POEMA XVII (A POESIA CONTINUA)
(ESPERAREMOS CEM ANOS...
Em frente da estação do Rossio, quando os
ponteiros se aproximam da meia-noite.)
Amigos: vai passar mais um ano no relógio luminoso do Rossio.
E a nossa Revolução
cada vez mais sonho frio,
eterna paisagem
de merda sem canos
em que os homens continuam como são
com bocas de granizo
numa repetição de poços de ecos.
Deixá-lo!
Se for preciso
teremos a coragem
de esperar mais cem anos
pela transformação do mundo
no relógio dos Séculos.
(Cem anos que voem nos relógios com asas de um segundo.)
José Gomes Ferreira
4 comentários:
Esperaremos o tempo que for necessário!
Um beijo grande.
Maria: ainda te lembras das passagens do ano no Rossio?: era bonito.
Um beijo grande.
Esperemos e lutaremos o tempo necessário.
Um beijo.
Graciete Rietsch: nem que sejam cem anos.
Um beijo.
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