Na Biblioteca Nacional realizou-se o lançamento, pelas Edições Avante, de uma edição especial do romance de Aquilino Ribeiro, Quando os Lobos Uivam.
Trata-se de uma edição comemorativa do 50º aniversário da primeira edição desta obra fundamental de Mestre Aquilino Ribeiro, com desenhos de João Abel Manta e um prefácio de Álvaro Cunhal.
Na sessão intervieram Francisco Melo, Manuel Gusmão, Manuel Augusto Araújo, Aquilino Ribeiro Machado e Jerónimo de Sousa.
No decorrer da sua intervenção, o secretário-geral do PCP, leu uma mensagem enviada ao Escritor pelos comunistas presos em Peniche, no ano em que se comemoravam os 50 anos de vida literária de Mestre Aquilino.
É essa mensagem que aqui vos deixo.
«Senhor Aquilino Ribeiro
Neste ano de 1963, em que perfaz meio século de labor literário, queira escutar mais esta voz que se vem juntar ao coro amigo que o saúda - voz que chega do fundo duma prisão, falando pela boca de mais de uma centena de portugueses encarcerados, há longos anos, pelo único crime de muito amarem a Liberdade do seu Povo, o Progresso da sua Pátria, a Paz no Mundo.
Outros dirão dos méritos do escritor, da pujança do seu estilo, da verdade das personagens que criou, da seiva espessa que lhe sobe das raízes mergulhadas no povo e na terra, e vai florescer em fecunda alegria de viver nas páginas dos seus livros.
Outros dirão ainda do acordo exemplar entre o homem e o artista, e da íntima comunhão da sua vida com as vicissitudes da vida nacional nos últimos 50 anos.
Outros dirão - e nós estaremos também entre os que celebram a glória do escritor, sem dúvida uma das figuras cimeiras da nossa história literária.
Mas outra é a especial saudação que o nosso coração e o nosso pensamento nos ditam e aqui lhe trazemos.
Queremos saudar o cidadão corajoso e íntegro, que não se vendeu nem dobrou aos poderosos e aos tiranos, que denunciou com desassombro a torpe mentira dos tribunais políticos e a ferocidade da repressão policial, que exaltou a revolta popular, e que soube fazer frente, com o cajado firma da sua pena de escritor, aos lobos fascistas que assolam os povoados da nossa terra.
Queremos saudar o intelectual generoso e lúcido, que tantas vezes soube erguer alto a sua voz em defesa da paz, contra o furor dos fautores da guerra.
Queremos saudar o homem viril e fraterno, pela sua inabalável confiança nas forças populares e no destino dos homens, nas suas conquistas científicas e no seu progresso moral, a confiança que o leva, em meio da noite fascista e ao cabo de setenta anos de uma vida tantas vezes dura, a saber ainda olhar em frente, olhar para o sol, e apontar aos companheiros a visão estimulante do futuro radioso da humanidade.
Senhor Aquilino Ribeiro: Longa vida lhe desejamos!
Para que possa prosseguir por muitos anos ainda no seu belo trabalho criador.
Para que a sua figura altiva de lutador se possa manter presente na frente de combate pela Democracia, a Justiça e a Paz.
E para que, sobretudo, em breve possa ver o sol esplendoroso da Liberdade brilhar de novo e para sempre sobre o nosso querido Portugal.
Os presos políticos do Forte de Peniche»
Trata-se de uma edição comemorativa do 50º aniversário da primeira edição desta obra fundamental de Mestre Aquilino Ribeiro, com desenhos de João Abel Manta e um prefácio de Álvaro Cunhal.
Na sessão intervieram Francisco Melo, Manuel Gusmão, Manuel Augusto Araújo, Aquilino Ribeiro Machado e Jerónimo de Sousa.
No decorrer da sua intervenção, o secretário-geral do PCP, leu uma mensagem enviada ao Escritor pelos comunistas presos em Peniche, no ano em que se comemoravam os 50 anos de vida literária de Mestre Aquilino.
É essa mensagem que aqui vos deixo.
«Senhor Aquilino Ribeiro
Neste ano de 1963, em que perfaz meio século de labor literário, queira escutar mais esta voz que se vem juntar ao coro amigo que o saúda - voz que chega do fundo duma prisão, falando pela boca de mais de uma centena de portugueses encarcerados, há longos anos, pelo único crime de muito amarem a Liberdade do seu Povo, o Progresso da sua Pátria, a Paz no Mundo.
Outros dirão dos méritos do escritor, da pujança do seu estilo, da verdade das personagens que criou, da seiva espessa que lhe sobe das raízes mergulhadas no povo e na terra, e vai florescer em fecunda alegria de viver nas páginas dos seus livros.
Outros dirão ainda do acordo exemplar entre o homem e o artista, e da íntima comunhão da sua vida com as vicissitudes da vida nacional nos últimos 50 anos.
Outros dirão - e nós estaremos também entre os que celebram a glória do escritor, sem dúvida uma das figuras cimeiras da nossa história literária.
Mas outra é a especial saudação que o nosso coração e o nosso pensamento nos ditam e aqui lhe trazemos.
Queremos saudar o cidadão corajoso e íntegro, que não se vendeu nem dobrou aos poderosos e aos tiranos, que denunciou com desassombro a torpe mentira dos tribunais políticos e a ferocidade da repressão policial, que exaltou a revolta popular, e que soube fazer frente, com o cajado firma da sua pena de escritor, aos lobos fascistas que assolam os povoados da nossa terra.
Queremos saudar o intelectual generoso e lúcido, que tantas vezes soube erguer alto a sua voz em defesa da paz, contra o furor dos fautores da guerra.
Queremos saudar o homem viril e fraterno, pela sua inabalável confiança nas forças populares e no destino dos homens, nas suas conquistas científicas e no seu progresso moral, a confiança que o leva, em meio da noite fascista e ao cabo de setenta anos de uma vida tantas vezes dura, a saber ainda olhar em frente, olhar para o sol, e apontar aos companheiros a visão estimulante do futuro radioso da humanidade.
Senhor Aquilino Ribeiro: Longa vida lhe desejamos!
Para que possa prosseguir por muitos anos ainda no seu belo trabalho criador.
Para que a sua figura altiva de lutador se possa manter presente na frente de combate pela Democracia, a Justiça e a Paz.
E para que, sobretudo, em breve possa ver o sol esplendoroso da Liberdade brilhar de novo e para sempre sobre o nosso querido Portugal.
Os presos políticos do Forte de Peniche»
7 comentários:
Estes homens sim!
Foram eles os lutadores e os construtores dos alicerces da democracia, num tempo em que ser democrata era sinal de coragem. Quanto mais ser comunista!
São estas páginas, que os branqueadores do fascismo gostariam de ver apagadas da nossa história, mas nunca o irão conseguir, é impossivel falar de liberdade ignorando os comunistas.
Abraço camarada!
E creio que o Mestre se comoveu e sentiu honrrado com essa carta.
Beijos
Não tenho palavras para te agradecer este post.
Eu, que me ando a "arrepiar" com algumas coisas, senti um arrepio...
Um beijo grande
Aqui está uma carta só ao alcance de alguns... tanto para a escrever, como receber.
Obrigado Camarada por esta informação.
poesianopopular: essa é que é essa!...
Abraço.
Ana Camarra: certamente.
Beijo.
Maria: um beijo grande.
samuel: sem dúvida!...
Abraço.
Antuã: abraço grande, camarada.
Assim ontem como hoje, pelo combate da Democracia, da Justiça e pela Paz...
Abraço
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