram as melhores. Assim tudo ficou
em balbúrdias de língua cabriolas de mão.
Assim tudo ficou até que não.
Azevedo e silva ao volante do mini
vê elisa a ultrapassá-lo alguns anos depois
e pensa com os seus travões
Ah cabra eram tão puras as minhas intenções
E a elisa passa rindo dentadura aos clarões.
Alexandre O'Neill
O respeitoso membro de azevedo e silva
nunca perpenetrou nas intenções de elisa
que eram as melhores. Assim tudo ficou
em balbúrdias de língua cabriolas de mão.
Assim tudo ficou até que não.
Azevedo e silva ao volante do mini
vê elisa a ultrapassá-lo alguns anos depois
e pensa com os seus travões
Ah cabra eram tão puras as minhas intenções
E a elisa passa rindo dentadura aos clarões.
Alexandre O'Neill
LUTAR, LUTAR SEMPRE
Dilma Rousseff foi a vencedora!
Na situação concreta, foi o melhor que podia acontecer.
No entanto, permanece a pergunta: quando será o povo brasileiro o vencedor?
Proponho uma resposta: quando, através da luta, se afirmar dono e senhor do seu destino.
José Serra foi vencido!
Ainda bem!
O Papa Bento XVI também!
Ainda bem!
São derrotas que dão mais força à luta dos trabalhadores e do povo - à luta que tem que continuar.
Lá como cá.
Por cá, outra «sondagem» da Católica... a confirmar os efeitos devastadores da ofensiva ideológica difundida pelos média dominantes, prègando todos os dias a «inevitabilidade» da política de direita...
Diz a «sondagem», entre muitas outras coisas, que «os portugueses estão resignados com a austeridade» - é «inevitável»...; e com «o aumento dos impostos» - é «inevitável»...; e com o «Orçamento de Estado»- é «inevitável»...
E acham que «os sacrifícios não têm sido devidamente explicados»...
Dia 6, com a manifestação da Administração Pública;
Dia 20, com a manifestação «Paz, sim; Nato, não»;
Dia 24, com a Greve Geral,
os portugueses desmentirão a «sondagem» - e, como ontem afirmou Francisco Lopes, candidato do PCP às presidenciais, afirmarão na rua o seu desacordo com a política de direita e exigirão uma nova política, rumo a um Portugal melhor e mais justo.
Porque o que é INEVITÁVEL é a luta.
E lutar, lutar sempre é o caminho.
Na situação concreta, foi o melhor que podia acontecer.
No entanto, permanece a pergunta: quando será o povo brasileiro o vencedor?
Proponho uma resposta: quando, através da luta, se afirmar dono e senhor do seu destino.
José Serra foi vencido!
Ainda bem!
O Papa Bento XVI também!
Ainda bem!
São derrotas que dão mais força à luta dos trabalhadores e do povo - à luta que tem que continuar.
Lá como cá.
Por cá, outra «sondagem» da Católica... a confirmar os efeitos devastadores da ofensiva ideológica difundida pelos média dominantes, prègando todos os dias a «inevitabilidade» da política de direita...
Diz a «sondagem», entre muitas outras coisas, que «os portugueses estão resignados com a austeridade» - é «inevitável»...; e com «o aumento dos impostos» - é «inevitável»...; e com o «Orçamento de Estado»- é «inevitável»...
E acham que «os sacrifícios não têm sido devidamente explicados»...
Dia 6, com a manifestação da Administração Pública;
Dia 20, com a manifestação «Paz, sim; Nato, não»;
Dia 24, com a Greve Geral,
os portugueses desmentirão a «sondagem» - e, como ontem afirmou Francisco Lopes, candidato do PCP às presidenciais, afirmarão na rua o seu desacordo com a política de direita e exigirão uma nova política, rumo a um Portugal melhor e mais justo.
Porque o que é INEVITÁVEL é a luta.
E lutar, lutar sempre é o caminho.
POEMA
«NINGUÉM SE MEXA! MÃOS AO AR!»
«Ninguém se mexa! Mãos ao ar!», disse o histérico
e frívolo homenzinho com mais medo
da arma que empunhava que de nós.
«Mãos ao ar!», repetiu para convencer-se.
Mas ningém se mexeu, como ele queria...
Deu-lhe então a maldade. Quase à toa,
escaqueirou o espelho biselado
que tinha as Boas Festas da gerência
escritas a sabão. Todos baixámos,
medrosos, a cabeça. Se era um louco,
melhor deixá-lo. (O barman escondera-se
por detrás do balcão). Ali estivemos
um ror de medo, até que o rabioso
virou a arma à boca e disparou.
Alexandre O'Neill
«Ninguém se mexa! Mãos ao ar!», disse o histérico
e frívolo homenzinho com mais medo
da arma que empunhava que de nós.
«Mãos ao ar!», repetiu para convencer-se.
Mas ningém se mexeu, como ele queria...
Deu-lhe então a maldade. Quase à toa,
escaqueirou o espelho biselado
que tinha as Boas Festas da gerência
escritas a sabão. Todos baixámos,
medrosos, a cabeça. Se era um louco,
melhor deixá-lo. (O barman escondera-se
por detrás do balcão). Ali estivemos
um ror de medo, até que o rabioso
virou a arma à boca e disparou.
Alexandre O'Neill
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