POEMA

PORQUINHO-DA-ÍNDIA


Quando eu tinha seis anos
ganhei um porquinho-da-Índia.
Que dor de coração eu tinha
porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra a sala
pra os lugares mais bonitos e mais limpinhos
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...

- O meu porquinho-da-Índia foi a minha primeira namorada.


Manuel Bandeira

4 comentários:

Anónimo disse...

Singelo e doce...
Abraço

Ana Camarra disse...

Eu era coelhos!
Da minha prima Aurora, a que me chamava Bera...
Não como coelho, por razões sentimentais.

Beijos

samuel disse...

Há namoradas assim... só estão onde querem, só fazem o que querem...

Fernando Samuel disse...

ludo rex: é, não é?...
um abraço.

ana camarra: e as razões sentimentais são razões que a Razão desconhece...
Um beijo amigo.

samuel: e nunca estão onde nós queremos e nunca fazem o que nós queremos...
braço.