«LIBERDADE DE INFORMAÇÃO»...

Os jornais ditos «de referência» - que são, de facto, órgãos de reverência ao grande capital - não se cansam de louvar aquilo a que chamam «liberdade de informação». E cada um deles apresenta-se como um exemplo a seguir nessa matéria...

São frequentes nesses jornais as tomadas de posição veementes em defesa de «liberdade de informação»... na Venezuela, onde, dizem, o governo persegue impiedosamente jornais, rádios, televisões, jornalistas...
O espalhafato que fazem ajuda-os a esconder o facto de os média venezuelanos serem, na sua imensa maioria, propriedade do grande capital; de terem uma postura de vale-tudo no que toca aos ataques ao governo; de estarem, nalguns casos, envolvidos na preparação de golpes contra o governo legítimo; e de, não obstante isso, gozarem de uma liberdade só possível de existir num país de facto democrático como é a Venezuela.
E o mesmo se passa em relação a países como a Bolívia, o Equador, a Nicarágua, as Honduras...

Perdão, as Honduras não: sobre as Honduras deixaram de falar desde o golpe militar que, congeminado pelo governo de Obama e concretizado por fascistas locais, derrubou o governo legítimo de Manuel Zelaya e instaurou uma ditadura...
Porque, de então para cá, as Honduras passaram a integrar o ditoso reino da «liberdade de informação»...

Vem tudo isto a propósito do assassinato, nas Honduras, de mais um jornalista: o 17º desde que aquele país passou a gozar da «liberdade de informação» tão elogiada pelos média portugueses...

A vítima chamava-se Luz Marina Paz, tinha 39 anos e era mãe de duas filhas - «nos últimos anos trabalhou na Rádio Globo, cuja linha editorial se destacou pelo seu carácter antigolpista, e na congénere Cadeia Hondurenha de Notícias».

É claro que os jornais portugueses - os tais «de referência»... - silenciaram o caso.
Como silenciaram os 16 casos anteriores...

É assim a «liberdade de informação»...

5 comentários:

O Puma disse...

A canalha está organizada

Maria disse...

Tudo isto me mete nojo.

Um beijo grande para ti.

samuel disse...

São amores à liberdade... muito selectivos...

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Nos países a que chamam ditaduras até aqueles que odeiam a liberdade do Povo têm direito aos seus meios de comunicação.Não podem é destruir o muito que está em construção.
É lamentável que nas Honduras "livre e democrática" sejam já 17 os jornalistas assassinados por denunciarem o golpe apoiado e concretizado pelos EU.

Um beijo.

Olinda disse...

A "liberdade de informaçao"serve bem o sistema e os "informadores"vendem-se sem o mínimo de vergonha,para garantir o prato.