(MAIS ALTO DIREMOS...)
Por mais que calem
por mais voltas que dê o mundo
por mais que neguem os acontecimentos;
por mais repressão que o estado instaure;
por mais que lavem a cara com a democracia burguesa;
por mais assassinatos de estado que cometam e calem;
por mais greves de fome que silenciem;
por mais que tenham saturado os cárceres;
por mais pactos que engendrem os controladores de classe;
por mais guerras e repressão que imponham;
por mais que tentem negar a história e a memória da nossa classe
Mais alto diremos:
assassinos de povos
miséria de fome e liberdade
negociadores de vidas alheias,
mais alto que nunca, em grito ou em silêncio,
recordaremos os vossos assassinatos
de gentes, vidas, povos e natureza.
De boca em boca, passo a passo, pouco a pouco.
Salvador Puig Antich
(Jovem anarquista, executado pelo regime franquista, em 2 de Março de 1974. Este poema foi escrito na cela, pouco antes de ele ser garrotado)
3 comentários:
Fiqueiimpressionada. Não tenho palavras.
Um beijo.
Grciete Rietsch: um beijo - de Natal.
Lembro-me muito bem deste Puig Antich e do seu assassinato!
Obrigada por o trazeres aqui.
Um beijo grande.
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