Parece não haver dúvidas sobre a origem dos provocadores e das provocações que, ontem, no Cairo, provocaram a morte de pelo menos cinco pessoas e centenas de feridos.
Dizem as notícias que «os apoiantes de Mubarak demonstraram ser agitadores profissionais», «polícias à paisana», que «actuam de forma violenta e organizada» e «com missões bem definidas»...
Tais ocorrências não são, também, motivo de surpresa: a história está cheia de exemplos deste tipo de actuações por parte dos que não olham a meios na sua ânsia de liquidar a luta dos trabalhadores e dos povos pela sua libertação e emancipação - e, neste caso, quem oprime e reprime um povo durante 30 anos, não hesitará em oprimir e reprimir para se manter no poder.
No entanto, e apesar de tudo isso, parece que, no Egipto, a luta vai continuar.
Também não surpreende o facto de o Governo dos EUA ter assumido às claras o seu papel de dono e senhor, tratando o Egipto e o povo egípcio como propriedade sua.
A verdade é que nessas três décadas - em que o ditador local cumpriu fielmente as instruções do amo e senhor - o imperialismo norte-americano não teve necessidade de exibir publicamente o poder absoluto de que dispunha - e é, talvez, por isso que a palavra de ordem «americanos vão para a vossa casa» não faz parte ( e é pena, ó se é!...) das utilizadas pela multidão que se manifesta contra o regime de Mubarak...
Não surpreende, finalmente, a desfaçatez e a desvergonha com que os comentadores de serviço aos interesses dos EUA - todos com lugar cativo nos média dominantes - abordam o domínio do boss sobre o Egipto.
Eles «comentam» partindo da ideia de que esse domínio é coisa natural, necessária, indispensável, incontestável, legítima - ideia que muito lhes facilita a escrita e com a qual julgam esconder o estado de abjecção em que estão mergulhados.
Todavia, do outro lado desse mundo caduco e sórdido - de dominadores, ditadores e criados para todo o serviço - uma outra realidade existe: a dos que, enfrentando todos os obstáculos, dificuldades e perigos, lutam.
Como no Egipto, onde a luta continua.
E o futuro é dos que lutam - dos que não desistem de lutar.
11 comentários:
O direito à liberdade de imprensa é um dos direitos consagrados na nossa Constituição. E ainda bem que lá está escrito. Só é pena que muitos jornalistas não mereçam a carteira profissional por tão mal exercerem a sua profissão ao esquecerem que devem produzir informação isenta,imparcial, verdadeira, isto é, não manipulada.
Mas, infelizmente, a maior parte dos jornalistas que escrevem nos jornais ditos de "referência" portugueses nada mais são do que a "voz do dono".
É muito triste.
Campaniça
Estes comentadores não querem comentar nada... querem apenas o seu cheque mensal. O cérebro, já o venderam!
Abraço.
A luta é sempre muito dura pois são inúmeros os inimigos da Revolução.
Barak Obama
apostam na guerra civil
em nome do petróleo
Também em Portugal no inicio do 25 de Abril,as manifestações tinham um carácter mais económico e social, mas rápidamente se estendeu à defesa de direitos politicos mais amplos.
Com o agudizar e radicalização dessa luta, as ameaças de intervenção da Nato e particularmente da embaixada americana eram constantes e tornava-se mais nitida a intervenção imperialista em Portugal. A partir desse momento a luta dos trabalhadores portugueses passou a adquirir um carácter anti-imperialista com a introdução de palavras de ordem contra a NATO e contra o imperialismo americano.
Numa dessas ameaças de intervenção em que os navios da NATO estavam estacionados no Tejo, realizou-se uma grande manifestação contra a presença da NATO e exigiu-se a retirada de Portugal e o fim desta aliança militar imperialista.
