POEMA

RENDIÇÃO


Vem, camarada, vem
render-me neste sonho de beleza!
Vem olhar doutro modo a natureza
e cantá-la também!

Ergue o teu coração como ninguém;
Fala doutro luar, doutra pureza;
Tens outra humanidade, outra certeza:
Leva a chama da vida mais além!

Até onde podia, caminhei.
Vi a lama da terra que pisei,
e cobri-a de versos e de espanto.

Mas, se o facho é maior na tua mão,
vem camarada irmão,
erguer sobre os meus versos o teu canto.


Miguel Torga

10 comentários:

Anónimo disse...

REMANSO

O mocho.
Deixa sua meditação,
limpa os óculos.
E suspira.
Um pirilampo.
Rola, monte abaixo,
e uma estrela
desliza.
O mocho bate as asas
e continua a meditar.

Federico García Lorca

samuel disse...

Por causa de "chamamentos" como este é que eu tentei e ainda tento, erguer sobre os versos o meu canto...

Fernando Samuel disse...

Lindo! Lindo!
Obrigado.

Fernando Samuel disse...

Ainda bem que tentas... e consegues!


Um abraço.

Ana Camarra disse...

Eu vou camarada, eu vou!

Beijos

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: vamos todos, Ana, vamos todos e venceremos!
um beijo amigo.

Anónimo disse...

Fernando,
Façamos uma estrada tão larga quanto todos juntos os ombros se apoiem.

A revolução é hoje!

Maria disse...

Levaremos a chama da vida mais além...

Um beijo

Justine disse...

Poeta maior! Este poema apetece ler e ler e ler...

Fernando Samuel disse...

crn: é essa A estrada...
Um abraço.

Maria: pela Vida fora...
Um beijo grande.

justine: Torga é... Torga.
Um beijo.