«Na época em que estive no partido comunista e durante os anos em que estive na faculdade de letras fui militantemente neo-realista» - confidenciou Mários Soares, no decorrer de uma palestra proferida no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.
Prosseguindo as confidências, revelou ter escrito «um livro e vários contos» que, contudo, nunca chegaram a ser publicados, razão pela qual se considera «uma espécie de escritor frustrado».
Sempre em maré de confidências, afirmou que poderia ter «singrado como escritor» - «não necessariamente neo-realista», pois «suponho que teria evoluído como muitos outros» - e fundamentou assim a afirmação: «O meu pai, que era um pedagogo, dizia-me: tu deves é ir para escritor, mas fui apanhado pela política e a verdade é que não tive nunca tempo para escrever livros».
Foi pena: isto digo eu - que penso que se Soares tivesse seguido o conselho paterno, mesmo que não ganhássemos um grande escritor, ganharíamos - e de que maneira! - em não o ter tido como político.
Sempre em maré de confidências, desta vez artísticas - e certamente para afastar fantasmas que lhe tiram o sono... - Soares proclamou: «Álvaro Cunhal era uma grande personalidade política, de uma inteligência extraordinária, mas não era um escritor. Nem sequer um pintor, embora tivesse muita habilidade para desenhar».
Pois não...: isto digo eu.
Ainda em confidência, Soares fez um pitoresco relato da sua militância neo-realista e comunista «nos corredores da faculdade de letras»: «Distribuía uns livros às meninas que por ali andavam e metias-as todas ou no partido comunista ou no MUD Juvenil»
Simples e fácil, como se vê: isto digo eu: que imagino o jovem Soares (garanto-vos que ele foi jovem... no BI), todo lampeiro, a recrutar as «meninas todas» - nem uma lhe escapava! - para a função resistente a troco de «uns livros»...
Mas pelos vistos, a tarefa, talvez por demasiado simples e fácil, não agradou ao jovem Soares (no BI...): «Saí do partido comunista - embora eles digam que me expulsaram - mas essa é já uma questão um pouco sibilina».
E prosseguiu a confidência, dizendo que o seu nome surgiu, no jornal Avante, «entre os traidores ao partido comunista» - rematando, sibilino: «isso era desagradável porque era uma maneira de denunciar que tínhamos sido do partido».
Alto aí!: isto digo eu - que não quero deixar passar este clamoroso lapso confidencial do velho Soares (garanto-vos que ele sempre foi velho, excepto no BI...).
Vamos lá pôr os pontos nos is: os militantes comunistas que o PCP considerava «traidores» eram os que, apanhados pela PIDE (nessa altura PVDE), traíam - pelo que, se o Avante falava neles, era porque... antes, já eles próprios tinham falado em si próprios, denunciando-se como membros do Partido.
E, por vezes, denunciando outros.
E, por vezes, dizendo à polícia tudo o que ela queria saber.
Ou seja: ao contrário do que Soares confidenciou, não era o Avante que denunciava...
E por hoje chega de confidências.
Prosseguindo as confidências, revelou ter escrito «um livro e vários contos» que, contudo, nunca chegaram a ser publicados, razão pela qual se considera «uma espécie de escritor frustrado».
Sempre em maré de confidências, afirmou que poderia ter «singrado como escritor» - «não necessariamente neo-realista», pois «suponho que teria evoluído como muitos outros» - e fundamentou assim a afirmação: «O meu pai, que era um pedagogo, dizia-me: tu deves é ir para escritor, mas fui apanhado pela política e a verdade é que não tive nunca tempo para escrever livros».
Foi pena: isto digo eu - que penso que se Soares tivesse seguido o conselho paterno, mesmo que não ganhássemos um grande escritor, ganharíamos - e de que maneira! - em não o ter tido como político.
Sempre em maré de confidências, desta vez artísticas - e certamente para afastar fantasmas que lhe tiram o sono... - Soares proclamou: «Álvaro Cunhal era uma grande personalidade política, de uma inteligência extraordinária, mas não era um escritor. Nem sequer um pintor, embora tivesse muita habilidade para desenhar».
Pois não...: isto digo eu.
Ainda em confidência, Soares fez um pitoresco relato da sua militância neo-realista e comunista «nos corredores da faculdade de letras»: «Distribuía uns livros às meninas que por ali andavam e metias-as todas ou no partido comunista ou no MUD Juvenil»
Simples e fácil, como se vê: isto digo eu: que imagino o jovem Soares (garanto-vos que ele foi jovem... no BI), todo lampeiro, a recrutar as «meninas todas» - nem uma lhe escapava! - para a função resistente a troco de «uns livros»...
Mas pelos vistos, a tarefa, talvez por demasiado simples e fácil, não agradou ao jovem Soares (no BI...): «Saí do partido comunista - embora eles digam que me expulsaram - mas essa é já uma questão um pouco sibilina».
E prosseguiu a confidência, dizendo que o seu nome surgiu, no jornal Avante, «entre os traidores ao partido comunista» - rematando, sibilino: «isso era desagradável porque era uma maneira de denunciar que tínhamos sido do partido».
Alto aí!: isto digo eu - que não quero deixar passar este clamoroso lapso confidencial do velho Soares (garanto-vos que ele sempre foi velho, excepto no BI...).
Vamos lá pôr os pontos nos is: os militantes comunistas que o PCP considerava «traidores» eram os que, apanhados pela PIDE (nessa altura PVDE), traíam - pelo que, se o Avante falava neles, era porque... antes, já eles próprios tinham falado em si próprios, denunciando-se como membros do Partido.
E, por vezes, denunciando outros.
E, por vezes, dizendo à polícia tudo o que ela queria saber.
