NATAL À BEIRA-RIO
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
a trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
mais da terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
à beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
precisam de Jesus, de Mar. ou de Poesia?
David Mourão-Ferreira
4 comentários:
Sim. Definitivamente, mar e poesia.
Bom Natal!
Pensei escrever, exactamente o que o Samuel escreveu,
Mar e Poesia
Sempre!
GR
Samuel e Gr: sim: Mar e Poesia...
Um abraço e um beijo.
Mar e poesia estão mais menos como água e oxigénio-Fundamentais!
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