A formidável greve geral dos trabalhadores egípcios e as gigantescas manifestações que - no Cairo e em outras cidades como Alexandria, Suez, Mansoura - superando as expectativas dos seus promotores, juntaram mais de 2 milhões de pessoas, constituem um grande êxito da luta contra a ditadura de Mubarak, apoiada pelos EUA & Cia. - e evidenciaram a possibilidade real de derrubar o regime ditatorial.
O dia 1 de Fevereiro de 2011 ficará certamente como uma página de ouro na história da luta dos trabalhadores e do povo do Egipto.
Apesar da força da luta, o ditador recusou demitir-se, optando por seguir os conselhos de Obama que o havia incitado a anunciar, apenas, que não se recandidataria nas eleições presidenciais de Setembro...
Quer isto dizer que... há muito que lutar, ainda, para que o objectivo de derrubar o regime seja alcançado - e muito mais há que lutar para conseguir uma mudança de facto, isto é: uma mudança ao serviço dos interesses dos trabalhadores e do povo.
Para já, o resultado é altamente positivo: as massas trabalhadoras e populares paralisaram o país e encheram as ruas num poderoso protesto e numa clara exigência.
O resto virá a seguir - se a luta tiver a continuidade necessária.
Como é sabido, a luta nem sempre tem efeitos imediatos - aliás, raras vezes tem.
Se assim não fosse, tudo seria muito mais fácil (no nosso caso, por exemplo, com as impressionantes lutas que temos travado contra a política de direita, há quanto tempo teríamos já corrido com ela e com os seus executantes?)
A meu ver, o maior obstáculo que se ergue frente à luta em curso no Egipto, é a presença e a acção do imperialismo norte-americano e dos seus ecos europeus.
Eles tudo farão para cercar a luta, desviando-lhe o sentido, enfraquecendo-a, promovendo a divisão - e acenando com «soluções» que lhes permitam continuar a ter um presidente e um regime ao serviço dos interesses dos EUA.
O futuro dirá se os trabalhadores e o povo egípcios conseguirão libertar-se desse cerco e avançar com audácia até, sabe-se lá!, à conquista do céu...
Uma coisa é certa: a greve geral e as manifestações de ontem foram um grande passo em frente na luta.
E é isso que o Cravo de Abril saúda.
16 comentários:
" As massas trabalhadoras e populares paralisaram o país e encheram as ruas num poderoso protesto...o resto virá a seguir se a luta tiver a continuidade necessária..."
"(no nosso caso por exemplo,com as impressiomantes lutas que temos travado contra a politica da direita, há quanto teriamos já corrido com ela e com os seus executantes"
No nosso caso a luta não atingiu um patamar superior,porque não só não teve CONTINUIDADE, como a desmobilizaram e congelaram. Tão simples quanto isto, aliás, pelo conteúdo do presente texto, parece-nos que finalmente o Fernando acaba por nos dar razão.
As outras razões do insucesso da luta têm a ver, com as politicas de ordem económica que se propõem no dito programa "Por um Portugal a produzir!", que como é bastante nitido, têm como prioridades não os interesses dos trabalhadores, mas sim os interesses de desenvolvimento da economia e da burguesia capitalista nacional, que neste caso concreto,trava a luta e o aumento da consciência e não deixa os trabalhadores atingir os seus objectivos.
Sobre a explosão social que assistimos no Egipto,e em outros países do Norte de Africa e Próximo Oriente nada ficará como antes, a burguesia vai ter de recuar como já está a fazê-lo e ceder alguns direitos,não mais do que isso e que mais tarde pode recuperá-los, se a luta desmobilizar e esses proletariados não se dotarem com urgência de novo, de verdadeiros partidos comunistas que conduzam a sua luta o mais longe possivel contra o capitalismo por uma alternativa socialista proletária.
Um abraço
A Chispa!
Que se poupem as memórias do museu
património da humanidade
e que vença a revolução
O Cravo de Abril saúda e nós também. Solidários com o povo e os trabalhadores egípcios. É preciso continuar a luta!
Um beijo grande.
Saudemos pois!
O efeito já se faz sentir em outros países... onde mesmo sem ninguém ter "feito" quase nada (por enquanto), já se fazem remodelações à pressa, anúncios de não re-candidaturas... grande cagaço!!!
Abraço.
E já se nota a "mãozinha de reaça"atiçada e armada pelos Mossad e CIª com os media e politólogos cá do burgo a esfregar as mãos de contentes...
Abraço
Além do mais é um incentivo para todos os explorados e oprimidos e vem dizer-nos que o Século 21 começa bem.1917/2017? É pedir muito!
Temos os olhos postos no Egipto... acho que já o disse, para mim a sua luta tem a importância acrescida de poder ser pioneira numa grande revolução contemporânea, que se espera que faça eco em tantos outros países, onde as ditaduras se expressam de tantas formas...
Um beijo,
Importa reter algumas informações acerca deste conflito que teve o seu início na Tunísia.
Todos os factos apontam para o envolvimento do aparato israelita ou sionista em Washington, com as suas células montadas no norte de África.
Há que duvidar do papel da "Facebook", como elemento para o início dos confrontos.
Em relação à história, no ano 2000, o presidente Ben Ali quebrou relações diplomáticas com Israel, depois da segunda intifada.
Em 2009, a Tunísia assinou um tratado de cooperação com a China, na área da tecnologia e economia.
Após a deposição de Ben Ali, os tunisinos elegeram como homem forte no poder, Rachid Ammar, apoiado por Israel.
Antes desta destabilização acontecer no norte de África, com a falsa pista da "Al-Qaeda", tropas de Africom foram enviadas para o Niger, Mali, Mauritânia, Senegal e Burkina Faso.
