POEMA

A TRAIÇÃO


quando do cavalo de tróia saiu outro
cavalo de tróia e deste um outro
e destoutro um quarto cavalinho de
tróia tu pensaste que da barriguinha
do último já nada podia sair
e que tudo aquilo era como uma parábola
que algum brejeiro estivesse a contar-te
pois foi quando pegaste nessa espécie
de gato de tróia que do cavalo maior
saiu armada até aos dentes de formidável amor
a guerreira a que já trazia dentro em si
os quatro cavalões do vosso apocalipse


Alexandre O'Neill

4 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Para mim, confesso, acho este poema um pouquinho difícil de entender.

Um beijo.

Maria disse...

Este O'Neill era um génio.

Um beijo grande.

samuel disse...

E é assim, banalizando as ameaças e confundindo tudo, que vamos ficando cada dia mais à mercê do monstro...

Abraço.

Justine disse...

Belíssima metáfora dos enganos!