A direcção do PCP nessa altura, através de um comunicado lido por Octávio Pato, não só não aderiu à manifestação, como a sabotou, com o argumento que se tratava de uma PROVOCAÇÃO e em jeito de troça, recomendou que se oferece-se flôres aos militares da NATO como prova da simpatia do povo português. Enfim!...
Só esperamos que a radicalização necessária da luta no Egipto e em todos os outros países arabes,contra os ditadores e o capitalismo, pela defesa dos direitos e da emancipação dos trabalhadores não levem os revisionistas/reformistas locais a proceder da mesma forma VERGONHOSA,como o fizeram em Portugal.
Quanto ao resto do artigo, concordamos inteiramente com ele.
Um abraço
A Chispa!
Quando se fala em revoluções, vem-nos sempre á memoria o mau comportamento de quem nela está envolvido …perante o que se lê abaixo, só nos dá vontade de, no mínimo GRITAR
http://www.publico.pt/Política/sisa-de-cavaco-foi-paga-com-base-na-avaliacao-da-casa-que-nunca-existiu_1478448
Afinal o homem mais serio do planeta, conseguio fazer uma permuta sobre um valor que não existia.
Agora percebesse porque nunca quis esclarecer.
Eu sei que o futuro é dos que lutam. Só que às vezes cansamo-nos de tanta incompreensão e ataques descabidos e ridículos.
Hoje estou cansada.
Um beijo.
Os provocadores sempre tiveram o seu papel na história, o de destabilizar, confundir e de dividir.
Um dos temas que me intriga, de momento, é o papel da Facebook nestas revoltas.
A comunicação social dominante descreve a "Facebook" como a principal origem da revolta, destacando os vários jovens tunisinos que estiveram na origem da revolução de «Jasmim».
É extraordinário como uma revolução possa ser feita através de computadores, mas os jornais continuam a fazer publicidade a esse meio, onde os «jovens se conhecem e trocam ideias»...
No entanto, a mesma Facebook, não há muito tempo, foi usada pelos serviços secretos israelitas para estabelecer contacto com jovens palestinianos na faixa de Gaza.
Jovens palestinianos foram contactados para fornecer dados, para ser delatores, porque muitos não tinham o sentido de segurança e porque a "Facebook" permitia que falassem sobre os seus problemas pessoais, com bastante facilidade.
Este é um caso.
Outro caso que eu lamento e diz respeito a alguns dos nossos "bloggers" (que se dizem anarquistas ou de esquerda), é a forma infantil como dão as notícias acerca do Egipto, como se o que se passasse lá fosse alguma forma de entretenimento ou de aproveitamento, para se tornarem mais conhecidos.
Há que duvidar de todos estes tipos de oportunismo, como a de colar imagens degradantes, só para satisfazer a curiosidade se alguns comentadores.
(Eduardo)
Os jornalistas, analistas e 'comentaristas' servem a quem lhes paga.
A tua última frase é de esperança, carregada de futuro!
Um beijo grande.
Ontem estava triste e desanimada. Hoje estou um pouquinho melhor! Mas quando surgirá um clarão de esperança como o que Abril nos trouxe?
Às vezes desespero mas não deixo de confiar na luta.
Um beijo.
Campaniça: é como dizes - ressalvando um ou outro caso...
Um beijo amigo.
samuel; são os tais comentários... postos em cheque...
Um abraço.
Antuã: grande verdade.
Um abraço.
O Puma: apostam em tudo o que servir os seus interesses.
Um abraço.
Bolota: ao considerar-se o «mais sério de todos», ele esclarece tudo...
Um abraço.
Graciete Rietsh: amanhã estarás menos cansada...
Um beijo muito fraterno.
Eduardo; os provocadores, sejam quais forem os seus meios de acção, constituem instrumentos ao serviço dos inimigos dos trabalhadores.
Um abraço.
Maria: e são muitas as razões para termos esperança.
Um beijo grande.
Graciete Rietsch: esse clarão há-de surgir porque nós o faremos surgir, lutando.
Um Beijo.
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