POEMA

A PRIMEIRA PRISÃO...


A primeira prisão é a pele que nos veste,
a segunda a família que nos coube em sorte,
e, limitado a sul, limitado a norte,
limitado a leste, limitado a oeste,
em seguida o país,
em que habita uma gente
que o que faz ou não faz,
que o que diz ou não diz
nos marca para sempre, irremediavelmente.


Armindo Rodrigues

7 comentários:

Anónimo disse...

Fernando,
Sem dúvida, de outra forma não seriamos nós, outro, talvez, de quem provavelmente estariamos impedidos de disfrutar.

A revolução é hoje!

samuel disse...

Mais ou menos irremediavelmente marcados, podemos sempre mudar o que se faz ou não faz, o que se diz ou não diz... mesmo rompendo a pele aqui ou ali.

Ana Camarra disse...

Ainda assim outras prisões construidas á nossa volta metódicamente.
Outras que destruimos, metódicamente, também.

Beijos

Maria disse...

Enorme lucidez...

Um beijo grande

Justine disse...

Gosto muito do ritmo. Ele é mesmo um grande poeta!

Anónimo disse...

É uma constactação poética, de uma situação verídica!
O Armindo Rodrigues, tinha por hábito pensar.
Abraço

Anónimo disse...

Que nos marca bem para sempre...
Um Abraço