POEMA

HINO DE CAXIAS


Longos corredores nas trevas percorremos
sob o olhar feroz dos carcereiros
mas nem a luz dos olhos que perdemos
nos faz perder fé nos companheiros

Vá camarada, mais um passo,
já uma estrela se levanta,
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca.

Oiço ruírem os muros,
quebrarem-se as grades de ferro da nossa prisão,
treme carrasco que a morte te espera
na aurora de fogo da libertação

Cortam o sol por sobre os nossos olhos,
muros e grades fecham horizontes,
mas nós sabemos onde a vida passa,
o nosso olhar é o mais alto dos montes.

Vá camarada, mais um passo,
já uma estrela se levanta,
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço é uma alavanca

Oiço ruírem os muros,
quebrarem-se as grades de ferro da nossa prisão,
treme carrasco que a morte te espera
na aurora de fogo da libertação

Podem rasgar meu corpo à chicotada,
podem calar meu grito enrouquecido,
para viver de alma ajoelhada
vale bem mais morrer de rosto erguido.

Vá, camarada, mais um passo,
já uma estrela se levanta,
cada fio de vontade são dois braços
e cada braço uma alavanca.

Oiço ruírem os muros,
quebrarem-se as grades de ferro da nossa prisão,
treme carrasco que a morte te espera
na aurora de fogo da libertação.

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Este Hino de Caxias é um enorme grito de resistêcia, coragem e esperamça.

Um beijo.

Maria disse...

Hino-força que me arrepia cada vez que o leio. Ou canto.

Um beijo grande

GR disse...

Quem me ensinou a letra foi o nosso querido camarada Dias Lourenço.

Muito comovente.

BJS,

GR

Olinda disse...

Que nunca mais seja cantado na clandestinidade.

Maria Gomes disse...

Como da noite surge a madrugada/como uma flor rompendo um chão de escória/as nossas vidas nas celas soterradas/ensaiam já o grito da vitória...

Esta era a 1ª quadra e outras há que aí faltam...

Maia