POEMA DE FINADOS
Amanhã que é dia dos mortos
vai ao cemitério. Vai
e procura entre as sepulturas
a sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas
ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
o filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
é a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
Manuel Bandeira
9 comentários:
Olha está visto que estás muito inspirado...
beijos
RITUAIS (18)
A vida, um novo sol em cada dia.
Perdida a solidão, posso erguer
a voz, dar liberdade ao grito.
Não sei onde acaba, onde deixa
de se ouvir, não estarei lá
no fim da onda.
Alguém me virá dizer de
novo sinal, uma voz perdida
nas campinas.
Nunca dirás
que fui eu.
Francisco de Brito
Não seria certamente o caso de Manuel Bandeira, mas há tanta gente assim...
Todos recordamos os nossos entes queridos...
Abraço
Hoje temos é que estar mais vivos do que nunca...
(não podemos enterrar alguns vivos?)
:)))
Um beijo grande
Ó Samuel Casanova, e rezaria uma oração a quem? A Deus? A São Manuel Tiago? A Santa Odete?
olha... chegaram os palhaços!...
ó artur... também sabe fazer piruetas e cambalhotas e caretas e assim?...
Os virús também já chegaram aqui!
FS, que tal mais Manuel Bandeira, mas um pouco menos desistente?
Abraço
Para todas e todos: este é o primeiro de uma meia dúzia de poemas de Manuel Bandeira - o grande nome do modernismo brasileiro - que aqui publicarei.
Espero que gostem.
Beijos e abraços.
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