Num texto hoje publicado no jornal de que é Director, João Marcelino comenta o caso do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano que, na ONU, leu parte do discurso de Luis Amado, MNE de Portugal, julgando ser o seu discurso.
Diz o Director do DN - pertinente, sublinhe-se - que o caso «mostra o que são hoje as convicções de alguns dos "estadistas" internacionais, como eles preparam o que dizem e, acima de tudo, o papel que têm na produção das ideias de que são porta-vozes».
Todavia, alerta Marcelino - outra vez pertinente - seria injusto concluir que todos os estadistas têm estes comportamentos, já que tal «generalização seria ofensiva para muitos políticos mundiais».
Pena é que, face a generalizações semelhantes feitas aqui em Portugal não haja idêntica reacção da parte de Marcelino ou de qualquer outro jornalista dos média dominantes.
Por exemplo, quando se diz, e esses média - DN incluído - propagam, cada um à sua maneira, que «os partidos são todos iguais», é preciso dizer que... tal «generalização é ofensiva» para o PCP, o qual- como os 90 anos da sua história mostram - é um partido diferente dos que são todos iguais.
Diferente, desde logo, quando no acto da sua fundação, em 6 de Março de 1921, definiu como seu objectivo supremo a construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados.
Diferente, quando, cinco anos depois, após a ordem de Salazar para que todos os partidos se auto-dissolvessem, ao contrário de todos os outros, que acataram a ordem, optou pela resistência, consciente das consequências que tal opção implicava - uma resistência que o afirmou, durante quase meio século, como única força política a enfrentar o regime fascista.
Diferente, pelo papel singular que desempenhou no processo revolucionário e na construção do regime democrático de Abril.
Diferente, pela sua postura, hoje, ocupando a primeira linha da luta contra a política de direita e por um novo rumo para Portugal - e sempre, sempre «tendo o socialismo no horizonte».
8 comentários:
O PCP tem o socialismo no horizonte.
O que é o horizonte? É uma linha imaginária que se afasta à medida que tentamos alcançá-la".
Os cientistas soviéticos inventam uma injecção capaz de ressuscitar os mortos. Começam a escolher a candidatura para a ressurreição:
Lenin ? é melhor não, ainda se lembra de fazer a revolução. Stalin ? Nem pensar ! Krutchev ? só se for para aumentar a produção de anedotas.
Resolvem ressuscitar Marx. Durante algum tempo é levado para todo o lado cumprindo um programa interminável de rituais oficiais. Apesar disso consegue aperceber-se da enorme burocracia existente e observar o modo de vida do cidadão comum. Por fim, durante as comemorações do 1o de Maio na Praça Vermelha pedem-lhe para fazer um discurso. Marx aproxima-se dos microfones e começa da seguinte maneira: "Proletários de todo o Mundo, Perdoai-me!"
Essa enorme diferença é muito difícil de admitir... e continua a deixar perfeitamente descontrolados os idiotas profundos, como bem demonstram os dois "comentaristas" que me precederam.
Abraço.
A palávra socialismo continua - ainda hoje - a perturbar algumas pessoas de má consciência política.
Um abraço.
Considero que este pequeno texto diz tudo acerca da nossa história recente.
Concordo também com o João Henrique e ainda mais com o Samuel quando menciona os idiotas profundos, como aquele que deixou os primeiros dois comentários.
Nestes dois casos, o anti-comunismo revela-se infantil, ligado a uma consciência deformada (talvez doentia), devido a qualquer insegurança ou falta de preparação.
(Jorge)
É o NOSSO PARTIDO! Que pelos vistos continua encravada na garganta de alguns...
E é diferente, sim! Pois todos os outros são iguais.
Um beijo muito grande.
O idiota profundo das 11:21 e 11:26 é um caso de perturbação mental em estado quase irrecuperável. Por isso não deve ser levado em consideração devido à irracionalidade daquilo que diz. Há apenas que tolerá-lo até que ele se decida tratar-se do sofrimento que,naturalmente,o aflige.
samuel: os idiotas profundos, porque são profundos, não têm cura...
Um abraço.
joão l.henrique: é uma palavra sombria, para alguns; e luminosa para outros.
Um abraço.
Jorge: um abraço, camarada.
Maria: um beijo grande de grande camaradagem.
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