Também, a Nigéria e Costa do Marfim foram destabilizados.
A intenção parece destabilizar não só o Egipto e a Tunísia, como também a Argélia e a Líbia.
Há quem diga que Israel, juntamente com os E.U.A. querem assegurar o gás natural no norte de África.
Mas, esta é a parte mais interessante, pois muitos árabes acreditam que uma verdadeira mudança, vinda do povo árabe oprimido, pode significar o fim de Israel.
Por enquanto, as coisas parecem correr bem para o aparato israelita ou sionista montado em Washington.
Facto curioso, é também o discurso de Obama sobre os acontecimentos no Egipto. A certa altura, disse que era ao povo do Egipto quem competia escolher um novo líder ou governo.
Será que aconteceu o mesmo no caso das Honduras?
Esqueci-me de assinar... as minhas desculpas.
(Eduardo)
Esta mudança terá um impacto tão importante quanto o peso da comunicação nos dias de hoje. Apesar dos filtros e da censura, o resultado deste levantamento de massas, devido à globalização dos meios, permite dar continuidade ao exemplo tunisino e contribuirá também para a transformação da sociedade futura.
E entretanto a contra revolução vai aparecendo de mão dada com o amigo americano e israelita assim como as notícias dos massacres.
É preciso muita vigilância e atenção.
Força,Povo Egípcio.
Um beijo.
Que dizer de tanta hipocrisia democrática?
Esperemos que, estes povos oprimidos por governos a soldo do capitalismo selvagem, não se deixem levar, que não adiem a sua libertação, porque amanhã será tarde!
Se me permitem, vou deixar apenas um aparte, neste blogue que visito assiduamente.
As conquistas conseguem-se com o apoio popular, não impondo, como alguns pensam.
Não é com extremismos, com imposições de pensamento e comportamento que chegaremos ao que nos propomos.
Como Comunista, sinto que temos que lutar nesta sociedade e não na que queríamos e desejaríamos ter, temos que ser realistas.
Não é com chispas, nem com fundamentalismos que atingimos o objectivo a que nos propomos.
Nem é tão pouco resumir a luta contra a direita do Cavaco, dizendo que todos os outros não servem sem apresentar alternativa.
Não basta dizer, vamos fazer uma revolução, vamos sair á rua, vamos correr com os políticos corruptos que nos governam!
Camaradas a luta é difícil e nem sempre é fácil, mas, numa coisa eu acredito e estou disposto a contribuir, na luta contra o capitalismo opressor e que suga toda a nossa dignidade, mas, sempre e quando o povo quiser.
O trabalho de casa tem que feito por nós.
E vos digo, sujeitando-me à razão de cada um, não é com chispas, com fundamentalistas que a democracia, a verdadeira democracia popular, que muitos de nós pretendemos conquistar, será conseguida.
A democracia conquista-se com democratas, com o respeito pelo contraditório, e, isso só o Comunista consciente, o Comunista responsável e sério consegue.
Por isso endereço os meus respeitosos cumprimentos ao “cravo de Abril” por não se deixar levar por tendências, mas, que cumpre a sua obrigação, a defesa dos valores de Abril, dos valores Socialistas.
A luta continua.
Sempre valeu a pena lutar.
Antuã
Maiato
Mas que raio de preocupação é essa,descanse,porque o "Cravodeabril" apenas se limitou a contastar aquilo que é claro, ou seja, que só a continuidade da luta poderá fazer o governo recuar,não concorda com isto?
Sobre o "fundamentalismo" de que nos acusa,para que o podessemos corrigir agradeciamos imenso que o exemplifica-se.
Os comunistas "responsáveis respeitam o contraditório?".
Mas o contraditório que se opõe aos ideais de emancipação pelo qual lutam os comunistas, não é o direito burguês/capitalista à propriedade privada e a explorar os trabalhadores? A perpétuar a barbaridade que decorre do sistema capitalista? Ou não quererá dizer que devemos respeitar a "democracia" burguesa e o capitalismo e que a luta pelo socialismo já faz parte do passado e que só os "fundamentalistas" isso defendem?
Um abraço
A Chispa!
Só queria salientar que no Egipto desapareceram os policias e não se sabe nada dos Israelitas amigos de Mubarak. Ou será que eles apareceram agora como pró Mubarak?
Quem a estes F.P. lhes pagou cavalos e camelos para combaterem o povo?
Vão aprendendo pois as coisas estão a ficar próximo de Portugal onde mais de 300 mil pessoas(segundo o governo) não têm qualquer modo de subsistência.
Vitor de Sarilhos
O Puma: um dia saberemos que é que assaltou o museu...
Um abraço.
Maria: então saudemos todos a luta do povo egípcio.
Um beijo grande.
samuel: na verdade, eles estão um bocado acagaçados...
Um abraço.
José Rodrigues: é para isso que servem e são pagos os politólogos...
Um abraço.
cid simões: pedir muito, não é - e vinha mesmo a calhar...
Um abraço.
svasconcelos: que assim seja.
Um beijo.
Eduardo: aguardemos o desenvolvimento da situação para melhor a percebermos.
Um abraço.
CRN: este levantamento de massas chegará até onde... a unidade e a força das massas quiserem...
Um abraço.
Graciete Rietsch: e é bem possível que a luta vá endurecer ainda mais.
Um beijo.
Gildásio Maiato: de facto, não basta «dizer»: é preciso fazer, isto é: lutar - e a luta, como dizes, é muito difícil e exige-nos muito esforço, muita determinação, muita perseverança, muita confiança.
Um abraço.
Antuã: e sempre valerá...
Um abraço.
Vítor de Sarilhos: cá e lá, as causas são as mesmas.
Um abraço.
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