A FUGA DE CAXIAS

Foi há cinquenta anos: precisamente o dia 4 de Dezembro de 1961.

«A fuga foi minuciosa e longamente estudada e organizada, sob a orientação do Partido.
Um dos fugitivos, António Tereso, trabalhador da Carris preso em Caxias, tinha fingido ceder à polícia e "rachar" de modo a poder proceder ao reconhecimento do Forte e encontrar meio de fuga.
Meses depois, apresentou-se a oportunidade de a fuga se concretizar utilizando um automóvel blindado que estava em reparação no Forte e que António Tereso se oferecera para reparar.

No dia marcado, 4 de Dezembro de 1961, enquanto os presos encenavam um desafio de futebol num pátio que a PIDE considerava o mais seguro, António Tereso foi buscar o automóvel à garagem e, em marcha atrás, conduziu-o para o pátio.
Ao sinal de "Golo!", gritado por José Magro, os presos entram no carro que arranca de imediato, em grande velocidade, através do túnel, até chegar ao portão do Forte contra o qual embate violentamente e despedaça, lançando-se para o exterior e desaparecendo perseguido pelos tiros da GNR.
No carro seguiam dirigentes e quadros destacados do Partido: Francisco Miguel, José Magro, Guilherme da Costa Carvalho, António Gervásio, Domingos Abrantes, Ilídio Esteves - militantes comunistas que, como os que, em Janeiro de 1960, se tinham evadido de Peniche, regressaram à luta clandestina pela liberdade e pela democracia»
(entre os fugitivos encontrava-se também Rolando Verdial que, posteriormente, traíu o Partido e se passou para a PIDE)

6 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Corajosa e comovente esta fuga.
Grande pena a falta de coragem e consequente traição de Rolando Verdial.

Um beijo.

GR disse...

Este mês tínhamos agendado um Debate com um dos camaradas "fugitivos" que infelizmente foi adiado. Uma importante efeméride que não podemos nem devemos esquecer.
Viva o nosso Grandioso Partido.

Bom domingo e Gd BJ,

GR

Olinda disse...

Conheci o camarada Tereso nao faz muitos anos,creio que num almoço de comemoraçao da Revoluçao Cubana,promovido pela Ass.Amizade Portugal/Cuba,Núcleo de Setúbal e lembro-me de ficar comovida ao ve-lo,pois recordei a famosa fuga e lembrei-me como teria sido difícel passar por traidor para que a fuga tivesse exito.Sao estes homens que construiram o nosso partido e fazem que tenhamos orgulho dele.
Desconhecia o caso do rolando verdial,infelizmente,a história está cheia de traiçoes.

joana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

Tenho uma memória vaga do acontecimento, à época.
A luta esperava-os cá fora, e a melhor maneira de os honrarmos é continuarmos a luta!

Um beijo grande.

cid simoes disse...

A nossa história é o pilar da nossa força.