ELOGIO DA DIALÉCTICA
A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.
E em todos os mercados proclama a exploração:
isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.
Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes
falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, quem há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca, será: ainda hoje.
Brecht
7 comentários:
Amanhã
lá estaremos
Abraço
excelente! como só o Bertold Brecht consegue fazer. Podia, por favor, dar a conhecer qual a edição/livro de onde transcreve estes poemas de Brecht?? obrigado e saudações revolucionárias
A perspectriva do tempo - que tão impoertante é!
Como digo, já recorrentemente... cá estaremos!
Abraço.
A luta de classes é o motor do futuro.
"Levanta-te meu Povo
"Não é tarde".
Um beijo.
Repito: Brecht tão (e sempre) actual. E como cada vez mais dele...
Um beijo grande.
Mar Arável: sempre.
Um abraço.
hugo: «Poemas e Canções - Selecção e Versão Portuguesa de Paulo Quintela» - Livraria Almedina, Coimbra.
Há uma outra edição de poemas de Brecht, da Campo das Letras.
Obrigado pela visita.
Um abraço revolucionário.
Justine: e no entanto, «não há nada como o tempo para passar»...
Um beijo.
Graciete Rietsch: tornemos a luta mais forte: levantemo-nos...
Um beijo.
Maria: e eu também...
Um beijo grande.
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