Ou seja: ao contrário do que Soares confidenciou, não era o Avante que denunciava...
E por hoje chega de confidências.
13 comentários:
Um dia a História escreve-se. E nesse dia toda a gente ficará a saber quem foi/é MS e tantos outros que por aí pululam, ainda, e que pulam de um lado para o outro, também.
Nesse dia gostava de "estampar" a História na bochecha do homem...
Um beijo grande
p.s. Já agora ele disse quem fez os desenhos de prisão (indevidamente atribuídos, segundo ele) do camaraa Álvaro Cunhal?
E quem escreveu todos os livros? Ah, é verdade, foi o Manuel Tiago...
já aqui o escrevi. talvez violentamente... mas repito-o: quando esse velho morrer abro uma garrafa de champanhe (eu que nem aprecio!) e dou dois pinotes de alegria. não estarei sózinho, mas no meio de muitos antigos assalariados (ou escravos??) rurais alentejanos, desforrando a traição à Reforma Agrária que esse velho executou.
Filho de pedagogo
Enveredou pela traição
Cursou saiu demagogo
Agora é charlatão.
Abraço grande
Para além de tudo quanto é publico sobre esse personagem, tive a sorte de conhecer um camarada das Caldas da Rainha, Maldonado, médico, que tinha sido ao mesmo tempo no Partido, apesar de várias insistencias de Mário Soares nunca mais quiz reactar relações de especie nenhuma com a peça!
Contava muitas histórias sobre ele...
Quanto ao que diz, ele diz o que quizer aliás, para mim nunca disse nada de geito, é um vendilhão, um troca tintas, um vendedor de banha de cobra....
É um dos grandes responsaveis do definhar de Abril, do inicio das privatizações, do roubar de regalias aos trabalhadores, que agora se consubstanciam nesta governação que é de facto o seu legado.
Pelo menos que esteja calado!
Pelo menos demonstro respeito por homens maiores que ele, que não teve, de facto coragem de ofrontar em vida, o seu pai João Soares, Democrata e Pedagogo e alvaro Cunhal, homem muito, mas muito maior que ele alguma vez sonhou ser....
Beijos
Acerca deste charlatão não há muito a dizer. O camarada Manangão disse tudo, eu limito-me a assinar por baixo.
Mas não lhe fazia mal nenhum ler o Álvaro Cunhal e ver a sua obra plástica, principalmente os desenhos. Assim desconversava menos.
Um abraço
maria: ele é muito «coerente»: diz sempre em cada momento o que nesse momento lhe convém dizer...
Um beijo grande.
antónio lains galamba: e se guardasses o champanhe para outra altura menos fúnebre e mais luminosa?...
abração.
poesianopopular: Boa, poeta!
Abraço grande.
ana camarra: ele é um líder: o líder da contra-revolução.
Um beijo.
alex campos: desconversar é a sua especialidade maior.
Um abraço.
Esquerdistas de Portugal!:
Este seria um nome mais apropriado para um colóquio de dois dias na biblioteca-Maçon República e Resistência, cujo único fito é atacar o Partido Comunista Português!
Que os organizadores do evento (uma minúscula seita política de 20 amigos que se chama Política Operária e que faz umas sardinhadas) se considerem comunistas… ainda vá! Que se julguem “OS comunistas de Portugal” é que é de rir à gargalhada.
Sem a participação de um único militante ou simpatizante do PCP entre os vários “conferencistas”, estes pseudo-comunistas de Portugal, nem sequer “conferenciam” de si ou da sua acção, porque nada fizeram em 40 anos senão tentar criar correntes marginais à trave mestra da linha marxista-leninista estruturante do PCP, tentando, deste modo, destabilizar a verdadeira luta comunista em Portugal. Sempre em vão – diga-se!
Ainda assim, durante 2 dias, os peso-pesados da esquerdalhada portuguesa estão entretidos a falar mal do PCP...
Esquerdistas de Portugal!:
Este seria um nome mais apropriado para um colóquio de dois dias na biblioteca-Maçon República e Resistência, cujo único fito é atacar o Partido Comunista Português!
Que os organizadores do evento (uma minúscula seita política de 20 amigos que se chama Política Operária e que faz umas sardinhadas) se considerem comunistas… ainda vá! Que se julguem “OS comunistas de Portugal” é que é de rir à gargalhada.
Sem a participação de um único militante ou simpatizante do PCP entre os vários “conferencistas”, estes pseudo-comunistas de Portugal, nem sequer “conferenciam” de si ou da sua acção, porque nada fizeram em 40 anos senão tentar criar correntes marginais à trave mestra da linha marxista-leninista estruturante do PCP, tentando, deste modo, destabilizar a verdadeira luta comunista em Portugal. Sempre em vão – diga-se!
Ainda assim, durante 2 dias, os peso-pesados da esquerdalhada portuguesa estão entretidos a falar mal do PCP...
Soares... sempre a fazer grande figura! Por uma questão de decoro, não digo de quê...
Abraço
pela boca morre o peixe!...
e esta confidencia de soares, não era para ser publicitada.
já não o suportava, mas agora, aosabe-lo chibo... como é que este gajo enganou o povo portugues e continua a enganar!
pela boca morre o peixe!...
e esta confidencia de soares, não era para ser publicitada.
já não o suportava, mas agora, aosabe-lo chibo... como é que este gajo enganou o povo portugues e continua a enganar!
epá, boa denúncia!
Aliás eu ouvi este senhor numa entrevista dizer que foi preso algumas vezes mas nunca foi torturado se calhar o que ele ia lá fazer era falar e denunciar s que de facto combatiam o Fascismo.
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