DESCUBRA AS DIFERENÇAS

Um dia destes, teremos uma informação verdadeira e rigorosa sobre o que está a acontecer na Líbia.
Por enquanto, sabemos apenas o que nos dizem os média dominantes, em cuja informação não podemos confiar - antes pelo contrário.

Sabemos, no entanto, não porque esses média no-lo digam mas por decifração do que dizem, que os acontecimentos na Líbia se revestem de características muito diferentes dos ocorridos nos outros países, designadamente no Egipto.

Assim, do Egipto tivemos notícias de grandes movimentações de massas que obrigaram à demissão de Mubarak; soubemos que, na opinião decisiva do governo de Obama, «Mubarak não é um ditador» e que os «EUA apoiam uma transição pacífica e ordeira» - enquanto as centenas de mortos e milhares de feridos por efeito da repressão ordenada por Mubarak não mereceram qualquer destaque por parte dos média em geral.

Da Líbia, foi-nos dito desde logo que, na opinião decisiva do governo de Obama, «Kadhafi é um ditador»; que a «repressão sobre os manifestantes pacíficos era de uma violência inadmissível»; que havia «mortos espalhados pelas ruas às centenas»; que, por isso, «a comunidade internacional isola o ditador» e «a NATO estuda a hipótese de uma intervenção de tipo humanitário»...
Foi-nos dito igualmente que «os rebeldes líbios» - fortemente armados, digo eu (e confesso não saber quem assim os armou...) - «controlam a maior parte das cidades do país», «cercam a capital, onde Kadhadi resiste» - e, pormenor importante, «combatem pela posse das jazidas de petróleo»....

Quer isto dizer que, na «informação» sobre esses acontecimentos, os média dominantes recorreram à velha técnica dos dois pesos e duas medidas - modalidade em que são especialistas eméritos graças a uma longa experiência na matéria.

Posto isto - e mesmo enquanto aguardamos informações credíveis e rigorosas sobre o que está, de facto, a acontecer - não é difícil detectar, desde já, alguns aspectos essenciais que distinguem os acontecimentos do Egipto dos da Líbia...

É caso para dizer, como em alguns passatempos: descubra as diferenças...

9 comentários:

Maria disse...

Denominador comum: Obama e o Capital. E o Petróleo, na Líbia! Ouro Negro, não é?

Um beijo grande.

trepadeira disse...

Sempre a mesma pulhice,esteja ligada ao petróleo,aos diamantes,ou a qualquer outra negociata asquerosa e assassina.
Um abraço,
mário

samuel disse...

O Khadafi pode até não prestar, prestar menos que Mubarak, prestar mais que Ben Ali... mas o petróleo!!! Faz tanta diferença...

Abraço.

O Puma disse...

Na verdade

não existem desertos iguais

J.N. disse...

Pois é amigo, dois pesos e duas medidas, será que daqui a uns meses vamos asber que as imagens dos massacres são como aqueles que uma tv francesa inventou à uns anos atrás na Roménia?
E a luta continuará até à vitória final sobre os tiranos Obamistas. Esta é a verdade que lhes custa!
Abração.
J.N.

svasconcelos disse...

Na mouche, Fernando Samuel.São tão flagrantes, as diferenças...

beijo,

Anónimo disse...

Tentam a todo o custo dar um aspecto da realidade, com imagens, fotos e comunicados dos chamados "inbedders" (jornalistas pró-Império), como o caso da Cândida Pinto.
No dia em que Kadhafi discursou aos seus apoiantes e falou no herói líbio Omar Mukhtar, como exemplo da resistência líbia contra o ocupante estrangeiro, não houve um canal, se quer, que tentasse dar uma ideia de quem era Omar Mukhtar. Nem os jornais «pró-sistema» estiveram para isso, porque isso obedecia a alguma investigação séria, com intuito de informar as pessoas (coisa que não é bem aquilo que está no horizonte desta gente da chamada «comunicação social»).
Nem, se quer, uma referência ao filme de Mustapha Akkad, «O Leão do Deserto» (1981), para entender um pouco da história deste país.

(Jorge)

Antuã disse...

O Khadafi pode não interessar a ninguém, mas o que os norte-americanos e seus lacaios europeus não suportam é que na Líbia ainda haja uma grande empresa petrolífera nacionalizada.

Anónimo disse...

Fernando Samuel
O que tu escreves, o que escreve o Jorge mais o que escreve o Antuã explica tudo, a todas as pessoas, que quiserem perceber, que alguma coisa está mal explicada na Líbia.
Até a Candida Pinto, que ainda não pôs lá os pés porque tem dois buracos no fundo das costas, sabe tudo o que se passa na Líbia.
Vitror sarilhos